O novo disco de SEULGI, do Red Velvet, um dos primeiros grandes lançamentos da SM em 2025, grita crise criativa. As boas ideias estão ali, visíveis, mas nunca se concretizam. O resultado é um conjunto apático e banal, sem qualquer traço marcante.
Accidentally On Purpose tenta emular uma estética anos 2000 que até faz sentido, mas pouco vai além de suas linhas de baixo e cordas ocasionais. O álbum flerta com um som alternativo, mas entrega um festim de pop mastigado com guitarras breves e sem impacto.
Concepção frívola
É um disco fraco em suas concepções. Infelizmente, não é a primeira vez que SEULGI desperta o interesse do público com imagens promocionais de tirar o fôlego, apenas para entregar um trabalho que pouco dialoga com essa construção visual toda.
Claro, não é justo julgar um álbum apenas pelas expectativas, mas o contraste entre os visuais e a música é evidente. Enquanto as imagens vendem bem as cópias, o álbum em si soa como algo inexpressivo no ponto de vista do que ela pode entregar — o que, no fim, talvez seja suficiente. Pelo menos vendeu.
28 Reasons, ao menos, tinha faixas interessantes e com valor de replay. Já Accidentally On Purpose dificilmente cativará alguém que não seja fã de SEULGI ou do próprio Red Velvet.
Conclusão
A situação piora quando faixas como “Rollin’ (With My Homies)”, pensadas para elevar o conjunto, não entregam nada surpreendente. Essa, por exemplo, lembra “MORE & MORE” do TWICE, mas sem vida, sem ritmo tropical, sem força.
“Whatever”, “Playing” e “Weakness” tentam assumir uma identidade mais atmosférica, mas falham. São músicas que têm tudo para dar certo, mas não dão. Accidentally On Purpose desperdiça suas boas ideias mesmo quando chega perto de algo palatável. O gosto amargo permanece. A SM está em maus lençóis, e não há dúvidas disso.