Rhys Frake-Waterfield dirige Ursinho Pooh: Sangue e Mel, sendo famoso por seus filmes de terror de baixo orçamento, como The Area 51 Incident e The Killing Tree. Assim como a quantidade investida, a qualidade desse slasher não difere.

Enredo de Ursinho Pooh

Quando criança, Christopher Robin (Nikolai Leon e Frederick Dallaway), fez amizade com algumas criaturas antropomórficas que conheceu na floresta. Entretanto, havia uma ligação mais forte do que a amizade.

Era através dessa relação que Pooh (Craig David Dowsett), Leitão (Chris Cordell) e seus amigos se alimentavam — além de Robin ser a única pessoa que se aproximou deles. Com a ida de Robin à faculdade, o filme mostra o abandono e as dificuldades que os seres passaram a viver.

É uma tentativa de gerar empatia e mostrar o ressentimento que o abandono causou. É isso o que os leva ao show de violência que vemos no decorrer do filme.

Há um salto temporal que mostra Robin voltando ao local onde os conheceu, pois queria apresentar para sua esposa — para quê? — e, obviamente, tudo dá errado e começa o show de horrores.

Muito sangue e pouco mel

Uma das principais características do slasher é aquele famoso grupo de jovens em uma casa isolada. Isso é um clichê que, quando bem feito, funciona, mas não é o caso desse filme.

Maria (Maria Taylor), Jessica (Natasha Rose Mills), Alice (Amber Doig-Thorne), Zoe (Danielle Ronald) e Lara (Natasha Tosini) são as personagens que se isolam para um fim de semana de curtição. A paz, entretanto, dura pouco e Pooh começa a perseguir as personagens.

Existem mortes brutais o suficiente para dez filmes, mas em nenhum momento o medo é despertado, pelo contrário: algumas pessoas riram na sessão. Clássicos como Halloween ou A Hora do Pesadelo usam música e sons para criar uma atmosfera opressiva, mas a trilha de Andrew Scott Bell não apresenta isso nunca.

Outra característica do slasher, infelizmente, é a sexualização de personagens femininas. Aqui há excesso de poses, decotes, jogos de câmera e o famoso “implorar pela vida” para o assassino.

A entrega de falas tão óbvias, outro clichê do terror, impede qualquer possibilidade de torcer para os personagens.

No fim das contas, as mortes se tornam apenas um show violento e vazio. Existem pouquíssimos momentos em que há criatividade nos planos de câmera e efeitos visuais e esses momentos estão longe de salvar o filme.

Veredito de Ursinho Pooh

Os melhores momentos da experiência com Ursinho Pooh foi antes do filme, conversando com alguns colegas sobre nossos gatos, e quando o filme acaba. Felizmente, o filme só tem 1h20.

REVIEW
Ursinho Pooh: Sangue e Mel
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Rodrigo Folter
Jornalista gamer ou gamer jornalista, as duas características costumam se entrelaçar. Nasci em São Paulo e morei alguns anos no litoral antes de voltar à capital e me formar em Comunicação Social pela FIAM-FAAM. Crio conteúdo sobre games, cinema e tecnologia desde 2017 e fui co-autor do livro "Cinema Virado ao Avesso: Erotismo, Poesia e Devaneios", além de palestrar em algumas universidades de vez em quando. Nas horas vagas estou jogando viajando, jogando Overwatch, LoL ou brincando com meu gato.
ursinho-pooh-sangue-e-mel-reviewEm Ursinho Pooh: Sangue e Mel, uma macabra releitura de terror baseada na famosa história do Ursinho Pooh, Leitão (Chris Cordell) e Pooh (Craig David Dowsett) são abandonados por Christopher Robin (Nikolai Leon), que, já adulto, decide partir para a faculdade. Furiosos, famintos e magoados, os dois se tornam essencialmente selvagens, e não encontram outra escolha a não ser voltar às suas raízes animais. Perdendo totalmente a personalidade amigável e mansa, eles agora são como um urso e um porco altamente ferozes que querem encontrar presas e matar qualquer um que se atreva a entrar na Floresta dos Sonhos Azuis.