Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 chega como um remake bastante aguardado que mistura o clássico da era ouro do skate arcade com melhorias visuais e recursos modernos. Desenvolvido pela Iron Galaxy Studios, este título busca não só resgatar a nostalgia dos fãs antigos, mas também apresentar a magia do skate para uma nova geração de jogadores em uma experiência acessível e divertida. Contudo, o resultado final é um equilíbrio entre acertos essenciais e algumas decisões controversas que dividem os fãs da franquia.
Uma das primeiras coisas que saltam aos olhos é a atualização gráfica de tirar o fôlego. O jogo vem com visuais refeitos, texturas muito mais nítidas, iluminação e cores aprimoradas, sem perder a vibe e atmosfera que fizeram da série um ícone. O processo de remasterização dos mapas clássicos como Warehouse e School é muito bem feito, entregando aquele sentimento nostálgico com lápis de cor renovado.
Jogabilidade e Nintendo Switch
Para os fãs do Nintendo Switch, a notícia é boa: tanto na versão original (a que jogamos) quanto no Switch 2, o desempenho é estável na medida do possível, sem lag perceptível no portátil ou dock, mesmo travado nos 30 quadros por segundo. Embora não possa competir com as versões PS5 e Xbox Series X|S em termos de qualidade visual extrema, o port de Switch é sólido e traz a jogabilidade intacta, com direito até a uma atualização gratuita para melhorias para o Switch 2.
A jogabilidade de Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 mantém a fluidez e os controles responsivos que os fãs aprenderam a amar. Saltos, manobras e combos respondem perfeitamente, garantindo aquela sensação viciante que faz você querer jogar “só mais uma vez”. A inclusão de novos modos como o multiplayer online crossplay, o modo HAWK e o Create-A-Park com objetivos customizados só aumentam a rejogabilidade e tornam o título atrativo para quem busca desafios diferentes.
O tutorial também é um ponto forte, sendo didático e indispensável para jogadores novatos, mas que ainda serve como um refresco para veteranos que retornam após anos afastados da franquia.
Rayssa Leal, Letícia Bufoni e Bob Burnquist
O jogo traz um elenco enorme de skatistas, incluindo ícones clássicos e representantes brasileiros como Rayssa Leal, Letícia Bufoni e Bob Burnquist – uma excelente inclusão para quem valoriza diversidade e talento nacional. Além disso, personagens secretos como Bam Margera e Michelangelo dão um toque divertido e inesperado.
A personalização está mais robusta que nunca, permitindo customização detalhada dos skatistas, equipamentos e até mesmo dos mapas criados pelos jogadores no Create-A-Park.

O ponto que mais gerou controvérsia entre a comunidade foi a remoção do modo carreira típico de Tony Hawk’s Pro Skater 4. O original trazia um mundo aberto com interações, missões e muito mais liberdade – uma experiência mais rica. No remake, esse modo foi substituído por sessões rápidas de dois minutos, mais parecido com os jogos 1, 2 e 3 da série.
Essa mudança fez com que muitos considerassem que uma parte da essência e complexidade do THPS4 se perdeu, transformando mapas grandes demais em locais com gameplay truncado e menos interessante. Mas eu adorei! Prefiro o modo mais arcade do que aquele de carreira mais extenso.
O maior golpe na nostalgia foi…
Embora algumas músicas clássicas, como “Ace of Spades”, estejam de volta e as faixas novas sejam bem selecionadas, a vasta maioria das 55 músicas originais foi removida por questões de licenciamento, e até entendo o ponto. A falta de hits importantes, incluindo uma música do Marcelo D2 que havia sido anunciada, deixou a audição do jogo menos marcante, dando uma sensação de que o remake pareça incompleto para os jogadores que guardam as trilhas como parte fundamental da democracia cultural da série.
Além da remoção e simplificação do modo carreira, alguns mapas clássicos ficaram de fora (Chicago e Carnival não retornaram), e alterações em mapas como Kona e Zoo receberam críticas por modificar a atmosfera e o design, resultando para alguns em níveis “sem vida” ou “solitários”. A estética mais limpa e polida, apesar da qualidade técnica, também é vista por muitos como “lavada” demais, tirando a “sujeira” e o carisma bruto da cultura do skate retratada originalmente.
Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 é muito divertido!
Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 é, no fim das contas, uma experiência bem divertida para fãs de skate arcade, tanto para aqueles que cresceram com a série quanto para quem está chegando agora. A jogabilidade fluida, os novos modos e a qualidade gráfica merecem reconhecimento, assim como a homenagem dada aos skatistas brasileiros.
Porém, as ausências e alterações cruciais – especialmente a perda do modo carreira expandido e a trilha sonora incompleta – pesam no resultado final e dividem as opiniões. É como revisitar um skatepark amado da infância que foi pintado e polido para parecer mais moderno e atraente.
Se você busca uma boa dose de nostalgia com pitadas de modernidade, vale muito a pena. Se a ligação emocional com o formato original de THPS 4 e a trilha sonora são imprescindíveis para você, tenha em mente que este remake não entrega tudo que a franquia já foi.