SiM é uma banda japonesa de rock que ganhou um enorme destaque no cenário musical japonês e internacional ao longo dos últimos anos. Formada em 2004, a banda mistura uma variedade de gêneros, incluindo rock, metal, punk, reggae e hip-hop, para criar seu barulho único e e avassalador.
Com vocais e letras intensas, SiM tem conquistado, a cada lançamento, um público cativado por sua energia e paixão. Assim, fundindo estilos musicais diversos, o grupo destaque das anisongs entrega músicas que variam de baladas emocionais a canções agressivas e cheias de atitude.
Em entrevista exclusiva para o Suco de Mangá, MAH, vocalista da banda, discorre sobre suas principais inspirações ao longo do processo criativo de seu novo trabalho, PLAYDEAD, abordando assuntos como conflitos pessoais, impactos da pandemia de COVID-19 e muito mais! Confira o bate-papo completo a seguir:
Entrevista com MAH, vocalista do SiM
Como uma banda japonesa com reconhecimento internacional, como vocês veem o papel da música em unir culturas e conectar pessoas de diferentes partes do mundo?
É uma grande honra, pois isso é algo com o qual muitos artistas sonham, mas nem sempre têm a oportunidade de realizar. Muitas vidas terminam sem que os sonhos se concretizem. O que deu à banda SiM essa oportunidade foi, sem dúvida, Attack on Titan, e somos extremamente gratos do fundo de nossos corações por isso.
Sua música combina diversos gêneros como rock, punk e reggae. Como essas influências diversas se unem no processo criativo de vocês? Vocês poderiam nos dar alguns exemplos de bandas que tenham inspirado o SiM desde o início de sua carreira?
Bandas como Sublime, RANCID, The Specials e The Clash misturadas com MUSE ou The Used – esse era o nosso conceito inicial quando começamos. Em seguida, conhecemos bandas de reggae rock como 311 e Skindred, o que nos fez pensar: deveríamos criar um som original, até mesmo diferente deles. Isso nos levou a misturar as batidas rápidas de SKA e PUNK com os breakdowns do metalcore.
Qual é a sua música favorita que você já criou para um anime? Por quê?
É The Rumbling. Não somente pelo reconhecimento que recebemos de outros (público), mas simplesmente porque eu tinha uma clara sensação disso, como se tivesse vindo das estrelas no momento em que criei a melodia de “If I lose it all …”. Foi uma sensação estranha que nunca havia experimentado em 22 anos, mesmo escrevendo músicas desde meus 14 anos.
Não dá pra falar de SiM sem citar The Rumbling, não é mesmo? A música atingiu um público imenso e é considerada por muitos como uma das melhores, senão a melhor, músicas presentes no anime Attack on Titan. Vocês esperavam tamanha repercussão? Conte um pouco sobre a experiência desta colaboração.
Os tempos se afastaram do rock, e estamos na era em que o hip-hop está florescendo. Em um ambiente assim, devo admitir que estava um pouco apreensivo quanto ao lançamento de uma balada de puro metal. Além disso, era uma faixa com uma certa intensidade, mesmo diferente de todas as músicas anteriores de Attack on Titan, então eu me perguntava se as pessoas poderiam pensar “O que é isso?” e não entenderiam. No entanto, coincidiu bem com o momento da narrativa em que a visão do mundo se transformou em desolação, e The Rumbling se tornou viral numa velocidade surpreendente. Foi divertido ver nossos fãs de todo o mundo enviando seus vídeos de covers todos os dias.
Qual outro anime vocês acham que combina com a sonoridade de SiM e vocês gostariam de colaborar?
Acredito que o que todos estão esperando é uma colaboração com Chainsaw Man. Pessoalmente, eu adoro “Kaiju No.8”. Acho que esse tipo de anime, com cenas de batalha poderosas, se encaixa perfeitamente com o som estrondoso do SiM, criando uma sinergia incrível.
Quais foram as principais referências de SiM no processo criativo de PLAYDEAD, seu novo álbum? Vocês poderiam compartilhar algumas das principais inspirações e temas por trás dele?
Como japoneses, não pudemos escapar do impacto da pandemia de coronavírus. Em termos de características nacionais, os japoneses são conhecidos por serem trabalhadores, por isso lidamos com a pandemia com cautela e provavelmente fomos um dos últimos países do mundo a fazê-lo. Foi por volta de abril de 2023 que realmente sentimos “Nossas vidas voltaram ao que eram antes!”
A mensagem subjacente é que devemos nos ressuscitar desse estado de opressão (que é o estado de fingir estar morto = PLAYDEAD) e voltar a ser quem realmente somos.
Outra questão é a comparação entre a perda de minha avó, que desenvolveu a doença de Alzheimer alguns anos antes, e a forma como meu filho de quase 6 anos está crescendo.
Foi um momento da minha vida em que testemunhei o fim e o começo da vida humana ao mesmo tempo, então acredito que minha própria visão da vida e da morte está evidente em algumas das letras deste álbum.
Quais são as expectativas para o futuro do SiM após PLAYDEAD, seu último lançamento? Vocês pretendem levar a turnê para países que ainda não tiveram a chance de ver SiM ao vivo?
No passado, uma vez que o álbum fosse lançado, faríamos uma turnê de cerca de 6 meses no Japão e isso seria o suficiente para aquele período (de promoção do álbum). E aí, em seguida, começaríamos a produção do próximo álbum. Essa era a nossa rotina e acredito que seja a mesma para todos os artistas japoneses. No entanto, desta vez, como vamos iniciar uma turnê mundial em vez de uma turnê em nosso país, espero que a atual fase de “PLAYDEAD” dure de um a dois anos. Neste momento, só anunciamos as turnês na Europa/Reino Unido e nos EUA, mas sinceramente esperamos visitar a América do Sul, Ásia e outros países. Estamos ansiosos para visitar países como o Brasil, Argentina, Peru e Chile, em particular, para shows ao vivo, onde temos fãs que nos enviam mensagens através das redes sociais há muitos anos.
Para encerrar nossa conversa com chave de ouro: Qual mensagem vocês gostariam de deixar para seus fãs brasileiros? Vocês costumam interagir com a fanbase do Brasil através das redes sociais?
Eu lembro de, muitos anos atrás, trocando mensagens com um fã, ele que disse que fez uma tatuagem inspirada nas letras do SiM. Não há nada que me deixe mais feliz do que perceber que nossa música está alcançando o outro lado do mundo. Amamos vocês! Aguardem ansiosamente nossos shows ao vivo!