No final de 2014 a comunidade gamer recebeu o trailer de um estúdio independente do que parecia um jogo que bebia em DOOM e bioshock. O nome do jogo, Scorn, logo tomaria a boca de muitos com uma ideia tão ambiciosa no que parecia um ambiente biopunk e misturava elementos de tiro em primeira pessoa.

Juntamente com isso, um Kickstarter surgiu para tentar o financiamento do jogo. Em seguida, em 2017 tivemos a primeira demo junto com uma proposta do lançamento em duas diferentes partes, sendo a primeira em 2018. No ano seguinte, os produtores resolveram que o jogo seria lançado em uma única parte. Então, depois de muito tempo – e expectativa – em 2022 finalmente tivemos acesso ao lançamento do que muitos chamavam de possível Jogo do Ano.

Depois de uma introdução dessas talvez você esteja confuso porque o que seria “O jogo do Ano” ganhou o famoso mixed reviews, com centenas amando e mais uma centena detestando jogo de todos os jeitos.

Afinal, o que é Scorn?

Primeiramente, Scorn se vende como um jogo de aventura em primeira pessoa em um ambiente sombrio repleto de pesadelos e criaturas esquisitas. Apesar de muitos descreverem o mesmo como “survival horror”, acredito que tenha sido um erro de interpretação daqueles que haviam jogado a demo, ou ainda visto o trailer, gerando a decepção seguinte ao seu lançamento. Não que Scorn não tenha elementos de horror, ele possui, mas não espere um jogo assustador onde você é perseguido por monstros assustadores. AO ocntrário, Scorn é uma aventura visceral em um ambiente desconhecido com uma mistura de quebra-cabeças e combate, mas acima de tudo: exploração.

Você acorda sem entender ao certo quem é ou onde está, sem qualquer resposta ao seu redor, apenas um ambiente que parece uma mistura de tecnologia com seres vivos. Nesse contexto, com um tipo de parasita acoplado a nós (possivelmente nos matando) só temos uma opção: seguir adiante. Para onde? Para quê? Isso você vai ter que jogar para descobrir.

Além disso, outro fato que gerou uma “indignação” coletiva foi o game optar pela ausência de diálogos. Mas quando digo ausência, eu não me refiro a falas, e sim qualquer tipo de explicação de qualquer forma. Nessa sociedade inóspita e assustadora, nós podemos apenas supor o que achamos que tudo aqui é, seja pelas pistas deixadas nos murais, estátuas, ou nas próprias criaturas.

Scorn
Divulgação: Steam

Impressões do game

Se eu fosse descrever Scorn com uma palavra seria “pesadelo”. Enquanto jogava eu me senti num daqueles pesadelos onde acordamos sem saber onde estamos, mas por alguma razão seguimos em frente com objetivos que não entendemos. É lindo, horrível, e questionável. Aqui você não terá respostas, apenas uma avalanche de visuais, seres misteriosos e uma missão: sobreviver.

O jogo tem cerca de quatro horas pode ser jogado de maneira individual e está disponível para PC ou Xbox Series. Além disso, o jogo também disponibiliza para compra a trilha sonora original (belíssima) e uma outra joia: o ArtBook do game que também conta mais sobre a história que todos queriam saber, em quase 200 páginas!

Da minha parte, acho que o jogo entregou o que esperava, e eu não achei o valor cobrado abusivo, tendo em vista a qualidade entregue (que é altíssima para um estúdio independente). Sei que a frustração por jogos mais “fora da caixinha” às vezes abate muitos, seja por não atender expectativas criadas por trailers, ou ainda não entregar a história de bandeja, mas isso diz mais sobre as pessoas do que sobre o jogo em si.

Scorn
Divulgação: Steam

Scorn é uma aventura majestosa, e estranhíssima, de um jeito belo e horrível ao mesmo tempo. Se podemos todos concordar, amantes ou não do jogo, é que faz tempo que não víamos algo tão diferente.