Howdy! Aqui quem fala é o Jack. Você provavelmente já deve ter jogado algum RPG, certo? E Undertale?

Seja Final Fantasy, Dark Souls ou até mesmo Pokemon! Sem descartar o clássico RPG de mesa, que esteve presente na infância/adolescência de muitas pessoas. Um ponto extremamente importante sobre o RPG é o Farm de Level, ou Grind (termo usado no MMO RPG).

Essa técnica consiste em derrotar diversas vezes os inimigos do cenário, para assim conseguir subir de level e passar as fases com mais tranquilidade.

Muitos acham isso uma técnica divertida, eu mesmo adoro fazer Farm do Dark Souls e Pokémon, na verdade eu passo mais tempo fazendo isso do que progredindo mesmo no jogo (já cheguei a enfrente o primeiro chefe de Ginásio do Pokémon, com meus Pokémon no level 25… eu sou meio louco mesmo).

Mas o jogo de hoje é diferente. De uns tempos para cá, mais ou menos desde 2009/2010, muitos RPG vem seguindo maneiras diferentes de se jogar, seja na mecânica como em Yume Nikki, no horror gráfico de Castelo Mogeko ou na história confusa de Off. Mas, isso tudo é diferente de Undertale, o jogo que será o tópico de hoje. Até porque, Undertale é…

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Undertale (Imagem Divulgação)

Um RPG onde ninguém precisa se machucar!

Se eu te falar, que todas essas estratégias de Grind/farm são totalmente dispensáveis em Undertale, você acreditaria? Mas afinal, o que é Undertale? Qual sua história e porque esse jogo fez tanto sucesso?

Para entender Undertale, primeiro temos que entender como o projeto se iniciou. O desenvolvedor do game, Toby Fox, era um grande fã da série de jogos Mother (também conhecida como Earthbound!), começou sua carreira desenvolvendo Hacks Roms para os jogos da série Mother. Nessas hacks surgiram diversos aspectos que seriam implementados em Undertale, como o botão de piedade e a música Megalovania. Toby chegou até mesmo a trabalhar fazendo músicas para Homestuck!

No meio do ano 2013, Toby fez um projeto no Kickstarter para apoiarem o seu jogo original. Na página do projeto tinha um link para o download da demonstração do jogo.
A internet amou Undertale, no fim do projeto Toby tinha dez vezes o valor da meta inicial!
Undertale foi lançado em 2015, no mês de setembro. Levou 2 anos para ser desenvolvido, mas a espera valeu a pena! Ele teve notas extremamente altas, tendo uma media de 9.7 (mais do que merecido).

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Undertale (Imagem Divulgação)

Agora que sabemos um pouco sobre Undertale, vamos falar sobre o jogo em si!

“Há muito tempo atrás, duas raças reinavam sob a terra: HUMANOS e MONSTROS…”
Ao iniciar o jogo, um prólogo é dado sobre o universo do mesmo. Em um tempo distante, duas raças governavam a Terra em harmonia, até que uma guerra aconteceu entre as duas raças.

Os humanos saíram vitoriosos e selaram os monstros dentro de um monte, chamado Mt. Ebbot. Muito tempo se passou desde então, dizia uma lenda que quem escalasse o Mt. Ebbot nunca mais voltaria. Então, uma criança acaba escalando e caindo dentro de um enorme buraco, mas acaba tendo sua queda amortecida por uma cama de flores douradas!

O jogo começa após a queda, controlamos um personagem com um nome selecionável, ou seja, você quem dá o nome! Na primeira cena conhecemos um personagem icônico do jogo, Flowey! A flor. Ele se mostra como um amigo, mas depois revela suas verdadeiras intenções. De acordo com ele, naquele mundo é: “Matar ou ser morto!”.

O aspecto mais interessante do jogo é a sua gameplay. Quando Flowey fala com a gente, somos levados a uma pequena caixinha com um coração dentro. Esse coração é sua ALMA, toda vez que você entrar em combate, você controla esse coração, tendo que desviar do que aparece dentro da caixinha.

