Sonic Frontiers foi lançado no dia 8 de novembro, sendo o mais novo título da franquia desenvolvido pela Sonic Team e publicado pela SEGA. Nessa nova aventura de Sonic, nosso herói e seus amigos são separados durante a busca das Esmeraldas do Caos, e assim isolado e solitário num lugar desconhecido, Sonic se deparara com uma tecnologia antiga. Então, entre o universo real e o cibernético, ele busca uma forma de salvar Amy, Tails e Knuckles. Porém, uma figura misteriosa e uma hordas de robôs tentam impedir Sonic. Seria mais um plano do Dr. Eggman?!
Sentindo o vento no rosto
Um mundo aberto em Sonic era o sonho de qualquer fã da franquia, principalmente no momento das tecnologias possíveis para desenvolver o jogo. O Sonic Adventure (1998), do saudoso Sega Dreamcast, deu esse gostinho na época. Apesar de limitado, tinha um mundo onde Sonic e seus amigos exploravam com movimentação livre regiões como Station Square, desvendando quebra-cabeças, acessando fases e melhorias para eles enquanto desenrolava o enredo.
Sendo assim, Sonic Frontiers renova as expectativas de um novo caminho para a franquia. Afinal, com gráficos atuais ele traz ambientação com sombras e luz e os elementos fantasiosos do mundo de Sonic como molas, rampas, loopings e corrimões embutidos nos diversos ambientes (até me lembrou o modo de criação de parques do Tony Hawk’s Pro Skater). Ao mesmo tempo que você explora essas áreas, se sente numa grande fase com elementos marcantes, lembrando a radicalidade com que Sonic foi desenvolvendo. Além disso, claro, muitas referências.
Com a separação do Sonic de seus amigos, Amy e Tails, no início da história, você entra no universo cibernético chamado ciberespaço. Inclusive, aqui você terá acesso às fases e à nostalgia de lugares clássicos da franquia em 2D e 3D, como uma nuvem de banco de dados. Assim, como tal de uma fase de Sonic, você tem o tempo, contador de argolas normais e vermelhas, cada uma com seus 4 objetivos. Porém, por algum motivo você consegue voltar à realidade e descobrir uma antiga tecnologia que envolve este lugar e que, de alguma forma, tem relação com as Esmeraldas do Caos.
Então, as mecânicas do mundo aberto e de exploração começam. Nos pontos de reconhecimento você terá que resolver um quebra-cabeça ou chegar a um lugar designado. Com isso, além de revelar mais áreas do mapa, auxilia a encontrar com facilidade os inimigos poderosos, locais de importância com NPC’s e os pedestais com as fases no mundo cibernético.
Sendo assim, para prosseguir na história você deve encontrar engrenagens antigas que estão escondidas no mapa, principalmente nos grandes inimigos que protegem uma determinada região. Essas engrenagens são necessárias para abrir uma fase em um pedestal, e assim conseguir uma chave completando um dos 4 objetivos disponíveis. Essa chave leva a uma Esmeralda do Caos, e assim o jogo segue até você encontrar todas elas.
Sonic Frontiers Exploração
Então, é ai que o mundo aberto atua bem, pois você não precisa seguir a Fase 1-1 e depois a 1-2: se você estiver na área e com engrenagens suficiente, pode jogar a 1-6. Nesse ponto, a exploração e os caminhos apresentam fases, fazendo você ganhar um bom deslocamento pelo mapa e acesso a itens de memória de algum personagem.
Inclusive, esses itens são fundamentais para seguir o roteiro do modo história, que permite que você avance no jogo. Enfim, entre os colecionáveis existem os pontos de habilidade que permitem que o Sonic desenvolva técnicas de luta. Ainda, os Kocos que são as criaturas dessa ilha e que ajudam nos upgrades físicos no Sonic, como número de anéis e velocidade, além de poder de ataque e resistência com os frutos da ilha. Por fim e não menos importante, as moedas roxas fazem parte de um conteúdo adicional dentro do jogo, sendo obtidas em um evento noturno.
Sim, eu deixei para falar que Sonic Frontiers apresenta um sistema de tempo, o que deixa a ambientação ainda mais deslumbrante. A Chuva de Meteoros é um evento casual em que caem fragmentos estrelares que servem como moedas para um caça-níquel (não podia faltar né?) que recompensa o jogador com as moedas roxas de Pescaria.
Para quem conhece Big The Cat, ele faz uma participação especial num minijogo de pesca no qual você pode trocar o que você fisgou por itens dentro do jogo. Por exemplo, engrenagens, chaves, memórias, Kocos e um conteúdo exclusivo do Dr. Eggman. Então você pode aproveitar isso para conseguir algum coletável que falta à sua progressão.
“Ready……. GO!”
Honestamente, eu esperava muita coisa nesse Sonic Frontiers baseado no que o Sonic Adventure propôs em sua época. Posso estar sendo muito saudosista, mas aquilo marcou muito a franquia. As habilidades de Sonic Frontiers são meramente para os combates, não existem acessórios espalhados pelo universo que garantem uma nova habilidade física, pois o Sonic traz um arsenal já fixo.
Além disso, a movimentação do Sonic no mundo é maravilhosa e altamente reativa, mas fique atento, pois leva um tempo até acostumar quando você entra num circuito de obstáculos. Afinal, a câmera pode mudar com uma imersão do 3D para sequências 2D, travando a liberdade do Sonic. Juntamente com isso, o jogo quer que você complete o obstáculo e trava câmera de um ponto a outro, até entender que você está numa zona de livre de movimentação.
