Poucas franquias na indústria dos games possuem a capacidade de gerar o mesmo hype que The Last of Us foi capaz de gerar. Seja pelas emoções que te engolem a cada hora de jogatina, seja pelo gameplay robusto e bem adaptado ou por uma das melhores construções de história do entretenimento, o primeiro TLOU foi magnifico e era de se esperar que sua sequência a superasse de fato.

The Last of Us Part II (ou The Last of Us 2) é um jogo de ação e aventura com algumas nuances de sobrevivência e terror, chegou de fato ao mercado no dia 19 de junho, pelas competentes mãos da Naughty Dog sendo lançado exclusivamente para PlayStation 4.

E talvez já seja no começo deste texto, é preciso dizer, o jogo é subintitulado de “Parte II” e, à primeira vista realmente é a impressão que temos. Não entendam isso de forma negativa, mas existe uma certa diferença entre uma sequência e entre uma Parte 2 e TLOU se encaixa muito mais na segunda opção, que inclusive faz parte de seu título.

Tudo está nos detalhes

O jogo se passa 4 anos após o fim do primeiro jogo, onde Ellie e Joel enfrentavam uma jornada para possivelmente encontrarem uma solução para o Cordyceps, um tipo de fungo parasita, que cresce principalmente em insetos, mas que em algum momento começou a infectar humanos e assim trazer ruína ao mundo. Com este cenário descrito, os 4 anos realmente impactaram o mundo e a atenção da Naughty Dog nesse sentido é inacreditável. Notar paredes mofadas, a vegetação que cresce descontroladamente pelas construções e até objeto que definham com o tempo é realmente incrível e faz você se sentir imerso naquele mundo nos primeiros minutos de jogo.

E é inclusive nesses primeiros minutos que podemos também notar que os 4 anos fizeram com que Ellie crescesse, é lógico. E mais uma vez, a atenção aos detalhes é fenomenal, ela é mais leve e ágil do que Joel, portanto os ataques e a movimentação são mais rápidos, ainda que o sistema de gameplay seja o mesmo, com apenas algumas adições. Ellie agora é capaz de se deitar para ficar praticamente imperceptível, pular para acessar lugares mais altos e até se esquivar quando entra em combate corpo-a-corpo. No mais, todas as mecânicas continuam iguais, como se esgueirar pelos cantos, utilizar objetos para distrair inimigos e afins, até mesmo o “poder” de enxergar através das paredes continua, desta vez com a adição de que Ellie pode também “enxergar” seu próprio cheiro, para escapar de cães de guarda.

Inimigos e Inteligência Artificial

Falando nos inimigos, nos primeiros minutos talvez os mais hardcore se decepcionem. A humanização sempre foi um fator chave em TLOU, tanto que nesta sequência escutamos os inimigos chamando seus aliados pelo nome, isso a fim de dar ainda mais individualidade a cada um deles, mas não fica tão difícil assim encontrar inimigos repetidos, com a mesma cara, roupa e mudando apenas o nome. Claro, isso não estraga a experiência, mas te tira um pouco daquele universo tão imersivo que está sendo moldado pouco a pouco.

Um inimigo adicionado ao jogo foram os cães de guarda. Se os humanos são em teoria ainda mais perigosos que os infectados de TLOU, eles estão agora ainda mais com suas patrulhas junto de seus cães de guarda que farejam Ellie mesmo que ela esteja escondida, adicionando uma tensão maior ao jogo e fazendo com que você repense suas estratégias.

O jogo sofre de um certo problema que talvez incomode algumas pessoas, que é a inteligência artificial dos inimigos. Os infectados são burros e não possuem capacidade de montar estratégias, até aí tudo bem, afinal, deixaram sua humanidade para trás e hoje são apenas bestas. Mas o que dizer dos humanos? Não foi muito difícil encontrar alguns inimigos cegos por aí, que nem mesmo com Ellie ao seu lado são capazes de enxerga-la, ou ainda oponentes que simplesmente levantam de sua proteção e deixam de procurar Ellie com tanto afinco após algum tempo escondido.

Sem contar ainda o uso da nova mecânica que permite Ellie se deitar, fazendo com que ela saia completamente da vista de um inimigo. Mesmo se ele te aviste de uma certa distância e você se deite no chão, ele irá ficar confuso e mesmo a personagem estando em pé no meio da rua poucos segundos atrás, ele irá ignorar e voltar a sua normalidade. Novamente, isso é um problema que talvez incomode alguns e, na verdade, talvez nem aconteça com todos, mas, todavia, é preciso dizer que isso acontece.

Dizem que a primeira impressão é a que fica e apesar das informações aqui descritas poderem estar dando uma visão negativa do jogo, é na verdade o contrário. Mesmo com alguns defeitos, o jogo tem a capacidade de te imergir num universo único, onde você sente medo, tensão, raiva, enfim…Não só pelos cenários extremamente bem construídos ou pelos alicerces criados pelo jogo anterior, não.

The Last of Us 2 começa a te cativar nas primeiras cenas já no intuito de saciar a sua vontade e ao mesmo tempo aumenta-la. A trilha sonora, está simplesmente fenomenal e dispensa qualquer comentário que não seja algo próximo a perfeição. Notar que os inimigos se comunicam de maneira única entre si ou ainda descobrir que Ellie já não é mais uma garotinha é realmente incrível e, se a primeira impressão é a que fica, TLOU Parte II soube resolver isso muito bem.