Recentemente, a Netflix adicionou mais uma série coreana em seu catálogo ocidental, com Crônicas de Arthdal (Arthdal Chronicles ou ??? ???), que logo em seu trailer (veja mais abaixo), ganhou o apelido de “Game of Thrones Coreano”. Será mesmo?

Obviamente fiquei curioso e não demorei para assistir os dois primeiros episódios disponíveis. A série terá 3 partes divididas em 6 episódios. Cada semana sairão dois episódios e deve terminar ainda este ano.

Tempo Histórico

Apesar de ganhar comparações através de conceitos “óbvios” com Game of Thrones, seja por sua narrativa épica e de época, a região de Arthdal é um tanto quanto mais precária. Se tivermos As Crônicas de Gelo e Fogo no “Tempo Medieval”, Arthdal é diferente e se passa num período antes, talvez “Antigo”, já que algumas tribos não conhecem a agricultura ou mesmo armas de ferro.

A história, ao meu ver, é totalmente original no quesito “Fantasia”, já que trabalha conceitos um tanto quanto incomuns na mitologia medieval ocidental conhecida. Criando um universo totalmente novo, temos uma história fictícia baseada na ascensão das raças, seja a humana ou a de linhagem mais bestial, os Nweantal.

Em Busca da Liberdade

Fazendo mais uma vez um paralelo com a série de George R. R. Martin, enquanto que em Westeros temos uma divisão de Casas (Famílias), em Arthdal temos tribos, que se você assistiu Pantera Negra, vai identificar que funcionam mais ou menos da mesma forma. Cada uma delas possuem um líder, seus modos e costumes; e nessa se unem para o bem em comum de toda a região.

Entretanto, temos os povos livres, os Nweantal, que são caçados incessantemente pelos humanos que possuem armas mais avançadas – além de estratégias elaboradas – o que dariam vantagem em combate.

É dentro deste histórico que somos apresentados a Asa Hon, interpretada brilhantemente por Choo Ja-Hyun, que busca por sua liberdade social e religiosa, onde acaba gerando dois filhos, sendo um deles o então protagonista da série, Eunsum, feito por Song Joong-Ki.

Luta por Identidade

A série enfatiza o quão importante é o nosso papel na sociedade e como ser em vida, além de fazer – até de forma crítica – o modo exacerbado e fútil da evolução tecnológica; pois, se estamos vivendo bem em harmonia com a Natureza, por qual motivo buscar maiores ambições? 

Sem muitos núcleos de personagens, basicamente somos apresentados a dois; o do Vilão carismático Tagon (Jang Dong-Gun), e o de Eunsum com Tanya, interpretada apaixonantemente por Kim Ji-Won, o qual devem fazer o par romântico da série.

Nestes dois primeiros episódios de 80 minutos cada, somos apresentados – e muito bem, por sinal – a suas ambições e entendemos o motivo de cada um se colocar em seu lugar. Confesso que nos primeiros minutos, o desenvolvimento e roteiros estava bem confuso… o que ficou entendível na primeira hora que se passou.

Da esquerda para a direita: Tagon (Jang Dong-Gun), Eunsum (Song Joong-Ki), Tanya (Kim Ji-Won) e Taealha (Kim Ok-Vin)

Técnica e Desenvolvimento

Crônicas de Arthdal trabalha um drama épico envolvente, com boas atuações e personagens carismáticos. Aos jogadores de RPG, devem se identificar com a cultura Druida, além de termos algumas batalhas bem trabalhadas – e até de nível gore, com mutilações.

O CG não é dos mais fantásticos, mas em 80% não incomoda, principalmente porquê têm-se a ajuda do fantástico conceito criativo da série, que é o que mais chama a atenção nestes quesitos técnicos – bem como sua fotografia.

No mais, Arthdal é uma boa surpresa e das séries “fora do mundinho norte-americano” que tem potencial para deslanchar aqui no ocidente. Ansioso pelos próximos capítulos!

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