Falcão e o Soldado invernal chegou ao final na ultima sexta feira (23). Com lutas bem coreografadas e cenas de tirar o fôlego fazendo o “fan service” que estávamos esperando, Sam Wilson (Anthony Mackiee) e Buck Barnes (Sebastian Stan) transformaram com maestria o formato já usado nos filmes da MCU (Universo Cinematográfico Marvel) para o universo das séries.
Assim como já vinha acontecendo na fase 4 da Marvel, os diálogos e “problemas” trazidos após o Blip é uma constante não apenas na vida dos Vingadores como em todo o universo. O plot principal da série se mescla com a realidade que vivemos do outro lado da tela, iniciando diálogos persistentes e expositivos, principalmente se tratando de refugiados e o racismo recorrente no sistema americano.
Para uma série que tentou de todas as formas trazer o mesmo ritmo de ação que vimos no cinema, muitas vezes ficamos com a impressão de uma direção que se preocupou – até demais – com as cenas de luta e deixou por desejar no desenvolvimento das histórias secundárias, muitas vezes passando rápido por relações que esperávamos que fossem mais exploradas, como a Sharon Carter (Emily VanCamp) e sua ligação com a GRC.
Com inicio anti-climático nos mostrando Sam abrindo mão do escudo de Steve Rogers (Chris Evans) para o governo, vemos a partir dali uma série que não é apenas sobre a continuação de um legado mas principalmente sobre a construção e a origem do novo Capitão América, um herói com mesmos princípios mas que carrega um peso e uma representatividade para a população que Steve nunca precisou se atentar a ter por ser o herói americano loiro e com olho azul.
As representações em Falcão e o Soldado Invernal não para apenas em Sam Wilson. De um lado temos a ‘vilã’ Karli (Erin Kellyman), uma jovem que possui uma visão totalmente libertária do mundo e que não aceita o rótulo de refugiada, buscando de todas as formas levar seu grupo à conquista. Outro personagem que surpreendeu positivamente o público foi Isaiah, um super soldado negro que teve sua história totalmente diferente da de Steve e Sam por conta do forte preconceito racial conhecido nos EUA.
Não podemos deixar de lado a participação perfeita de Zemo (Daniel Brühl) trazendo o drama do vilão com a leveza e a graça interpretada perfeitamente por Brühl além da aparição mais que necessária de Okoye, a camandante do exército de Wakanda que mais uma vez não decepcionou em nenhum minuto e nos fez lembrar o porque desse país ser um exemplo para o resto do mundo.
Com tanta informação rodeando a dupla principal, Sam e Buck transformam a relação de “colegas de trabalho” em uma amizade genuína ao final da série. Mesmo dividindo pouco tempo de tela em conjunto e cenas de ação em dupla focadas no episódio dois e cinco, podemos apreciar o desenvolvimento da dupla de forma muito natural.
Buck Barnes possui sua luta pessoal muito bem trabalhada. Com os traumas do passado e uma rotina que inclui terapia, Buck se em uma constante batalha para superar seu passado como assassino. Em Sam, Buck ainda vê a bondade e a esperança que seu amigo de infância tinha por ele, o que diz muito não apenas de Buck mas principalmente da semelhança que o novo Capitão América possui com Capitão Rogers.
Falcão – agora Capitão America e o Soldado Invernal consegue manter a qualidade e o desenvolvimento que vimos em Wandavision e montar com maestria a eletricidade presente na MCU. Com tantas possibilidades, a Marvel conseguiu mais uma vez manter seus fãs satisfeitos e ansiosos para o que está por vir.
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