O rapper sul-coreano Vapo, também conhecido como Bruninho, se apresentará pela primeira vez no Brasil. Os eventos “NYSÓVAPO POOL PARTY” e “NEXT VAPO” acontecerão nos dias 05 e 06 de novembro, respectivamente, em São Paulo. Na tarde da última terça-feira (02), o artista realizou uma coletiva de imprensa e conversou com o Suco de Mangá, revelando que seu primeiro álbum completo está finalizado e será lançado ainda este ano.
Questionado sobre os detalhes, Vapo disse que o álbum fala de como ele se sentiu depois de terminar um relacionamento. “Minha inspiração foi a relação que tive e tudo o que aconteceu, do zero ao cem”, completou. Durante a coletiva, o rapper confessou que os artistas sul-coreanos que sempre sonhou colaborar participaram do álbum. “Se preparem, hein! Vai ser uma coisa bem legal”.
Confira o bate-papo na íntegra:
Como surgiu a ideia de fazer o pocket show no Brasil?
Fazia dois anos que eu não vinha ao Brasil. Não sei se para vocês é muito tempo, mas é para mim. Para ser sincero, ainda não estou muito acostumado com a Coreia do Sul. Ficar dois anos lá [na Coreia do Sul] foi um tempo longo que aprendi muitas coisas, foi um tempo de aprendizado. Eu queria sair um pouco disso, ter um tempo de lazer e ver meus amigos e minha irmã. Então, aproveitei e falei com o [DJ] Shateau “vamos nos encontrar e pá?”. Resolvemos fazer um showzinho de leve. Só que eu não sabia que daria esse boom, entendeu?
Qual a sua expectativa para o show no Brasil, e o que você espera dos fãs aqui?
Estou muito ansioso. É meu primeiro show no Brasil, então estou muito ansioso para ver todo mundo.
Em algumas entrevistas, você disse que queria um beat de funk para a música “Meu Tempo”, mas naquele momento não foi possível fazê-lo. Após sua participação no programa High School Rapper 4, você lançou quatro singles, nenhum deles parecido com o funk. Sabemos que, em 2023, haverá seu primeiro concerto solo no Brasil. Vem aí o mini álbum e a batida funk?
Então, eu queria muito fazer uma música envolvida com o funk, com a cultura brasileira. Mas, infelizmente, não vai ter algo parecido com o funk no meu álbum, só ano que vem mesmo. Eu estou para lançar um mini álbum. Mini-álbum não… um álbum.
LINK DA APRESENTAÇÃO DA MÚSICA ‘MEU TEMPO’, NO HIGH SCHOOL RAPPER 4:
Será um álbum completo, é isso mesmo?
Sim! Com treze músicas mais ou menos.
Nas entrevistas que concedeu após assinar [contrato] com a Mine Field, você disse que lançaria um mini-álbum. O que o fez mudar de ideia?
Na verdade, eu ia lançar um mini-álbum. Mas, conversando com minha agência, decidimos lançar um álbum completo porque eu queria algo com mais qualidade. Então, dessa vez, vou lançar um álbum completo.
Você revelou que o álbum será lançado ainda este ano. Pode nos contar mais, dar algum spoiler?
Então, o spoiler eu vou mostrar nos dias 05 e 06 de novembro. Cantarei duas músicas do álbum.
O relacionamento que foi fonte de inspiração e deu origem ao álbum é o mesmo da música ‘Gone’?
É. Escrevi ‘Gone’ no dia que a relação acabou.
Em entrevistas, você comentou que há diferença entre fazer música na Coreia do Sul e no Brasil ou nos EUA. Nesses dois países, o processo é mais coletivo. Já na Coreia do Sul é mais individual e solitário. Durante a construção do seu álbum, eu sei que você não pode dizer muito, isso mudou de alguma forma?
Então, na hora que eu estava criando meu álbum, eu pensei no que falei nas entrevistas: que, na Coreia do Sul, não tem a cultura de fazer as coisas juntos. Por exemplo, no featuring, o artista faz a parte dele na própria casa e manda para mim, entendeu? Mas, aqui [no Brasil] e nos EUA, a gente se encontra e grava junto. Isso conta não só na qualidade, mas ajuda na união. E, no meu álbum, quando eu fui fazer, eu queria isso. Então, durante todo o processo do álbum e featuring, [os artistas] estiveram e se encontraram comigo, fizemos juntos. Eu queria mais união, entendeu? Tentar mudar um pouco disso na Coreia do Sul.
Seu novo álbum será rap e hip-hop raiz, ou brincou com Groove, R&B ou outros gêneros musicais?
Misturei tudo!
Então, nós veremos o seu desenvolvimento como artista nesse álbum?
Sim! É, por exemplo, como eu falei antes, haverá vários featuring. Então, de um jeito ou de outro, cada música é de uma cor diferente. Posso dizer que vocês sentirão um pouco de tudo com o álbum.
Nós sabemos que o rap e o hip-hop sul-coreano recebem grande influência do rap e hip-hop estadunidense. No Brasil, os dois gêneros também tiveram influência dos EUA, mas se desenvolveram de formas diferentes. Na Coreia do Sul, embora a influência esteja muito presente, você consegue identificar alguma característica que marque a identidade sul-coreana no rap e hip-hop?
Eu acho que o que muda para formar o rap e o hip-hop na Coreia do Sul é mais o idioma. Só de você colocar a língua sul-coreana já muda a estrutura, a fluidez e o flow da música. Então é diferente.
Você colaborou com vários artistas consolidados do rap e hip-hop sul-coreano [Loco, Simon Dominic, Jay Park]. Já sabemos que outros estarão no álbum, e descobriremos quem são em breve. Contudo, como foi ter contato com ícones da cena e quais as mudanças provocadas no artista Vapo a partir disso?
Então, eu sou muito grato a eles. É por conta disso [da troca] que eu vou crescendo na música. Poxa, é ainda um sonho ter encontrado com todos. Para mim, eles também são ídolos. Jay Park, Simon Dominic, Ash Island. Nunca imaginei que eu chegaria no mesmo patamar que eles. Foi uma coisa muito boa para mim. Tipo, quando eu estava no High School Rapper, olhei meu Instagram e vi quem me seguia. Estava lá o Ash Island. Nossa, quase chorei! É um cara que eu gostava muito, entendeu? Ele era tipo um ídolo para mim. Cada vez que eu via os caras [artistas] me seguindo, eu sentia que estava evoluindo. Portanto, eu sou muito grato a eles, além do público brasileiro e sul-coreano.
Data: 05/11/2022
Local: PRINCE TOWER
Horário: 14h às 00h
Classificação: 15 anos
Endereço: R. Júlio Conceição, 92 – Bom Retiro, São Paulo – SP, 01126-000
Ingressos AQUI.
Heo Wonhyuk nasceu na Coreia do Sul em 2003. Aos quatro anos de idade, o jovem se mudou para o Brasil com a família. Bruno Heo, ou Bruninho, morou no bairro do Bom Retiro, região central de São Paulo, até 2020. Durante a pandemia da Covid-19, questões pessoais o fizeram retornar ao seu país de origem.
Bruninho ficou conhecido após participação no programa “High School Rapper 4”, da Mnet, quando chamou a atenção do público ao cantar em três idiomas (sul-coreano, português e inglês) e usar o bordão “só vapo”. O sucesso foi tão grande que, no final de 2021, o rapper assinou com a gravadora Mine Field, adotando “Vapo” como nome artístico. Desde então, o rapper lançou quatro singles: ‘Sirius’, ‘Gone’, ‘Automatic’ e, o mais recente, ‘Wanna Know’.