Não é sempre que temos a oportunidade de ouvir um tema clássico de John Williams no cinema, como em Indiana Jones e na franquia Star Wars.
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O #BELLAN lembra de 16 anos atrás quando assistiu o primeiro episódio Star Wars: A Ameaça Fantasma; E lembra como um momento mágico por ter vivenciado toda aquela estética que a franquia oferece, desde o momento em que o letreiro característico aparece.
O Despertar da Nostalgia
Com Star Wars: O Despertar da Força não foi diferente e na verdade, foi até mais intenso.
Este sétimo episódio da nonalogia – teremos o oitavo daqui dois anos e o nono, daqui quatro – trouxe um pouco do que cada filme representou em sua época, mais a experiência de ser um filme Disney.
O diretor J.J. Abrams também tem seu mérito, já que o cara sabe o significado da palavra Aventura em todo seu âmbito.
Ópera Espacial
Não tem como não citar a Jornada do Herói em Star Wars: O Despertar da Força, o que ocorreu explicitamente com Luke na trilogia mais antiga, mas agora com a contagiante protagonista Rey; Dando ainda mais crédito pela direção de J.J. Abrams em explorar o “lado feminino” da Força, o que faltou com Natalie Portman nos episódios I, II e III.
Junto ao diretor também temos o roteirista Lawrence Kasdan de O Império Contra Ataca, o que acaba dando ainda mais know-how para trabalhar com o público novo, somando o saudosismo “aventura” de Sessão da Tarde e também, a dura missão de convencer aquele fã antigão dos episódios IV, V e VI. Posso te dar uma certeza por aqui: Esta missão foi muito bem concluída!
Rey
Voltando um pouquinho para a Jornada do Herói, temos Rey. Ela é órfã, e trabalha como lixeira/catadora de ferr-velho do quase-inóspito planeta Jakku. Ela ganha a vida encontrando restos de bugigangas e lixos espaciais que caíram em sua região, pós os acontecimentos de ‘O Retorno de Jedi’.
Por trás de sua personalidade cativante, ela esconde aquela fagulha de “escolhida”. Sabe o Luke? Anakin? Ou até mesmo o Goku?
Rey simplesmente faz o que tem vontade de saber, sabendo se vai dar certo ou não. Ela arrisca e realmente faz acontecer – mesmo que em alguns momentos, pareça fácil para o telespectador. Ninguém sabe sobre suas origens e é uma das cerejas do bolo que J.J. Abrams colocou por aqui.
Podemos colocar que este é o primeiro papel de Daisy Ridley – que por sinal atuava de graças há três anos – e surpreendeu, seja por sua representatividade e também por atuação.
Finn
Todo fã de Star Wars gostaria de ver um pouquinho da sensação de ser um Stormtrooper. Temos isso em O Despertar da Força com FN-2187, ou simplesmente Finn. O cara foi capturado pela Primeira Ordem e “programado” para lutar contra a Resistência, mas seu lado “humano” sobressaiu.
É possível dizer que temos uma das melhores – ou se não a melhor – interpretação do filme com o ator John Boyega, mesclando atos de coragem com heroísmo e somados com uma espécie de alívio cômico. Quando o mesmo junta com Han Solo e Chewie, o telespectador pode esperar muita “tiradinha”.
Kylo Ren
Aqui temos o candidato para ser o personagem mais Amado e Odiado desta nova trilogia. Adam Driver – que já desempenha uma exímia atuação na série Girls da HBO – tem o trabalho mais difícil do longa, já que grande parte dos fãs da franquia idolatram mais os vilões da história. Ele seria um novo Darth Vader? Um novo Darth Maul?
Nada disso! Kylo Ren nem chegou ainda no status de Darth e está numa fase de treinamento, encabeçado pelo misterioso Snoke, interpretado por Andy Serkis (o Gollum de O Senhor dos Aneis/Hobbit). Talvez, grande parte do público confundirá seus momentos de “mimo”, sua interpretação um pouco enfadonha e mesquinha sem o capacete, com uma má atuação do ator. Pelo contrário! Kylo Ren é um personagem em desenvolvimento e que dará muito pano pra manga nos filmes seguintes. *Pelo menos, é o que se espera.
Outro ponto forte com o personagem, é seu sabre diferenciado, bruto (repare no laser) e com todo simbolismo de “O Anticristo”. Sem contar também, que podemos citar seus trejeitos de batalha, com posições duras e referenciadas a guerreiros bárbaros. O vilão aqui, não tem nada daquela “leveza” da esgrima e da técnica mais apurada com o sabre, ao invés do que vimos nas lutas de Obi-Wan e Qui-Gon Jin vs Darth Maul.
Elenco Estelar
Na frente dos novos personagens, temos o ainda pouco explorado Poe Dameron, piloto da Resistência e uma peça chave durante o filme, junto ao seu robô BB-8.
Este aqui é um dos que vai cativar tanto quanto o R2-D2 (alguém aí gosta do C-3PO?) e fará um pouco do que os outros androides faziam nos filmes anteriores. É inegável não lembrar também de Wall-E quando temos em cena a “jabulani robótica”.
Harrison Ford – que tornou-se um dos atores mais bem pagos de Hollywood para atuar em Star Wars: O Despertar da Força – voltou com o que acho o personagem mais bacana da franquia, Han Solo.
Ele, junto com Leia (Carrie Fisher) tem uma missão importante neste ponto da saga, além de dar uma tonelada (literalmente com a Millenium Falcon) de fanservice para o público. É bacana o trabalho de roteirização com o filme, onde cada personagem tem seu brilho e momento especial de aparição. Guarde bem isso: Quando um personagem aparece pela primeira vez, a cena é DESSE personagem.
Reciclagem Tecnológica
É bacana em perceber que a Lucasfilms – e seja quem mais esteja ligado aos efeitos especiais – em dar aquele trato Star Wars de ser. Não somos bombardeados com cenas em CGI e em nenhum momento temos cenas maçantes de explosões e pirotecnias revolucionárias. Tudo aqui é muito bem montado e mesclado com figurino, jogo de câmera e maquiagem.
No quesito da trilha sonora, John Williams não quis “arriscar” muito e jogou o máximo de seu repertório da franquia no filme. Em diversos momentos quando a trilha sonora fica mais evidente em Star Wars: O Despertar da Força, temos aquela sensação de “já ouvi isto aqui”. Mais uma vez por aqui, o filme transpira nostalgia.
O Despertar do Fã
Se por um lado temos um roteiro bem estruturado e com pano para muita manga, a repetição pode incomodar aquele fã que espera algo definitivamente novo. Uma outra questão e interessante de ressaltar é de que o universo expandido está por aqui.
Temos um pouquinho da literatura, dos quadrinhos e até mesmo dos jogos, seja em novas raças alienígenas, alimentos, vestimenta e equipamento bélico.
Esta segunda questão pode incomodar a quem não conhece tanto do universo de Star Wars, bem como a estranheza as leis da física um tanto quanto “exótica” que a franquia apresenta.
O roteiro mesmo não está perto da perfeição. Para quem está acostumado com aventuras pastelonas dos anos 70, é até que interessante ver como trama se desenvolve, mas as motivações de certos personagens ou de como a “nova Estrela da Morte” é atacada pela Resistência, pode frustrar em certos momentos, mas nada que ofusque o “quê” de ser um filme Star Wars.
O fã pode ir ao cinema despreocupado, Star Wars: O Despertar da Força surpreende com uma produção que eleva a franquia num patamar estelar, novamente. Este hype nesta época de lançamento do filme, seria um pouco do que rolou nos anos 70?