Oldboy, dirigido por Park Chan-wook, é capaz de encantar — mesmo depois de 20 anos do lançamento. Agora, restaurado, o filme chega aos cinemas brasileiros no dia 14 de setembro e é uma oportunidade de rever o clássico sul-coreano.
Enredo de Oldboy
Uma noite de bebedeira resulta em um sequestro. O protagonista acorda em um quarto e sua única companhia/bíblia/distração/fonte de prazer é uma televisão e se mantém assim por 15 anos.
Oh Dae-su (Choi Min-sik) não sabe o motivo de ter parado ali. A exposição inicial apresenta a decadência psicológica do ser humano à uma situação dessas. Além disso, através da TV instalada no quarto, ele acompanha o assassinato de sua esposa e a armação feita para ele.
Mesmo livre, Oh Dae-su sente-se isolado do mundo e busca relembrar como é viver assim. Isso o leva à um restaurante onde conhece Mi-do (Kang Hye-jeong), para quem ele desabafa sobre o que aconteceu e nesse momento o filme começa a se desenrolar.
A proposta da narrativa é direta e simples e isso causa uma espécie estranha de simpatia. É seguro dizer que a vingança nunca é o caminho, mas a excelente introdução do filme nunca evoca o questionamento no público.
Um frescor visual
Muitas pessoas estão acostumadas a ver filmes norte-americanos, o que não é uma crítica à elas, apenas uma constatação do sistema que vivemos. O problema disso é que parece que o mesmo prato é servido.
É verdade que nos últimos anos obras diferentes do comum estão sendo vistas por um público maior, como Parasita. Oldboy carrega um frescor no seu visual, com posicionamento de câmeras diferentes do comum.
Seja em momentos mais tranquilos da trama ou em sequências de ação, a excelente cinematografia de Chung Chung-hoon grita: isso é diferente.
O ápice visual está no clássico plano sequência de ação em corredor. Para quem ama fotografia, Oldboy é um prato cheio.
A violência nunca está fora de lugar
Além de um visual interessante, Oldboy é marcado pela violência, mesmo que estilizada. Isso serve como ferramenta narrativa para mostrar até onde o ser humano pode ir em busca de respostas.
Lee Woo-jin (Yoo Ji-tae), o antagonista, é revelado lá pela metade do filme e desafia o protagonista e a tela fica cada vez mais vermelha. Entretanto, ao contrário de um filme cool como os de Tarantino, a violência não deixa o público empolgado. É desconfortável e, por fim, vergonhoso, mas é precisamente o ponto.
Veredicto sobre Oldboy
Oldboy carrega um frescor que palavras podem não fazer juízo a ele, portanto ir ao cinema e experienciar a obra é necessário. Um clássico que se mantém relevante e inovador, mesmo depois de 20 anos.