O Armazém 14 do Engenho Central vai receber 410 trabalhos de 215 artistas de 32 países para a mostra principal do 44º Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Eles foram selecionados no último final de semana entre os 2.985 enviados por 560 artistas de 57 países. O júri de seleção escolheu 108 caricaturas, 70 charges, 79 cartuns, 73 tiras, 46 prêmios temáticos Criança e 34 temáticos Saúde.
Confira também: Salão de Humor recebe 2.985 trabalhos de 560 artistas e 57 países
O 44º Salão Internacional de Humor é realizado pela Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria Municipal da Ação Cultural e Turismo (SemacTur) e Cedhu (Centro Nacional de Documentação, Pesquisa e Divulgação do Humor Gráfico de Piracicaba) e faz parte das comemorações dos 250 anos de Piracicaba. A mostra será aberta no dia 26 de agosto e poderá ser visitada até 12 de outubro, no Armazém 14 do Engenho Central, com entrada gratuita.
O júri de seleção foi composto pelos cartunistas William Hussar, Junião e Orlando Pedroso, pelo professor do curso de publicidade, propaganda e criação da Universidade Presbiteriana Mackenzie Ricardo Morellato, pelo caricaturista Baptistão, pela ilustradora Maria Eugênia e pela produtora cultural Ana Helena Curti.
Baptistão, que já participou do Salão como jurado de premiação em outras edições, a seleção foi um desafio. “O trabalho e a responsabilidade são muito maiores. É mais frustrante ser eliminado na seleção do que não ser premiado. E, talvez para a maioria dos participantes, ser selecionado em Piracicaba já é um prêmio. Por isso tivemos de julgar os trabalhos com muito critério. A turma que a organização reuniu foi muito boa, houve respeito mútuo, o que fez com que o trabalho fluísse muito bem. Acho que estamos tranquilos por ter feito o melhor trabalho que pudemos fazer”, analisou.
Entre os temas que predominaram, é possível destacar o presidente dos EUA, Donald Trump, em caricaturas e charges, e o muro que ele propôs para separar o país do México. As tecnologias e as redes sociais também inspiraram os cartunistas, assim como o drama dos refugiados.
A secretária da Ação Cultural e Turismo, Rosângela Camolese, que acompanhou a seleção, agradeceu aos jurados pelo trabalho que durou o fim de semana todo. “Tenho certeza que o comprometimento do júri foi total. A escolha não é fácil. Exige conhecimento e olhar apurado, o que não falta aos profissionais designados para a tarefa”, disse.
O presidente desta edição do Salão, José Alberto Lovetro, o Jal, também esteve na seleção. “A responsabilidade de julgar tantos ótimos trabalhos dos artistas inscritos só poderia ter um júri de notáveis como esse. Fiz questão de, pessoalmente, cumprimentá-los pelo árduo e perfeito trabalho”, disse Jal.
Para o diretor do CEDHU e do Salão de Humor, Erasmo Spadotto, a tarefa foi difícil, porém muito divertida. “Foram dois dias de trabalho pesado para os sete jurados, mas foi gratificante. O clima esquentou na seleção”, diverte-se Spadotto. “O que importa é que o público verá trabalhos de qualidade, o que mostra que o Salão, mais uma vez, será um sucesso e muito bem-humorado”, garante.
JÚRI DE PREMIAÇÃO – Os trabalhos selecionados serão analisados no dia 19/08, por outro júri, que irá decidir sobre a premiação. Esse júri será formado pelo caricaturista Jean Mulatier (França), pelos cartunistas Arturo Kemchs (México), Raul Fernando Zuleta (Colômbia) e Fernando Gonsales (Brasil), pela pesquisadora em história em quadrinhos e doutora em ciências da comunicação Sônia Luyten, pelo diretor geral da Pinacoteca de São Paulo, Tadeu Chiarelli, e pela publicitária e comediante do Festival Risadaria, Arianna Nutt.
Os vencedores das categorias cartum, caricatura, charge, quadrinhos e dos prêmios temáticos vão receber premiação no valor total de R$ 55 mil.
Com cartaz criado pelo cartunista Luiz Gê, o 44º Salão de Humor terá uma programação intensa, que inclui mais de 15 exposições paralelas no Engenho Central e em outros espaços, entre elas o 15º Salãozinho de Humor, com cartaz de Mauricio de Sousa.
HISTÓRIA – O Salão Internacional de Humor de Piracicaba surgiu em 1974, durante a ditadura militar, como iniciativa de um grupo de jornalistas, artistas e intelectuais atuantes no cenário político. A partir do sucesso das primeiras edições e do apoio da turma do jornal carioca O Pasquim, importantes cartunistas brasileiros contribuíram para a transformação do Salão em um dos mais conhecidos encontros do humor gráfico no Brasil e no exterior; é, ainda, um dos concursos mais antigos do gênero.