Nada é mais lindo e cativante do que a pureza de uma criança, aquela essência ingênua de ainda estar descobrindo o mundo, o amor e a alegria que está dentro dela faz despertar os mesmos sentimentos em quem estiver próximo dela, mesmo que seja hoje uma pessoa adulta bem fria e racional.
Isso é o que Uma Dobra no Tempo demonstra, a mensagem foi explicada pela diretora Ava DuVernay. O objetivo do filme é mostrar que ainda há bondade dentro das crianças em um mundo cheio de ódio e desapego – isso também serve para os adultos que precisam se abrir mais emocionalmente e aflorar sua criança interior. Uma mensagem linda a ser passada, só faltou a coisa mais importante: um filme à nível dessa mensagem.
Mundo Mágico e Colorido
A fotografia do filme é o maior destaque em tela, mostra muito bem aquele mundo mágico e colorido que deixa nítido o toque da Disney; um mundo dos sonhos dentro do estilo de confronto onde o bem sempre vence o mal, infelizmente essas foram as únicas coisas boas do filme.
A trama é uma verdadeira bagunça, uma ideia interessante que não foi bem apresentada, tirando totalmente o foco daquele que estiver assistindo. O desenvolvimento de personagens é muito fraco a ponto de não se apegar a nenhum deles, mesmo os grandes nomes do elenco não conseguiram suprir essa fraqueza geral
A mensagem de despertar um sentimento bom no coração de quem está vendo o filme é completamente abandonada a tantas falhas graves que faz ser um desapontamento chocante quando falamos da que pode se dizer o maior estúdio de Hollywood hoje.
Alegria e Inocência de uma Criança?
Uma grande publicidade feita nesse filme e um belo trailer apresentado não condiz com que é o filme, uma grande pena, pois se fosse para trazer esse tipo de harmonia e calor que era para ser o filme.
Fizesse como Menina Índigo ou Projeto Flórida, pois ambos possuem protagonistas crianças onde o foco é sua alegria e inocência que cativa os adultos do filme e transfere o mesmo sentimento para quem estiver assistindo, um filme simples, purista e barato que deram certo, aliás estamos falando da Disney, quer as pessoas queiram ou não, o hype é altíssimo quando falamos desse estúdio.
O maior marco negativo foi o personagem que parecia ser o protagonista, Charles Wallace, vivido por Deric McCabe, era para ser o símbolo da criança alegre e feliz, porém acabou sendo a figura mais chata e insuportável em tela. O pior é que a mensagem é facilmente captada, porém não é absorvida por causa de tantos problemas muito mais nítidos em roteiro.
Funcional para crianças?
É realmente estranho falar que um filme da Disney é ruim a ponto de querer sair da sessão, não é algo normal de se pensar, não chega a ser um filme de apelo comercial, pois em nenhum momento é demonstrado isso, talvez esse filme funcione para as crianças, poderia ser um blockbuster ou até um cult, mas dificilmente será um grande apelo de público.
Muita fantasia e grandes nomes para um roteiro mal amarrado e muito cansativo, todos estão propensos a erros, mas não nesse nível de erro, principalmente quando falamos da Disney.