De qualquer forma, a mecânica de escalada é pontual e uma novidade, mas pode ser frustrante em alguns momentos. Por exemplo, algumas vezes a verticalização do jogo é imensa e entre correr na escalada e escalar em si, o comportamento do controle é totalmente diferente e desconfortável. Eu senti muito que algumas ações pré-definidas podem trazer alguns erros de movimentação e locomoção, como entrar no corrimão e pular e dar dash. O corrimão tem um comportamento que ao realizar essa sequência, tira o Sonic desse momentum, fazendo com que ele conheça o clássico “Fora dos Limites”, e volte desde o inicio do obstáculo.
Esse comportamento reflete nas fases do ciberespaço, porém lá ainda carrega um Sonic meio travado que vem desde os últimos jogos. Esse comportamento de velocidade contra fluidez faz o Sonic ficar fixado em ir pra frente, muito diferente da resposta rápida que se tem no mundo aberto ou no seu primórdio moderno.
Entretanto, méritos ao sistema de combate que propõe que você explore uma fraqueza do inimigo, compreenda como ele age e assim executar um contra-ataque com velocidade. Me diverti muito com as habilidades dele, porém gostaria de ver um sistema no qual você poderia deixar habilidades ativas e desativadas.
Um passo de cada vez
Eu vejo Sonic Frontiers como um grande teste da Sonic Team, primeiramente na questão de evolução tecnológica para as plataformas atuais. Mas quanto a história de Sonic Frontiers? Eu achei ela coerente, mas um feijão com arroz que levanta a discussão “o feijão é por cima, por baixo ou separado do arroz?”
O roteiro traz apenas o Sonic em busca de libertar seus amigos presos no ciberespaço e a Sage, a menina cibernética, tentando impedi-lo. Além disso, tirando alguns momentos de real importância da história da ilha, algumas conversas com Amy, Tails, Knuckles e Sage são mera formalidade para encaixar uma piada ou relembrar um momento da franquia. Ainda assim, elas passam mensagens para nós, do tipo “por mais que esteja difícil o memento, temos que aproveitar o máximo, e esperar que o amanhã seja melhor e buscar novas experiências, ver o valor da vida, para não cair no esquecimento como as ruínas das Ilhas Starfall”.
Ao mesmo tempo, por mais que o protagonismo seja do Sonic, Dr. Eggman rouba todo os méritos na narrativa e digo mais, quase sem mexer um dedo! Sage é o novo sistema de Eggman com uma IA (Inteligência Absurda!#piada) fora do padrão que busca tirar seu criador do ciberespaço e por isso, tenta impedir o Sonic a qualquer custo. Porém, com a missão e o fervor do Ouriço Azul, Sage vai moldando seus sentimentos e aos poucos vai se transformando.
E para fomentar a franquia e curiosidade temos a origem da criatura Chaos, com seus primordiais: os Kocos. Essas criaturas viveram no universo há muito tempo, mas uma força misteriosa criou um êxodo onde os Kocos, com o auxilio das Esmeraldas do Caos, são atraídos para Angel Island em sintonia com a Esmeralda Mestre. Essa parte em si foi um capitulo inteiro, com um mapa simples. No entanto, do meu ponto de vista, poderia estar incluso no final, pois são as seis torres verticalizadas como uma gauntlet das mecânicas do game. Por que tanta cisma com verticalização?
Então, para toda história existe uma trilha, e por mais belo que seja os arranjos, para um jogo que sempre propôs intensidade e velocidade, faltou na partitura esse a frenesi. Afinal, ela só aparece nas musica autorais contra os chefes de cada área. Faltou um dinamismo para que quando o Sonic estivesse em ações radicais a trilha ganhasse intensidade, um detalhe mais rock que foi marcando a geração moderna. No ciberespaço isso melhora, mas a sensação é que a proposta não traz a essência de anos e anos de fabulosas trilhas, e acho que num todo foi um pé pra trás da Sonic Team.
Houve uma repaginada nas vozes, até porque nenhuma é eterna, mas acho que faltou um pouco mais de emoção na língua inglesa. A voz do Sonic pareceu focar em deixar mais adulto, mas não combina com o estilo e com as linhas, que geralmente envolve uma ironia ou piada.
Considerações Finais
Sonic Frontiers foi um desafio para a Sonic Team, uma proposta nova para dar uma novo caminho para a série, pois após o Generations não houve grandes inovações. Assim, o poder de controlar Sonic para qualquer lugar é a chave principal do sucesso de Sonic Frontiers. Claro que gostaria de ter a oportunidade de controlar outros personagens, ver ações e interações no mundo aberto, mas por enquanto este é o pilar para futuras ideias.
Sonic Frontiers equilibra diversão e desafio, permitindo jogar no seu ritmo, sendo de ação em fases ou exploração e colecionismo nos mundos. Com uma história que traz nostalgia aos fãs da franquia, ele peca um pouco nos momentos finais entre seus mini games e o chefe final.
Fico triste que um jogo construído tão belamente com efeitos de luz e sombra, paisagens e texturas bem feitas, não tenha um modo de fotografia. Gostaria muito de tentar pegar a ambientação de vários focos e não um muito fixado. Mas quem sabe a Sonic Team não veja essa matéria do Suco e em Sonic Frontiers 2 temos outros personagens jogáveis, upgrades personalizados e fotos.
E ai, você jogou Sonic Frontiers? Qual a sua opinião? Não jogou ainda? Então procure jogar sim! Adquira ele para sua plataforma e aproveite a localização para Português do Brasil para não perder nenhum detalhe de mecânica e história!
Sonic Frontiers está disponível para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, Nintendo Switch e PC (Steam). Confira as novidades desse novo jogo, busque as sete Esmeraldas do Caos e transforme de volta a realidade!