O sistema de combate é bem simples, temos 4 botões:

  • Atacar: Nele você ataca o monstro até ele não querer mais lutar, ou morrer. Matar é totalmente opcional em Undertale;
  • Agir: Você escolhe uma ação, conforme você as faz, o Monstro reage de formas diferentes. Dependendo do que você faz, o nome do monstro ficará amarelo, para você poder poupá-lo;
  • Item: Básico de RPG! Aqui é onde fica seus itens de cura, defesa e ataque;
  • Piedade: Nesse botão tem duas opções, poupar e fugir. Em fugir você abandona a batalha, já em poupar você demonstra misericórdia ao monstro.

Esse sistema de batalha foi o que deixou Undertale em destaque, por ser algo extremamente único. Sem falar que o sistema de piedade vai à contra-mão dos RPG tradicionais, onde você tem que matar o seu oponente. Tudo em Undertale pode ser resolvido no diálogo!

O gráfico é extremamente lindo, ele foi todo feito a mão no estilo de 8Bits. A trilha sonora é tão boa quanto o gráfico, cada música se encaixa muito bem nas situações e elas são bem marcantes. Eu recomendo a música “Memory”. Eu considero uma das melhores músicas do jogo, até quem não jogou tem uma sensação gostosa escutando ela.

ATENÇÃO! O que eu vou falar pode ser considerado spoiler. O ideal seria você jogar sem saber disso, então, leia esse trecho por sua conta e risco!

O jogo tem ao todo 3 finais, sendo que um deles muda conforme a sua atitude. O final que todo mundo consegue de primeira é o neutro, porém esse final pode ter mudanças de acordo com a forma que você jogou. Não entendeu? Eu explico.

Em algumas situações do jogo, você vai ter que fazer a escolha de ajudar alguém ou não, dependendo do que você fizer, algo vai mudar em um diálogo no final do jogo. O famoso “corredor do julgamento”. Sem falar que você pode matar ou não os personagens principais, ou simplesmente ficar de boa e não matar ninguém.

O segundo final é o Pacifista-Real. Consistem em você terminar o jogo sem matar ninguém, ter feito um final neutro antes. Se você fez tudo isso, depois do chefe final do game é só você relogar no seu último save e voltar para a sala anterior, você vai receber uma ligação, então é só jogar o resto do final!

O terceiro e mais sombrio é o Genocida. Enquanto o jogo nos outros finais tem sempre um teor de humor, deixando o jogo com um ar super leve e divertido, nesse final tudo fica mais sério. Nem as situações com o personagem Papyrus, um esqueleto atrapalhado, tem graça. Para fazer esse final é necessário matar TODOS os monstros de cada área do jogo.

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Undertale (Imagem Divulgação)

Um jogo sobre humanidade, piedade e determinação!

Como o Core disse em um vídeo de Undertale: “Undertale não é só mais um RPG com gráficos retros”.

Ele é uma lição sobre humanidade e misericórdia. Muito pode ser dito e explorado desse jogo, mas a sua palavra chave é: Determinação.

Tudo gira em torno dessa palavra mágica, desde a motivação do personagem, até o motivo de sua alma e o seu ser estarem vivos. Os personagens são mais complexos do que imaginamos, indo desde irmãos que estão descobrindo a vida, até uma mãe e um pai ainda sofrendo pela perda de seus filhos.

A lição mais importante de Undertale, junto com a da Determinação, sem sombra de dúvidas é a de misericórdia. Nesse jogo, toda vida é importante, ninguém precisa sofrer. Eu estaria mentindo se eu dissesse que Undertale não mudou minha vida, até mesmo meu primeiro cosplay foi de Undertale, esse ensinamento sobre misericórdia ficou cravado no fundo do meu coração.

Undertale nos ensina, que mesmo quando estamos no fundo do poço, quando todas as esperanças parecerem ter acabado, nós não ainda perdemos. Mesmo com as adversidades, apesar de tudo, você continua sendo você!

Então, você não pode desistir ainda! Só é preciso ter um pouco de… DETERMINAÇÃO!

Texto por Jack