Assistir qualquer filme da franquia Transformers exige que você vá ao cinema buscando se divertir. O novo filme da franquia, O Despertar das Feras dirigido por Steven Caple Jr., segue a mesma linha: robôs gigantes lutando e explosões.
No entanto, os dois personagens humanos do longa-metragem carregam motivos individuais íntimos ao aceitarem ajudar Optimus Prime e sua equipe. Esses motivos sustentam o filme, dois clichês dos quais já falo sobre, ao mesmo tempo que não são memoráveis.
Transformers: O Despertar das Feras
A fim de manter outros planetas a salvo do vilão do filme, Unicron, os Maximals fogem e se escondem na Terra, em uma época onde a humanidade ainda era dividida em diversas civilizações.
Eles vêm acompanhado de uma chave que permite viajar pelo universo e a esconde no planeta e por séculos permanece assim.
Em 1994, os Autobots, liderados por Optimus Prime, ainda estão presos na Terra e buscam retornar ao planeta de origem. Elena (Dominique Fishback), que trabalha em um museu, fica obcecada por um artefato e, sem intenção, o aciona, atraindo a atenção dos robôs.
Noutro canto da cidade, Noah (Anthony Ramos), buscando ajudar sua família aceita um “trabalho” e pelo destino conhece os Autobots e Elena, além de se envolver no conflito universal apresentado no início do filme.
Uma jornada incompleta, mas divertida
Os motivos de Elena e Noah são compreensíveis: Elena busca seu lugar ao Sol enquanto Noah quer ajudar sua família. Entretanto, o curto tempo de filme torna impossível aprofundar os sentimentos dos personagens.
Para “suprir” essa ausência, o filme utiliza sequências de ação eletrizantes, pausada por momentos de exposição para explicar aos espectadores tim-tim por tim-tim, tudo o que acontecerá caso a chave caia na mão dos Unicrons.
Esses momentos de exposição, com o passar do tempo, se tornam cansativos e carregam a sensação de que o público não conseguiria entender o que se passa sem isso. Não é um problema exclusivo dessa franquia, mas aqui é encontrado em demasia.
Felizmente, a jornada de Transformers acontece ao lado de personagens carismáticos, como Mirage (Pete Davidson). Entre uma piada e outra, traz leveza ao filme e mostra que mesmo diante do fim do mundo é possível arrancar risos.
Ação de O Despertar das Feras é ponto positivo
As cenas de ação do filme é outro ponto alto do longa: é satisfatório ver as transformações acontecendo, assim como as lutas entre os grandalhões quebrando tudo.
É impossível falar de Transformers sem mencionar os efeitos visuais. No filme, é muito bem executado, desde as transformações em robôs ou veículos, até as expressões faciais dos personagens.
O que dizer do vilão?
Os melhores vilões despertam medo e, mesmo que sabemos que os mocinhos vão vencer, é preciso temê-lo e compreendê-lo. Sabemos que ele devora planetas porque sim, mas e daí? Outro motivo que o torna esquecível é que sua forma não é humanóide, dissociando qualquer conexão com o público.
Genérico é o melhor que consigo pensar para descrever Unicron.
Seus capangas, por outro lado, são contrapontos interessantes aos mocinhos da narrativa e também são responsáveis pelas belas cenas de ação e lutas intensas. Não chegam a ser memoráveis como os Autobots ou os Maximals, mas completam a dicotomia entre o bem e o mal naturalmente.
Veredito
O Despertar das Feras é um filme divertido, graças aos personagens, sequências de ação intensas e efeitos visuais bem executados. No entanto, é um dos filmes mais curtos da franquia e impede que a narrativa seja desenvolvida — impedindo maior conexão do público.