Yo! Após um tempo afastado treinando com uma liga de assassinos em uma caverna nada higiênica, este que vos fala decidiu retornar a esse ambiente de livre expressão literária, mesmo que vocês nem me conheçam.
Confira também: Death Note (2017) | Review
Enfim, aproveitando meu retorno à rotina de teclado e Word e da escolha do tema para esse mês, Death Note, peço permissão para reaver uma velha e brutal batalha que assolou os fãs da cultura oriental e marcou pelo derramamento de litros e litros do tão sagrado mochi. A memorável disputa entre L e Kira, quem seria a verdadeira justiça.
(Declaro que este texto se trata apenas da minha opinião, sintam-se a vontade para debater nos comentários).
Para aqueles que não conhecem, Death Note conta a história de um jovem chamado Light Yagami, um estudante do último ano do ensino médio que encontra um caderno capaz de matar aqueles que tenham seus nomes escritos no mesmo, o jovem então recebe a identidade de Kira (maneira como se pronuncia Killer em japonês) e atrai a atenção de inúmeros investigadores que buscam sua cabeça e dentre eles, o lendário e misterioso L.
Enquanto Kira buscava criar um novo mundo através de sua “inteligência” e seu julgamento “totalmente preciso” de quem poderia habitar essa nova sociedade e quem deveria simplesmente morrer, L utilizava sua lógica e experiência criminal para descobrir a identidade de um terrorista cujo qual teria ganhado seu respeito por seus feitos notórios.
A questão que quero debater é: Como Light Yagami com todo seu senso de justiça não parou pra pensar nem por um segundo que talvez ele tivesse se desviado um pouco do seu caminho inicial?
No princípio, a primeira vítima da justiça de Kira foi um delinquente juvenil que abusava de uma garota na rua, foi apenas o aperitivo para a próxima etapa, os alvos da vez eram criminosos denunciados pela mídia. E ai vem minha primeira crítica, construir uma sociedade excluindo dela aqueles que não se encaixam e sem dar-lhes o direito a defesa ou punição justa parece não ter um futuro tão agradável, tendo em vista um famoso exemplo da nossa própria história.
Mas nosso querido Kira não se abala, nem mesmo quando seus feitos se tornam famosos a ponto de um dos maiores investigadores do mundo assumir o trabalho de sua captura. Pelo contrário, isso forçou nosso jovem revolucionário a matar de maneira que não suspeitem que o assassino fosse um estudante do ensino médio, ele só não levou em conta um pequeno ensinamento que qualquer estrategista ou jogador de xadrez deve aprender: Pensar apenas uma jogada a frente não é o suficiente.
Daí se dá uma série de “vacilos” que abaixaram e muito as chances de sucesso do tal Novo Mundo, como criar um dispositivo explosivo que poderia matar qualquer um que abrisse uma gaveta como, por exemplo, sua mãe, irmã, pai ou qualquer um cujo comportamento não possa ser previsto por nosso Sherlock Holmes japonês, porém dessa vez ele só seria incriminado por terrorismo e tentativa de homicídio, tendo que morar com os colegas de cela daqueles que ele estava tentando limpar da sociedade.
Em seguida, pra fechar, as duas mortes que dizimariam toda e qualquer chance das ideologias de Kira darem certo a ponto do próprio Light Yagami se desesperar por isso:
Começando com Ray Penbar, afinal, nada menos suspeito que matar o investigador de campo que está atrás de você justo no dia em que você está sendo investigado e ainda, pra acrescentar, matar a esposa desse investigador e antiga parceira de L dias depois. Só pra constar, se duas pessoas morrem na companhia de um mesmo terceiro, este se torna suspeito.
Estas duas mortes atormentaram os planos de Kira o suficiente para que ele tivesse que utilizar de meios paranormais para eliminar seu adversário que, mesmo morto, deixou dados e provas suficientes para incriminar Light Yagami por tudo o que fizera.
E não podemos esquecer a morte próprio pai de Light, mesmo esta não sendo apenas seu mérito, mas não muda o fato de Kira ter colaborado com a morte do próprio pai que cometerá o terrível crime de tentar diminuir o número de assassinatos cometidos pelo próprio filho. E ainda no leito de morte do seu pai, Kira estava tão desesperado em eliminar seus opositores que pressiona o pai a terminar de escrever o nome de Mello antes de morrer, quanto amor.
Enfim, esse é meu ponto de vista sobre essa obra tão rica e emocionante a qual recomendo a todos vocês, mas só pra encerrar, eu pensei em uma frase que não consegui encaixar em lugar nenhum, acho que estou sem prática, vou deixar no final então.
“Se quiser mudar a realidade, tente deixa-la melhor que a anterior ou pelos menos, seja você mesmo melhor que a realidade contra qual luta.”
*Arte de capa por Akuserareshon