Suisei no Gargantia (Gargantia on the Verdurous Planet) começa de uma forma aquém do esperado ou “mais um anime de mecha” – o que não sou tão fã assim – mas quando a frota Gargantia é apresentada, tudo muda e a genialidade de Gen Urobochi e do diretor Kazuya Murata vem a tona.
A dupla de criação da série acaba mostrando o choque de culturas entre Redo, que é o jovem soldado vindo do espaço com a comunidade marítima de Gargantia, visto que os valores humanos são diferentes para cada um – podemos associar um sobrevivente aéreo numa tribo indígena.
Um ponto interessante é: Da mesma forma que Redo caiu na Terra “sem querer”, ele não pediu para ser o protagonista da série. Lembra da Rei Ayanami de Evangelion? Então. Não que o personagem seja antipático, sem carisma. Você não precisa gostar dele.
Valores
A natureza de Redo, como de outros da Aliança Galática era essa: Algo como “criar humanos como robôs”.
Terá certos momentos em que seu mecha, Chamber, será mais “humano” que o próprio piloto Redo – só lembrando que, quem dá a voz para Chamber é Tomakazu Sugita, a voz por trás de Gintoki de Gintama, que por sinal dá uma aula de interpretação para mechas, incrivelmente.
Ritmo
Talvez pela pouca quantidade de episódios em Suisei no Gargantia (até o momento 13 + 1 OVA), um dos poucos pontos em que a série tem baixa é quanto ao rítmo do enredo. Ela começa em um ritmo interessante nos primeiros quatro episódios. Há cenas de batalhas, diálogos emocionantes e claro, a apresentação do cenário de Gargantia (falarei disso mais adiante).
O meio, entre os episódios 5 a 8, há um período de “calmaria” e fillers. Se a série tem um pouco mais que dez episódios, não faz muito sentido abordar círculos de personagens secundários – e até mesmo terciários.
A série retoma o gás no episódio 9 e vai bem até seu fim. Apesar de que “não terminou” e deixou aquele gostinho de quero mais. Não espere um final romântico clássico. É um final seco.
Conceito artístico de primeira!
Tirando o ritmo de Suisei no Gargantia e alguns pontos pouco explorados – faltou engrenar mais o relacionamento de Redo e Amy por exemplo – a Production I.G. presenteia com um dos melhores concept designs da temporada (ou se não o melhor) e claro, animação.
Pra quem assistiu o filme ‘Waterworld’ de 1995, identificará muitas similaridades quanto ao modo de vida e da estética do cenário, lembrando muito um universo steampunk – vide as caracterizações.
Destaco também a trilha sonora de Taro Iwashiro (exemplo aqui), que já trabalhou para a série ‘The Prince of Tennis’ e para o filme (animação) de Rurouni Kenshin.
Se você gosta de assuntos de vida utópica, diferenças sócio-culturais num mundo “pós-apocalítpico”, com certeza se identificará com a série. Se você já assistiu, assim como eu, torça para que tenha uma continuação.
Precisamos de mais respostas!
Fatores interessantes que me fez lembrar de:
- O modo de vida em Gargantia ou em outras tropas lembram o conceito de Waterworld;
- Quanto ao raciocínio de Chamber no último episódio. Isso lembra o conceito de HAL 9000 em ‘2001: Uma Odisséia no Espaço’.