O retorno de Viola Davis chegou! Após fazer sucesso nas telonas com Esquadrão Suicida, a atriz retorna para dá vida a Nanisca em A Mulher Rei. O longa chega trazendo grandes expectativas ao publico, com um elenco recheado de nomes femininos da indústria e que além disso, chama muita atenção pelo seu tema central.
A Mulher Rei se passa por cerca de 1800 e aborda uma historia real sobre as guerreiras Ahosi, que foram responsáveis por proteger as terras do Reino de Daomé e que com o passar dos anos ficaram conhecidas como Amazonas por serem ótimas guerreiras e trazerem muita honra a sua terra.
Filmes como esse são muito importantes para a indústria, a narrativa além de ser ousada, trás um elenco quase que 100% feminino e composto por mulheres negras, o que se torna um grande diferencial se levarmos em conta o cinema hollywoodiano, que quase já não tem tantas mulheres entre os grandes nomes do cinema, e muito menos mulheres negras, e aqui, temos um filme que vem especialmente para bater de frente com esse mal de Hollywood.
É importante ressaltar que não só o elenco, mas também grande parte da produção do filme é composta por mulheres, e de fato, temos uma obra que busca fazer barulho em Hollywood e mostrar representatividade em um meio onde as mulheres acabam perdendo espaço.
Aqui temos um roteiro bem consistente e interessante. Trazendo fatos históricos verídicos sobre a historia das Ahosi, também temos uma trama pessoal de cada personagem, onde é sentido o esforço do roteiro em nos fazer sentir o sentimento de cada figura presente ali, e claro, infelizmente era uma época de momentos sombrios e acabamos sentindo muito desconforto com as historias passadas ao longo da obra, nos fazendo pensar bastante sobre como existia uma civilização tão cruel que trazia dor até mesmo para o seu próprio povo.
O elenco aqui é o brilho maior, e isso enche meu peito de alegria! Não só Viola Davis, mas todas as mulheres presentes no elenco fazem um trabalho EXCELENTE, sejam elas protagonistas, antagonistas ou figurantes. É incrível ver como existiu todo o cuidado para mostrar esse poder feminino nas telas. Simplesmente deslumbrante ver toda a ação em tela, e tudo isso consegue ser muito mais especial por ser o tipo de cena que não estamos acostumados ver nos filmes. E claro, também destaque ao elenco masculino e principalmente ao John Boyega, que dá luz ao Rei Ghezo e nos apresenta um papel cheio de sensibilidade e amor.
Agora falando mais sobre as partes técnicas, temos um figurino vibrante e impecável que remete muito a cultura local, um cenário de cair o queixo de tão bem produzido, e uma fotografia que consegue entregar visuais deslumbrantes e de tirar o folego e que merecem sim um reconhecimento na obra (e quem sabe até mesmo uma indicação ao Oscar 2023)
Por fim, sei que aqui puxei em pontos mais específicos da obra, mas sinto que preciso exaltar muito o trabalho feito com essa obra, pois aqui eu senti um grande amor e uma vontade imensa de produzir um conteúdo que fosse representativo não só para as mulheres, mas também para o povo negro, que muitas vezes são carentes até mesmo da sua própria historia de origem e com esse longa com certeza aprenderá mais sobre a caminhada do seu povo.
Com certeza é um filme que vale seu ingresso e vale toda a sua atenção, pois só o fato desse filme existir, já é uma grande vitória para o cinema e uma esperança de que esse cenário que por debaixo dos panos é podre, consiga se tornar um lugar melhor e mais acolhedor para todas as pessoas.