O medo do escuro, ou ainda, o medo de ficar sozinho em casa, é um sentimento que muitos partilham, ainda mais quando criança. Afinal, a criatividade em excesso, e o conhecimento do natural em falta, faz com que as sombras se tornem monstros e que os ruídos do vento virem rugidos. Então, quando não há um adulto para nos dizer que tudo vai ficar bem, pode se tornar um verdadeiro pesadelo. É esse tipo de medo que o longa Skinamarink, de 2022 com lançamento no Brasil em 2023, tenta invocar.

Primeiramente, o título consiste em uma palavra inventada, utilizada para se referir a uma canção de um musical da Broadway. Supostamente, ela tem o objetivo de incentivar o contato entre pais e filhos. Essa mesma palavra já ganhou espaço em muitas músicas infantis, talvez você até já tenha lembrado uma: “Skinimarinki”, que a cantora e apresentadora Xuxa gravou no seu clássico ‘Xuxa só para baixinhos’.

De qualquer forma, o longa Skinamarink ganhou repercussão por seu estilo de filmagem experimental. Ou seja, com fotografia rodada em câmeras antigas, o foco dificilmente mostrando o rosto dos personagens, e o roteiro pouco convencional. Inclusive, muitos até chamaram de o filme mais assustador do ano, mas será que ele é tudo isso mesmo?

Canção de Ninar

A trama é bem simples: dois irmãos acordam uma noite e percebem que seu pai desapareceu, assim como todas as portas e janelas da casa onde estão. Então, presos nesse ambiente familiar, porém assustador, os dois esperam ser resgatados ao mesmo tempo que começam a presenciar eventos assustadores. Por exemplo, eles escutam uma sinistra voz sobrenatural que dá ordem aos meninos.

Se a premissa o deixou animado, calma, vá com expectativas baixas. Eu sou muito fã dos filmes “fora da caixinha”, mas Skinamarink vai bem além disso. Do contrário, ele oferece um filme com construção tão lenta e monótona que pode ser facilmente chamado de chato.

Eu gosto quando diretores, roteiristas e produtores vão além do comum e procuram explorar melhor a arte do cinema. Porém, mesmo assim, Skinamarink não conseguiu me conquistar.. Por mais que eu tenha tentando (bastante) entrar no clima do longa e acessar minha criança medrosa interior… não deu certo.

Como sempre, após assistir ao filme fui buscar ler mais a respeito da recepção que ele teve, é um costume meu. Com isso, vi que há uma divisão bem grande de opiniões, sendo uma parcela que achou o filme chatérrimo — assim como eu —, e outra que achou o “filme mais assustador de todos os tempos”.

Vale a pena?

SKINAMARINK
Imagem Divulgação

Sendo assim, acho que esse é o tipo de filme que é ame ou odeie, não há meio termo. Sua percepção vai depender do quanto consegue se contagiar com a atmosfera do filme e sentir empatia pelos dois meninos assustados.

Enfim, eu queria MUITO ter conseguido entrar nesse papel, mas não foi o caso, por isso eu não sei se recomendaria a qualquer um assisti-lo. Porém, caso você tenha ficado curioso, minha única dica é: não espere que ele saia dos cinemas, já que a experiência em tela grande, numa sala escura, e com uma boa ambientação sonora com certeza fará a diferença.

REVIEW
Skinamarink
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Doka
Bibliotecária, especialista em conservação de histórias em quadrinhos, pesquisadora na área de educação, princesa da Disney e apaixonada por Sailor Moon a mais de 20 anos.
skinamarink-cancao-de-ninar-reviewDois irmãos pequenos acordam no meio da noite e descobrem que seu pai se foi - nenhum sinal dele. Mas isso não é tudo, eles também descobrem que todas as janelas e portas de sua casa desapareceram, encontrando-se em uma terra da qual não podem escapar. A situação está ficando cada vez mais estranha, com elementos de sua casa que continuam desaparecendo misteriosamente. Sem saber o que fazer, os irmãos decidem ficar juntos, na sala, para assistir desenhos animados na TV, esperando que aconteça o que quer que esteja acontecendo com eles. Mas eventualmente eles começam a ouvir vozes dizendo o que fazer a seguir.