Os fãs de terror estão perdendo a esperança, a modernidade não acompanhou esse gênero e o público se entristece, a missão dos grandes estúdios é salvar o terror, e neste caso, A Hora de Sua Morte não consegue alcançar o objetivo de ser um bom filme, apesar da temática ser curiosa o suficiente para uma possível sequência. Ainda sim se limita em um filme dos padrões saturado do terror.

a hora da sua morte

Em 2003, era lançado um mangá que impactaria uma geração com uma trama lenta porém grandiosa, a qual é idolatrada até hoje, seu nome é Death Note, mas o que têm haver com A Hora da sua Morte? Simples, ao invés de um caderno onde alguém assina seu nome, se têm um aplicativo que é instalado no celular, nisso sua hora de morte é divulgada por um relógio em contagem regressiva, e se isso não é uma curiosa semelhança, aqui se têm shinigamis também, um ser demoníaco vai atrás das vítimas que baixaram o aplicativo a qual a hora deles se aproxima, alguns a contagem está alta o suficiente do indivíduo viver noventa anos, outros a contagem já começa baixa e a hora da morte está contabilizada para daqui dois dias ou menos, a primeira impressão parece besteira e até rotulada de falsa, mas os casos começam a ser frequentes e o terror rodeia nesse ponto.

Como todo aplicativo, existe um termo de contrato que se deve concordar, aquele texto gigante que ninguém lê, e o interessante é que existe uma maneira de quebrar o contrato, o que não significa que se livrou de morrer, ao acontecer isso, o demônio vem te buscar e é algo que trabalha toda agonia do terror que resultará em um susto ou a morte da vítima, e é essa linha que o filme não convence. Assombrações que só os próximos da morte enxergam, abuso de cenas escuras e acontecimentos estranhos dividem opiniões, pois eles assustam em alguns momentos, mas uma boa parte deles são bem bobinhos, além do uso de CGI para o demônio que se mostrou desnecessário, sinceramente não precisava fazer esse trabalho de edição, colocar o terror como algo desconhecido estava muito mais assustador, isso quebra um pouco a mística do sombrio.

a hora da sua morte

A temática de misturar tecnologia e terror dessa maneira pode ter sido interessante, contudo a fórmula que um dia foi de sucesso, hoje se mostra óbvia e repetida até demais, e por mais que não exista uma esperança de algo novo a ser explorado no gênero, os estúdios também não estão conseguindo convencer o público com os padrões conhecidos.

Não chega a ser uma perda de mão da direção ou um desastre, é apenas a falta de elementos interessantes e pontos mais bem trabalhados que possam assustar, se segurar na cadeira, gritar e até fechar os olhos de medo, depende de como você vê o filme, mas os anos passam e o gênero terror parece estar saindo da crise e morrendo de vez, isso é mais assustador que os próprios filmes de terror.

Infelizmente esse filme é mais um que complementa o rótulo de ultrapassado e cansativo do gênero terror. A Hora da sua Morte apresenta um potencial de ser maior nas próximas sequências, mas não convence o suficiente para ser um grande sucesso de bilheteria, mas nunca se sabe, esse argumento pode cair por terra, pois alguns momentos assustadores podem, quem sabe, levar um certo público para as salas de cinema; não é impossível, mas improvável.

REVIEW
A Hora da Sua Morte
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
a-hora-da-sua-morte-reviewNuma brincadeira de amigos, a enfermeira Quinn Harris descarrega no seu telemóvel uma aplicação da moda que supostamente prevê a data da morte de cada utilizador. Quando lhe é predito que tem apenas três dias para viver, mesmo que descrente na veracidade daquilo tudo, não consegue evitar uma certa inquietação. E tudo ganha novas proporções quando a rapariga se apercebe de que as previsões de morte de várias pessoas à sua volta começam a revelar-se estranhamente precisas. Um filme de terror realizado e escrito por Justin Dec, na sua estreia em longa-metragem.