BABYLON é um anime que estreou na Temporada de Outono 2019 e está disponível na Amazon Prime no Brasil. Vamos dar uma golada?
Em um cenário onde fantasia, isekai e slice of life dominam as produções de anime, qual o espaço que sobra para histórias de detetive, por exemplo?
O terror, é verdade, parece que é um gênero cada vez mais em decadência; nem lembro da última vez que tivemos um anime de terror que não fosse uma tentativa mediana de edgy para adolescentes pseudo-psicopatas… boas menções para refrescar a memória serão muito bem vindas nos comentários.
TEMPORADA INVESTIGATIVA
Mas voltando às histórias de detetive (as esperanças para as histórias de terror ficam para outros tempos), parece que esta temporada tem algumas promessas bem interessantes e promissoras de produções que conseguem realizar a combinação nem sempre fácil de um clima de suspense que gira em torno de um mistério não resolvido com a ânsia de querer ver esse mistério ser pouco a pouco solucionado.
A primeira dessas promessas é Babylon. (que não façamos confusão com o novo Fate Grand Order, que se passa na Babilônia; isso é outro papo). O anime é dirigido por Kiyotaka Suzuki e realizado pelo estúdio Revoroot, baseado na novel de mesmo nome. Impressiona sua ausência de abertura: a “abertura” de Babylon soa mais como uma vinheta de uma série, uma transição que mal chega a um minuto. Mas se a duração de sua abertura é mais curta, parece que a qualidade dela foi condensada junto, com uma qualidade visual impressionante.
E do que se trata o anime? Babylon se passa no distrito fictício de Shiniki, em Tokyo. Uma espécie de utopia criada para promover polós industriais e acelerar a economia japonesa. Nesse grande projeto de cidade, Zen Seizaki é um promotor do Ministério Público de Tokyo que trabalha com seu assistente, Atsuhiko Fumio. Os dois investigam um caso de fraude envolvendo uma grande indústria farmacêutica; mas em meio a papeladas financeiras, um certo papel esconde rabiscos confusos cheios de letras F, bem como marca de sangue seco…
A ponta de um iceberg que só vem se mostrando cada vez mais pesado.
A REGRA DOS TRÊS PRIMEIROS EPISÓDIOS
Como este é tão somente um Primeiro Gole, dou preferência de comentar o mínimo possível para que se possa tanto apresentar um anime interessante quanto evitar maiores spoilers. O problema com Babylon é que apesar dele ter aparentemente um ritmo lento, não se enganem: sua história corre a 90km por hora desde o primeiro episódio. Não por ser corrida, mas porque seu desenvolvimento já rende plot twists do nível de um Another e seu icônico terceiro episódio desde o começo (quem ainda tem medo de guarda-chuvas de ponta?)
E é com esse paralelo que pretendo vender meu peixe. O terceiro episódio de Babylon foi de explodir cabeças e a essa altura, no episódio 6, cabeças explodiram novamente. Se essa progressão aritmética se cumprir do jeito que está prometendo, podemos esperar que no episódio 9 eu já tenha um AVC. Exageros à parte, isso é apenas pra ilustrar o quão impressionante Babylon está sendo num gênero pouquíssimo explorado atualmente nos animes.
O QUE ESPERAR E O QUE TEMER DE BABYLON?
Homicídios sem rastros e sem sinais de agressão, uma mulher que encarna cada sílaba de uma femme fatale em si e conspirações. Pode ser que para um anime de apenas 12 episódios, Babylon esteja correndo o risco de querer abraçar o mundo inteiro com apenas dois braços, porque seu enredo está tomando proporções imensas e está tocando em temas que não são facilmente bem desenvolvidos com tão poucos episódios (não é à toa que Monster tem 74 episódios).
Mas se você, como eu, é bem familiarizado com histórias de detetive, já gritou um bom e alto YEAAAAAAA na abertura de C.S.I Miami ou mesmo chegou ao ponto de assistir temporadas e mais temporadas de Law & Order Special Victims Unit (ou até do original), então vá lá assistir essa joia oculta da temporada!
Pra quem se dispor ou pra quem já está acompanhando, nos vemos na Review. Esse anime está falando muita coisa e dando muito pano pra manga!