Na minha busca constante de novas coisas para ler, as vezes eu acabo esbarrando em alguns mangás que fico aficionada, que de repente eu já não posso viver sem, e que só me resta sofrer pelo resto da minha vida enquanto eu não terminar de ler essa série. Esse foi o caso de Yakuza Fiancé: Raise wa Tanin ga Ii.
Romance de Yakuza fora do comum
A história poderia ser algo que já vimos em mais uma dezena de outros mangás.
Yoshino Somei é a neta de um Yakuza, e ela acaba de se mudar para Tóquio para viver com a família do seu possível futuro marido, Kirishima Miyama, que também é uma família de Yakuzas.
Porém, Yoshino não está disposta a se casar de verdade. Mesmo assim, ela aceita o convite para conhecer seu possível noivo e viver durante um ano na casa da outra facção. Acontece que Yakuzas não são pessoas comuns, e Kirishima é especialmente diferente.
Parece familiar? Eu consigo pensar em pelo menos dois mangás de cara com uma sinopse quase igual. Entretanto, não se engane, Yakuza Fiancé: Raise wa Tanin ga Ii é diferente de muita coisa que já li.
Além disso, se você está esperando um romance água com açúcar com toda uma ação de máfia estilo dark romance… bom, desista. Há romance, há máfia, mas isso está longe de ser doce.
Um seinen com protagonista feminina
Escrita e ilustrada por Asuka Konishi a história é um seinen. Assim, só de saber a demografia do título, você já pode repensar sobre a abordagem da história.
Desde a ilustração até o desenvolvimento do plot, nós estamos muito longe dos shoujos ou joseis da vida. Konishi opta por uma abordagem brutal e cômica do que ela acredita ser os Yakuzas. Também, temos aqui uma das minhas protagonistas favoritas de todos os tempos, a Yoshino.
Quando falamos de personagens femininas fortes logo nos vem a cabeça aquelas protagonistas com uma grande força, ou então habilidades incríveis de luta. Porém, Yoshino não tem nada disso, o que não a impede de se enfiar em toda briga possível (mesmo que ela acabe perdendo um dente ou dois).
Neta de um poderoso Yakuza, ela está acostumada com violência desde criança, e mesmo que ela não seja da máfia, isso não faz com que ela esteja disposta a recuar nas situações mais absurdas que encontra em sua mudança pra Tóquio.
Kirishima, por sua vez, é muito do que esperamos de um protagonista masculino. Forte, problemático, conquistador e… um masoquista. Como eu disse, não espere encontrar o comum nessa obra, e o mocinho dessa história está longe demais de ser um príncipe encantado.
Comédia, ação e mistério
A relação dos dois protagonistas é regada de cenas cômicas, mas também de ação e violência. Enquanto a premissa de conhecer seu “noivo” é o que inicia a história, conforme vamos lendo, percebemos que estamos encarando mais uma trama de mistério e investigação.
A temática dos Yakuzas é tratada de maneira muito divertida, porque ela não é romantizada, ao mesmo tempo que ela também é bem caricata, como o que poderíamos esperar de um filme do gênero, por exemplo.
Anime e futuro da obra
Yakuza Fiancé: Raise wa Tanin ga Ii começou a ser publicado em 2017, e conta com oito volumes até então, sem uma previsão de término. A série ficou tão popular que ela até mesmo recebeu um recente anúncio de adaptação para anime, sem data ou estúdio divulgados até agora.
Eu juro que já reli no último mês todos os 38 capítulos tantas vezes que até perdi a conta, não estou brincando quando disse que eu fiquei enlouquecida pela obra. Porém, ela não possui uma periodicidade definida, e com uma previsão de dois volumes ao ano, esse vai ser um daqueles títulos de acompanhamento lento e doloroso.
