quinta-feira, junho 12, 2025
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Pivot of Hearts | O Game Brasileiro Que Está Conquistando Otakus

Jogos de simulação de namoro, e visual novels, são exatamente meu tipo de jogo e, mesmo que eu adore um bom harém invertido, eu sempre estou aberta a outras possibilidades que envolvam esse tipo específico de jogatina, e é por isso que eu fiquei bastante ansiosa ao ver o trailer de Pivot of Hearts, e ainda mais feliz de ter a oportunidade de experimentar o game pouco antes de seu lançamento, em 21 de maio.

O jogo, desenvolvido pelo estúdio brasileiro Dragonroll Studio, é um presente para os brasileiros, ainda mais se for da bolha nerd paulistana, com todo o tipo de referência possível, desde nossos desenhos de infância, até nossos passatempos favoritos, mas será que essa mistura funciona?

Wen, você é que nem eu!

Nosso protagonista é o jovem Wen, um rapaz taiwanês-brasileiro que trabalha em um estúdio de games, e ele é muito semelhante a mim, e provavelmente a você também. Fã de clássicos como “Guerreiros do Horóscopo”, e bastante introvertido e tímido, Wen é exatamente o reflexo de muitos de nós otakus/gamers na vida adulta. Sua vida, de certa forma, se resume ao trabalho, e ele ainda encontra dificuldades em estabelecer relações com outras pessoas, principalmente já que seus amigos do colégio…, bom, há um pequeno drama aí.

A trama do jogo se inicia com dois pontos de mudança na pacífica vida de Wen, primeiro ele recebe um convite de uma antiga amiga para começar uma nova campanha em RPG de mesa, e segundo: uma nova pessoa começa a trabalhar no estúdio de games do qual ele faz parte. Esses dois acontecimentos é o que regem o jogo, e as situações de conquista/namoro que vão ser oferecidas.

Confiar no coração das cartas

Assim como outros jogos de gênero, o jogador terá que tomar decisões que irão ditar os acontecimentos a seguir, para tal, Pivot of Hearts introduz as cartas de tarô, onde para cada “caminho” há quatro opções baseadas nos naipes: Espadas, Copas, Ouros e Paus. A ideia é que cada naipe signifique uma decisão baseada em uma emoção, porém, a grande questão é que as cartas são limitadas, e você vai ganhando-as (ou perdendo) de acordo com a sequência de eventos, então pode ser que haja uma situação em que um naipe não está disponível pois você já o utilizou anteriormente. Nesse sentido há até mesmo uma questão estratégica nas escolhas.

Disfarçando as evidências, ou não

Pivot of Hearts é um jogo queer, e por isso nosso protagonista Wen terá escolhas que reflitam essa questão. Os alvos conquistáveis são Etsuko, uma amiga da época da escola que se afastou (e volta a encontrar na sessão de RPG), e Cauã, o novo funcionário do estúdio de games. Algo interessante no jogo é que, entre os diferentes finais disponíveis, há um com a possibilidade em um relacionamento poliamoroso, onde você irá terminar com ambos (não foi o final que eu consegui, infelizmente). 

Ambos os personagens conquistáveis, tanto Cauã quando Etsuko, são bem carismáticos a sua própria maneira. Eu senti que, inicialmente, o Cauã é dado muito mais holofote, mas esse aspecto se dá principalmente pois há todo o drama que afastou Etsuko, não somente isso, mas também o fato dele ser alguém “novo” na vida de Wen. Curiosamente, apesar das diferenças, eu sinto que ambos são muito parecidos, e eles complementam a personalidade mais contida e introvertida do nosso protagonista.

Mas afinal, funciona? 

Pivot of Hearts tem muita coisa boa: personagens, trilha sonora, jogabilidade (com as cartas!), a ideia de misturar RPG com elementos nostálgicos da nossa infância nerd, e tudo isso dá um sabor especial a mistura, eu diria que é isso que faz o jogo especial.

Porém…

O problema de Pivot of Hearts está na sua força, todos os elementos anteriores são ótimos, mas também são nichados. Eu poderia dizer que, alguém que vá jogar um jogo de namoro visual novel, MUITO provavelmente tem o mesmo passado que eu, e irá se identificar, mas também sempre há espaço para as pessoas que vão mergulhar nisso de primeira, e aí, bom, não sei se é a melhor escolha.

Eu também acredito que a brasilidade do jogo é brilhante, mas ao se propor em ser um jogo internacional, vai acabar esbarrando nas barreiras culturais de outros países. Será que alguém dos Estados Unidos, México, Portugal, França ou Índia conseguiria se identificar tanto com o jogo? Ou entrar na imersão? Eu já não sei responder. 

Minha opinião final é que, para mim, o jogo é muito bom, é divertido, é engraçado, é nostálgico, mas numa visão crítica geral, ele pode não conversar tanto com outros jogadores. Aí, é claro, entra mais um questionamento: quantos games dos Estados Unidos não se importam com esses mesmos fatores e nós continuamos consumindo? Será que é realmente um problema abraçar nossas raízes e referências? Ou devíamos procurar um meio-termo? Eu não me arrisco a responder, fica à sua própria opinião. 

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SINOPSE

acompanha Wén Xiàn, um desenvolvedor de jogos taiwanês-brasileiro que reencontra uma amiga de infância e forma novos laços que desafiam sua visão sobre o amor. Situado em São Paulo, o jogo aborda identidade, amadurecimento emocional e as complexidades das conexões humanas através de narrativas ramificadas conduzidas pelas escolhas do jogador.
Doka
Doka
Bibliotecária, especialista em conservação de histórias em quadrinhos, pesquisadora na área de educação, princesa da Disney e apaixonada por Sailor Moon a mais de 20 anos.

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