O nome Your Name já é sinônimo de obra de qualidade por contar com uma animação de encher os olhos. Junto a produção cinematográfica, Makoto Shinkai também resolveu fazer uma novelização da obra – foi funcional?
Troca Troca
Caso não conheça Your Name (estou devendo um REVIEW faz tempo por aqui), vamos com uma breve explicação. O anime – que foi sucesso de crítica e bilheteria em todo o mundo – conta a história de uma garota, Mitsuha, do campo/montanhas, estudante e que vive sua vida pacata.
Do outro lado temos o jovem de Tóquio, Taki, num cotidiano mais complexo e corrido; dentro do estilo de vida japonês esperado.
Eis que em um determinado dia, ambos sonham que trocaram de corpo, ou seja, Taki entra no corpo de Mitsuha e Mitsuha no de Taki, e cada um tenta continuar a vida desta mesma forma – mesmo causando estranheza entre os amigos e familiares. No próximo dia, acordam e refletem algo do porquê o sonho fora tão vívido.
Unindo questões da metafisica, sobrenatural e a conexão das emoções, Your Name segue uma trama aquém do comum e que caso não tenha “pegado” nenhum spoiler, vai te surpreender do início ao fim. Que Plot Twist, meus amigos!

Plano Narrativo
A principal diferença da animação com com o livro está no plano narrativo. Enquanto que na obra visual temos a visão em Terceira Pessoa, no texto entramos na mente de cada um dos personagens – principalmente no de Taki.
Algo que me remete a franquia de George R. R. Martin, o início se dá através de capítulos focados na visão em cada uma das personagens, seja Taki ou Mitsuha, o livro traz a complementação com a descrição das sensações, além de ser possível ler com mais calma – e não precisar pausar o longa – as mensagens de celular trocada pelos protagonistas.
Diferenças Sensoriais
Como dito acima, enquanto que na película temos o visual e o sonoro, no livro estamos “dentro da mente” de cada um dos personagens, onde podemos de fato saber o que cada um acha de tal situação, algo mais intimista e próximo do narrador.
Por conta disso, as cenas que são mais “sentimentais” se elevam – caso leia com afinco e sem devaneios – e a possibilidade de se emocionar são tão contagiantes quanto a do filme, algo que de fato me surpreendeu durante a leitura.
Diferente da obra animada, no livro temos um destaque maior nas relações, diálogos e na socialização de cada uma das personagens – focando menos em “ações físicas”.
Leitura Complementar
Com um pouco mais de 180 páginas, a leitura do livro da Verus Editora é agradável, bem escrita e traduzida, de fácil acesso semântico. Para os leitores viscerais, creio que poucas horas é o bastante para sua conclusão – é fácil ler numa tarde.
Outra questão é com detalhes mal resolvidos na animação, como a falha comunicação entre os dois quando voltavam dos corpos trocados: porquê não se comunicavam fazendo uma ligação, por exemplo? No livro fica claro – na verdade, escancarado logo de cara – que não é possível fazer tal feito.
Mais que o mangá, que de fato é uma adaptação quadro-a-quadro do que se viu na animação, praticamente, o livro torna-se mais interessante e deve agradar ainda mais a quem busca relembrar as aventuras de Taki e Mitsuha em outra mídia – mas não espere grandes surpresas ou um fato inédito.
É gratificante ter uma obra que seja tão bem trabalhada em múltiplas mídias, desde a musicalidade do Radwimps (você vai lembrar das músicas durante sua leitura, tenho certeza) até o livro. É fã do Shinkai? Obrigatório na sua estante!
