Se ninguém estava botando muita fé nesta temporada, pode ter certeza que muita galera tá caindo do cavalo.
Uma das promessas para este começo do ano – e que talvez nem seja mais uma promessa – é a animação da A-1 Pictures, Boku dake ga Inai Machi, ou simplesmente Erased.
Com uma proposta de ser um suspense altamente imersivo, ou seja, você estar intrigado à todo momento, com cada cena apresentada, Erased anda cumprindo bem este quesito. O mangá de Kei Sanbe vem sendo lançado desde 2012, conta com 7 volumes e também está em produção um filme live action, programado para sair dia 19 de março. Já adianto que o anime pode agradar aos que “piraram” com Death Parade no ano passado. Abaixo, a sinopse para você conhecer um pouquinho mais:
Sinopse: O mangaká novato Fujinuma Satoru é obstruído pelo seu medo de se expressar. No entanto, ele possui um talento sobrenatural de ser forçado a evitar mortes e catástrofes ao ser enviado de volta no tempo antes da ocorrência do acidente, se repetindo até que o infortúnio seja resolvido. Um dia, ele se envolve em um acidente que ele mesmo é enquadrado como um assassino. Desesperado para salvar a vítima, ele volta no tempo só para encontrar a si mesmo como um aluno do primário, um mês antes de sua colega de classe Hinadzuki Kayo desaparecer. Satoru agora embarca em uma nova missão: salvar Kayo e resolver o mistério por trás do seu desaparecimento.
Entregando pizza e salvando pessoas
Boku dake ga Inai Machi veio pelo estúdio da A-1 Pictures (Sword Art Online, Fairy Tail) com Tomohiko Itou na direção, que já trabalhou com Sword Art Online e Silver Spoon (Gin no Saji) anteriormente. Ao todo foram confirmados 12 episódios e até esta presente matéria, já saíram 6 deles, todos sendo transmitidos pelo sistema de streaming Crunchyroll.
O episódio inicial mostra um pouco do cotidiano de Fujinuma Satoru, que não conseguiu ter “sorte” no mercado editorial de mangás e tenta sobreviver no dia-a-dia como entregador de pizza. Para dar mais um tempero no episódio, dois personagens cruciais rondam o personagem. Primeiro, a caricata colegial Airi Katagiri que trabalha com Satoru na pizzaria e serve de “polo oposto” ao personagem central. Segundo, temos a mãe do próprio Satoru, de personalidade forte e demonstrando saber mais do que aparenta.
Voltando ao personagem principal, ele pode seguir um pouco daquele esteriótipo de mangaká solitário e que não aceita a ajuda de ninguém; Porém, por algum bug na “física” do mundo, Satoru tem o poder de voltar cinco minutos antes de acontecer alguma tragédia próxima, e no fim, ele é que acaba ajudando as pessoas em sua volta.
A densidade do episódio é contagiante. A cada minuto que passa, mais sabemos sobre a vivência dos quase trinta anos do protagonista e mais queremos obter as respostas para as mesmas. Uma coisa que pega nesse tipo de anime é em descobrir “quem é aquele(a) garota(o) da minha memória”, do naipe Love Hina ou Boku wa tomodachi ga Sakunai. Aqui também tem disso!
Para a adaptação deste roteiro cheio de detalhes, onde os fatos do presente e do passado devem ser coesos, temos o trabalho do experiente Taku Kishimoto (Silver Spoon, Haikyuu!!) e por ora, mostrou muito bem a união das linhas desenvolvidas pelo criador Kei Sanbe, deixando o caminhar do anime natural e dinâmico.
Feitiço do Tempo em cinco minutos
A cerejinha do bolo e o que joga Boku dake ga Inai Machi para além de um “slice of life” de suspense, é o tal do REVIVAL. Ainda sem explicação do porquê isso acontece com o personagem central, a habilidade funciona involuntariamente, onde Satoru “retorna” à cena do crime/acidente para tentar a resolução do caso.
Por uma forma mística, quase SEMPRE ele sai de forma ilesa, mesmo se envolvendo em acidentes, porém, não há certeza de que a vítima saia também. Isso remonta a uma das memórias que Satoru mais quer esquecer em sua infância, do rapto de uma garotinha de 10 anos que nunca mais apareceu. Se ela está viva ou não, é o que veremos nos próximos episódios.
Para quem tem seus quase trinta anos, pode lembrar do filme de Bill Murray, ‘Feitiço do Tempo‘ de 1993, onde o ator encarna o personagem Phil que acaba entrando num looping, vivenciando o mesmo dia várias vezes até achar uma resolução. Outra associação pode acontecer com All You Need Is Kill ou No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow).
A promessa aqui é grande, o hype é super válido (já está entre os mais bem avaliados no My Anime List, na sétima colocação) e tem de tudo para ser o anime do ano. Espero no REVIEW tratar um pouco mais dos temas, camadas e teorias usados em Boku dake ga Inai Machi, pois é tudo que uma obra dessa profundidade proporciona, a reflexão.