Espíritos. Morte. Reencarnação. Shinigami. Nada disso é novo para quem já lê mangás ou acompanha algumas séries de sucesso como Bleach e Death Note.

A novidade aqui é que dessa vez temos mais um nome de peso por trás: Rumiko Takahashi. Com o decorrer da segunda temporada de Rin-ne – ou Kyoukai no Rinne – que começou em abril, hora de dar uma olhada neste novo título da renomada autora de InuYasha e Ranma ½.

Com o vasto currículo de sucessos de Rumiko, as comparações com obras antecessoras são inevitáveis e é visível a marca de Takahashi em Rin-ne. O importante é nos atentarmos para as diferentes premissas da atual obra e lembrar que, apesar da aposta da trama de Rin-ne não ser nenhuma novidade para o público, praticamente nenhuma outra série com a mesma temática decepcionou. Rin-ne também não tem motivos para decepcionar.

Uma pacata e estudante colegial… 

A história gira em torno de Mamiya Sakura, uma jovem e pacata estudante do colegial. A princípio Sakura se mostra uma personagem bastante plana, sem uma personalidade ou característica muito marcante senão a sua doce voz, interpretada por Marina Inoue, e sua tranquilidade ao lidar com qualquer situação, seja ela típica ou atípica. Sakura aparenta ser uma garota como qualquer outra de sua idade não fosse por um pequeno detalhe: ela pode ver espíritos.

Sua calma rotina escolar é interrompida com a chegada de um aluno até então sumido, Rokudou Rinne. Rinne é um jovem meio-humano e meio-shinigami, algo nada inédito nas obras de Rumiko. InuYasha e Ranma já trazem essa temática da miscigenação e transformação de personagens. Mas Rokudou é um rapaz bem menos agressivo e desequilibrado frente aos nomes anteriores. Porém, há aqui uma caraterística tão marcante quanto: Rinne é um pão-duro, pobretão e mão-de-vaca de primeira que faz o possível para conseguir algum trocado e isso inclui pedir emprestado de Sakura ou até mesmo cobrar pelos seus serviços de shinigami. Para isso, Rokudou conta com a ajuda de seu haori, uma veste que o coloca fisicamente ao mesmo nível dos espíritos. Seu objetivo principal como shinigami é guiar os espíritos vagantes ao Anel de Samsara, o Anel da Reencarnação no Budismo. O trabalho se torna mais fácil ao comprar os equipamentos shinigami disponíveis no mercado. Para isso, Rinne vai precisar do que mais lhe falta sempre: alguns trocados.

Grande retorno

Rumiko volta com todos os seus traços marcantes no mangá e o seu talento narrativo que faz sucesso há gerações. A trama, apesar de tratar da temática da morte e reencarnação, traz a tão característica comédia da autora, as disputas amorosas, os pequenos personagens fofos e os mais agressivos de forma bem dosada e natural. Tudo isso numa história que, apesar de ainda não ter um arco linear e forte, vem abrindo espaço para o desenvolvimento de cada personagem.

O anime está sendo produzido pelo Brain’s Base, estúdio que já traz outros bons títulos como Natsume Yuujincho e até o momento não deixa a desejar em nada. Falando nisso, à título de curiosidade, o seiyuu Kappei Yamaguchi volta a marcar presença em mais uma obra de Rumiko Takahashi. O primeiro trabalho de Kappei foi o personagem-título em Ranma 1/2 , talentosamente perpetuado em InuYasha, também como o personagem que dá nome à série. Em Kyoukai no Rinne, Kappei dá voz à Sabato Rokudo, o mesquinho pai de Rokudo Rinne.

O mangá teve seu primeiro volume publicado em 2009 e atualmente está no volume 30 em formato tankobon. A edição americana vem sendo publicada online concomitante com a edição japonesa. Ainda não há informações sobre o lançamento no Brasil. Quanto à animação, a primeira temporada completa está disponível no Crunchyroll e novos episódios da segunda temporada saem todos os sábados às 8h da manhã.

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