Agora em 2017, aconteceu a comemoração dos 10 anos da NewPOP Editora, na qual estivemos presente – e até participamos da mesa redonda “Quais são os pilares para um bom mangá?” – e que também ocorreu o lançamento do mangá Corpse Party – Another Child.

Confesso que este é meu PRIMEIRO contato com a franquia – na qual a NewPOP Editora está trazendo para o Brasil – e que nem mesmo joguei um jogo se quer; lembro-me de que algum dos jogos de 3DS faziam/fizeram um certo sucesso por aqui.

“Party Origins”

Dando uma leve pesquisada nas interwebs, descubro que Corpse Party é uma gigante franquia iniciada há mais de 20 anos, com um jogo feito no RPG Maker – fiquei chocado aqui o.o’ – e que com seu sucesso, recebeu inúmeros remakes e versões até chegar o ano de 2008, o qual fora lançado a primeira série de mangás: Corpse Party: Blood Covered (com 10 volumes).

Este que tenho em mãos é um spin-off lançado em 2011 e que conta com três volumes, ambientado de forma paralela aos eventos oficiais de Corpse Party. Na arte temos Shunsuke Ogata (Kenja no Mago) e no roteiro Makoto Kedouin, sendo um mangá serializado na Monthly Comic Blade (editora Mag Garden).

Edição nacional de Corpse Party – Another Child, lançado pela NewPOP Editora (Imagem Divulgação)

Horror Escolar

Quem aí não se deparou com a situação de “fim da época escolar” e do tipo: quando verei meu amiguinho novamente? Outro caso, e que aconteceu com minha pessoa, é de quando uma escola se “funde” com outra – por motivos de poucos alunos, por exemplo – e que acaba remanejando uma galera de um bairro ao outro (ou até mesmo cidade).  No caso de Corpse Party – Another Child, temos mais ou menos as duas situações e o que ocasionaria a separação da turma, já que ainda cursam o segundo ano do ensino médio.

Na trama temos a protagonista Tamaki Minase, com poderes mediúnicos (ela vê espíritos) e o seu crush, Yuuma Shindou. Eis que pelo fato de estarem se separando por conta do problema da escola, combinam de fazer um ritual conhecido como “Sachiko da Felicidade”. E o que seria isto aí?

Ambos acreditam que ao fazer o ritual, ambos continuariam a se encontrar independente do que acontecesse na vida. É aí que entra a “rival do amor” de Tamaki, a Erina Yuzuki que ouve o plano da dupla e acaba convidando – por maldade – a turma inteira! Nessa, enquanto está rolando o tal do ritual, um terremoto acontece e uma fissura se abre no chão… todos caem! 

É aí que a trama de Another Child realmente começa, já que alguns grupos de alunos estão separados e cada um cria o seu núcleo dentro do enredo, proporcionando ao leitor saber mais de cada um dos personagens.

O ocultismo presente em Another Child

Dentro da mitologia de Corpse Party – Another Child, temos a inclusão de alguns conceitos do ocultismo, como o Katashiro. Para quem não conhece, o Katashiro funciona mais ou menos da forma que o Boneco Vodu, porém, ele é apenas um recorte em formato humanizado. Na crença popular, acredita-se que o boneco é utilizado como complemento de rituais e ao contrário do que se pensa, pode-se utilizar outros materiais além do papel, como ouro e metais.

Vale lembrar também de que a personagem principal, Tamaki, é uma pessoa com o poder da mediunidade. Dentro do contexto do mangá de Corpse Party – Another Child, ela tem o dom de se comunicar com uma manifestação espiritual, o que dá mais um tempero interessante no gênero horror do mangá.

Um exemplo de Katashiro (Imagem Divulgação)

Como vão escapar? 

Corpse Party – Another Child apresenta diversos personagens secundários, cada um com suas motivações – algumas são bem “forçadas” – e na verdade, a que mais apresenta uma profundidade e dá um ar bacana para a obra, é de fato a protagonista Temaki, sério, até mesmo o parzinho dela é um pé no saco – apesar de tudo apontar que o cara é o “badass” da história.

Então, já dá pra montarmos uma linha partindo da personagem principal e fazer alguns questionamentos do tipo: “qual a origem de sua mediunidade?”, “quem é a tal Another Child” e “qual o mistério desta escola/lugar abandonado que foram parar?” .

Não podemos esquecer de que o artista abusa do conceito gore da coisa, até porquê o mangá é recomendado para maiores de 18 anos – mesmo vindo de uma demografia shounen – e não posso deixar de citar de que possui alguns quadros muito bem ilustrados.

Um dos quadros “gore” de Corpse Party – Another Child (Imagem Divulgação)

No mais, e para quem nunca leu/jogou nada sobre Corpse Party, o primeiro volume foi acima de minhas expectativas, valendo a leitura, diversão e sim, quero saber como isto termina!

Se vou procurar mais coisas da franquia, aí já é outra história. Vocês recomendam?