Já nos primeiros minutos de Red Data Girl, temos a cena da garota cortando os próprios cabelos, e acaba errando o corte da franja.

Nenhum problema disso não é? Errado! Aos poucos com a história, vamos descobrir que Izumiko não é uma garota comum.

Izumiko gostaria de viver como uma garota normal…

Ela não pode usar computadores, celulares ou mesmo estar próxima de qualquer componente eletrônico.

De blackout a explosões, tudo pode acontecer ao seu lado. Miyuki – aquele a quem a garota foi dada  a seus cuidados – toma conta dela: seja para não entrar em perigo, seja para que outras pessoas também não entrem.

Eles não possuem uma boa sintonia, conversam pouco e esse pouco já se torna uma discussão.

A trama vai colocando os personagens naturalmente. Eles aparecem do nada, somem e depois voltam. Sem aquele clichê de quê: Tal episódio aparecerá X personagem. Não!

Esse é um dos fatos que deixam a série um tanto quanto confusa – pelo menos até a sua metade – mas é também, um dos motivos da riqueza de cada um na trama.

Izumiko não pediu para ser o que é. Não pediu para ter poderes. É tímida, mas dá seu pitaco quando não aprova algo. Miyuki parece não gostar da tarefa que foi incumbido. Não se identifica com Izumiko – pelo menos não no início.

Quis deixar claro nos parágrafos acima, que o interessante de Red Data Girl é o relacionamento dos dois personagens principais e de sua evolução na trama.

Ao mesmo tempo que Izumiko vai se conhecendo – e nós também – Miyuki, inegavelmente  vai gostando mais e mais dela, apesar de que ele, orgulhoso, acaba não demonstrando muito. Esse é o ponto forte de RDG, em como as coisas acontecem, naturalmente.

Quanto ao desenrolar da trama

Demora um tempo para descobrirmos que a trama é com espíritos, deuses e seres do sobrenatural. Até mais ou menos a metade da série, o ritmo é super lento e confuso.

Seria intencional a apresentação do plot/personagens/mistérios nesta primeira metade e na segunda o “pau comer”?

Também não é assim que sucedeu. Enquanto a parte social das personagens se desenrola, o núcleo principal acaba incompleto nestes 12 episódios e a série acaba cheia de buracos inexplicáveis.

O contato com o sobrenatural

O que acabei me identificando com a série acabei gostando é quanto ao folclore japonês. Há todo misticismo com o cabelo, com a natureza – as florestas da série são muito lindas – e de certa forma com os animais.

Encarnações, o corpo como receptáculo de um espírito, troca de corpos e ‘viagem astral’ também são temas abordados na série – principalmente os dois últimos episódios em que há muito do contato com o ‘outro mundo’.

Se você gosta daquele duende japonês narigudo, o Tengu, ele também acaba “aparecendo” diversas vezes. 

E a qualidade técnica?

P.A. Works (Angel Beats!, Another) junto com o Studio Easter, trazem o melhor das ambientações naturais, cenários e paisagens.

É um colírio para os olhos as cadeias de montanhas, florestas e o foco em que os designers tiveram com os detalhes – principalmente com os templos.

O que posso esperar da série?

Como dito acima, o que podemos concluir é que o melhor que a série tem a nos mostrar é a evolução do relacionamento entre os protagonistas, da ambientação de cenários e da temática folclórica japonesa.

Não assista querendo um roteiro enxuto, direto e terminado. Ele não é! E como melhorar isso? Lançando uma continuação? Talvez. 

Red Data Girl é uma adaptação de 6 livros de Noriko Ogiwara – não sei quantos destes foram adaptados para o anime – e que merece um cuidado maior dos produtores, pois tem grande potencial.

Se houver uma segunda temporada, espero um capricho maior no trabalho Michiko Yokote (responsável pelo roteiro adaptado).

REVIEW
Red Data Girl
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BELLAN
O #BELLAN é um nerd assíduo e extremamente sistemático com o que assiste ou lê; ele vai querer terminar mesmo sendo a pior coisa do mundo. Bizarrices, experimentalismo e obras soturnas, é com ele mesmo.
red-data-girl-reviewUma fantasia moderna baseada nas lendas japonesas Shinto. Suzuhara Izumiko é uma garota de 15 anos que foi criada e protegida em um templo nas montanhas Kumano. Ela é bastante tímida e destrói todos os dispositivos eletrônicos nos quais toca. Quando ela começa a pensar em sair das montanhas e se mudar para a cidade, o guardião dela, Sagara Yukimasa recomenda que ela entre em um colégio de Tóquio e força o seu filho, Miyuki, a servir Izumiko enquanto ela viver. Miyuki e Izumiko se repelem, mas seu relacionamento começa a mudar quando um terrível acidente acontece na excursão da escola. Izumiko aprende sobre o seu destino como a última representante (Yorishiro) de uma deusa Himegami e Miyuki aprende sobre o seu dever de guardião Yamabushi de Izumiko.