E finalmente um dos live-action nipônicos mais aguardados, Shingeki no Kyojin, saiu! Chegou a hora dos titãs invadirem os cinemas japoneses em agosto – com uma breve premiere em julho nos EUA – e que, se tudo correr bem, chega ao ocidente no fim de setembro ou começo de outubro.
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Para quem ainda não conhece a franquia, Shingeki no Kyojin ou Attack on Titan – ou Ataque dos Titãs – é uma obra do mangaká Hajime Isayama e publicada na Shonen Magazine. Quando o longa estreou nas terras nipônicas, acabou abarrotando Minions e foi exibido em 437 salas com uma bilheteria de 5.1 milhões no primeiro final de semana.
Apesar do estardalhaço, o filme está bem dividido quanto as críticas. Já adiantando: Cuide bem de suas expectativas!
“Os seres humanos precisam lutar para defender a Terra de seres gigantes, os titãs, que estão atacando o planeta. Eren Yeager (Haruma Miura) é um garoto que pode se transformar em titã e assim, defender a humanidade. Ele parece ser a última esperança.”
Sobre Diferenças
Já de antemão: Pra galera que vai assistir e comparar com a animação ou mangá – mesmo que pareça inevitável – pare por aí. O live action de Shingeki no Kyojin “só” usa o universo da série como pano de fundo. Desde os nomes de localidades, personagens – novos e trocados – e mais: o curso da história.
Como sabemos, serão dois filmes e o próximo está agendado para 19 de setembro. Então o filme “termina e não termina”, sabe? O que já deu pra sacar é de que os roteiros de Yuusuke Watanabe e Tomohiro Machiyama, tem suas diferenças com o anime e mangá, mas bem provável que para o mesmo fim.
Se você não conhece o trabalho de Hajime Isayama, pode acompanhar o filme sem nenhum problema. O diretor Shinji Higuchi cuidou para que a história não se perca ou para que ela não pareça que esteja faltando um pedaço – alguém lembra do filme ‘The Last Airbender‘? Então :P.
Enredo Titãnico
O filme começa contando um pouco da independência dos três personagens principais. Primeiro com Eren, um garoto aventureiro e que perdeu os pais logo cedo; A companheira e frágil Mikasa e o inteligente e inventor Armin, que busca uma vida além das muralhas e deseja vislumbrar o grande mar. Estes três, representam uma pequena parcela de uma pequena parcela que sobrou da humanidade. Ela, assombrada a séculos por titãs, estes, que se alimentam de nós, humanos e mais: Por puro desejo de matar.
Estes titãs se desenvolvem além das muralhas, mas pouco se sabe sobre eles. Eles não possuem órgãos sexuais, logo como se reproduzem? Eles variam de tamanho e aparência: De poucos “oito metros”, até os raros de 60 metros pra mais. É aí que num clima de steampunk-pós-apocalíptico, a trama se desenvolve e com base na Jornada do Heroi, temos o protagonista Eren no chamado da aventura logo no começo do filme e o que lhe motiva a entrar na guarda da cidade.
A Toho é conhecida pelos filmes de Godzilla, ou seja, de grandezas ela entende. Em diversos pontos do filme, estamos com aquele sentimento dividido entre: “Uau, isto está demais!” e “Poxa, parece os efeitos de chromas dos sentai 80’s”. Tudo bem que os efeitos especiais e CGI do filme, não são de fato o problema real. Com relação a Toho, é de que o longa parece se encaixar no “mundinho” deles de monstros gigantes e não no universo de Shingeki no Kyojin em si.
Apesar do roteiro estar até que bem estruturado, a edição e montagem fica devendo um pouquinho por aqui. Cada cena parece ter um “começo, meio e fim” e não tá aquele tom orgânico e fluidez ao filme. Em diversos momentos – e para quem assistiu o anime – temos a sensação “episódica”, ou seja, parece que o filme não foi pensado como um todo.
Descaracterização
Já dito anteriormente, muita coisa mudou por aqui. Não temos a mãe de Eren e muito menos é citado o Pai e o misterioso porão. Alguns personagens não existem e outros foram adicionados, mas o mais interessante: Rivaille/Levi foi simplesmente “trocado” e substituído por Shikishima e seu bigode safado. Nada contra o personagem, mas ainda não convenceu e bem provável que teremos um trabalho maior com ele no segundo longa.
Este é um dos pequenos pontos de mudança e parece uma birra pessoal, mas não deu pra passar batido. O pessoal que acompanha toda a franquia, vai ficar receoso com algumas cenas e curioso do que isso pode se tornar no segundo filme. O que realmente chama a atenção na mudança de curso da trama é como os roteiristas vão trabalhar o triângulo amoroso de Eren, Mikasa e o “homem mais forte do mundo”, Shikishima. Poxa, é estranho o.o’
Salvando o Mundo
Nem tudo está perdido neste primeiro live action de Shingeki no Kyojin. A caracterização, figurino e cenários, é um colírio para os olhos e para quem queria ver aquela gigantesca muralha de forma “real”, e de fato, ela é GIGANTE. A fotografia do início do filme é muito bacana, assim como todo seu momento introdutório, até termos Eren na tropa de exploração.
Quanto aos efeitos especiais e CGI, não tem muito o que falar em relação ao trabalho dos titãs. A Toho sabe muito bem o que faz e essa técnica de mesclar computação gráfica com “bonecos reais”, dá uma sensação de realidade ainda maior. Os titãs estão horrorosamente assustadores e bizarros. O que pode causar uma estranheza, é quando a ação fica em torno do equipamento 3D, e ter aquela sensação de “chroma aqui”. *Desculpa pela brincadeira =p*
Na questão técnica, o que chamou a atenção foi a qualidade dos efeitos sonoros e da trilha que está bem similar a temática épica da animação. Com relação aos ruídos e gritos dos gigantões, isto aqui está muito bem trabalhado também; Repare no choro do bebê gigante.
Um golpe na nuca
Shingeki no Kyojin – O Filme, vale SIM o seu tempo. Se você desconhece toda a franquia, ele será um filme mediano-bom e com uma sensação de gore/thrash anos 80. Se você acompanha o mangá ou anime, é recompensador ver os cenários e o trabalho com os gigantes, mas talvez, terminar por aqui. Pode lhe causar uma estranheza algumas mudanças e descaracterizações ao longo do filme.
Se as mudanças do filme levarem para o mesmo fim da obra de Isayama, fica aqui nossa curiosidade de como os roteiristas e a direção de Higuchi vai levar os fatos e aí, pode ser o perigo. Se levarem como uma obra “spin-off” e paralela, pode ser que tenha uma aceitação maior de crítica e público.
Aguardemos a sequência ^^