Fala galera! A entrevista de hoje é com o quadrinista Pedro Leite, que já o conhecemos por alguns eventos no estado de São Paulo.
Quem aí já leu ‘Quadrinhos Ácidos‘? É isso mesmo, ele é o autor deste grande sucesso das redes sociais e vai contar pra gente um pouquinho de como surgiu esta ideia.
“Com o poder das redes sociais, somos capazes de gerar discussões na internet, fazer com que o pessoa reflita e converse entre si de acordo com o tema abordado no quadrinho. Isso é fantástico”
Pedro Grehs Leite é ilustrador e publicitário de Porto Alegre, tem 32 anos de idade e tem como projeto de vida o domínio do mundo como cartunista.
É formado em Publicidade & Propaganda pela ESPM/RS e atualmente trabalha como Diretor de Arte além de ser ilustrador freelancer. Hoje em dia é considerado um dos maiores desenhistas do Brasil, chegando a ter mais de 2m de altura.
Tem três livros publicados: Onde Meu Gato Senta, Tirinhas do Zodíaco e Quadrinhos Ácidos.
Como surgiu o interesse por arte sequencial?
Acho que como a maioria das pessoas, eu comecei a gostar de desenhar na infância. Além de desenhos animados eu sempre gostei muito de quadrinhos (Turma da Mônica e Homem-Aranha). Depois fui crescendo e me afastei um pouco disso.
Depois que me formei em Publicidade & Propaganda que eu voltei a realmente me dedicar mais aos quadrinhos. Foi aí que comecei a desenhar as tirinhas e aproveitar a internet para divulgar o meu trabalho.
Qual foi a motivação pra começar a fazer quadrinhos?
A principal motivação para se fazer essa arte (e qualquer outra) é primeiro sentir prazer com isso.
Além disso, percebi que de certa maneira, com o poder das redes sociais, somos capazes de gerar discussões na internet, fazer com que o pessoa reflita e converse entre si de acordo com o tema abordado no quadrinho. Isso é fantástico.
Você se inspira em algum artista em particular? Qual(is)?
Muitos. Os principais seriam Charles Schulz (Snoopy), Liniers (Macanudo), Bill Watterson (Calvin & Haroldo), Sergio Aragonés (Groo), Maurício de Sousa (Turma da Mônica) e Alexandre Beck (Armandinho).
Também Gosto muito de várias séries webcomics de hoje, como o Um Sábado Qualquer, Willtirando, Mentirinhas, etc. Tudo inspira.
O que você considera ser o maior desafio em trabalhar com quadrinhos?
A questão financeira. Não é fácil conseguir dinheiro apesar do Quadrinhos Ácidos ter uma ótima repercussão na internet (430 mil seguidores no Facebook). Além de ser difícil vender a arte, as pessoas também estão acostumadas a achar que tudo deve ser de graça.
Os jornais parecem não dar muita atenção mais aos quadrinhos: já que existem tantos webcomics com muitos acessos na internet, porque os jornais não tem interesse em publicá-los? É um desafio.
Como você avalia o cenário de quadrinhos no Brasil?
Não sou um especialista para falar sobre isso. O que posso dizer é que me parece que nos últimos anos os quadrinhos em geral migraram das bancas para as livrarias. Hoje em dia vemos muitas editoras lançando edições de quadrinhos muito bem acabadas, nas próximas livrarias.
É como se os quadrinhos estivessem começando a ser tratados com mais respeito. Porém, a tal “crise” parece ter prejudicado bastante esse meio. Perdi alguns patrocinadores do meu site de quadrinhos por causa dela.
Como surgiu a ideia de criar o ‘Quadrinhos Ácidos’?
O Quadrinhos Ácidos surgiu da minha necessidade em extravasar algumas insatisfações minhas. Quem acompanha a série nota que a maioria das tirinhas estão sempre criticando algo de maneira construtiva.
“É como se os quadrinhos estivessem começando a ser tratados com mais respeito”
Acho que isso surgiu porque estou começando a ficar velho (32 anos) e me sinto mais ranzinza em relação a alguns assuntos.
Como foi receber na categoria de Melhor Fanzine o prêmio Angelo Agostini?
Foi legal, mas nada que mudou a minha vida.
Outro projeto pelo qual muita gente te conhece é o “Tirinhas do Zodíaco”. Como foi a concepção e quais são as inspirações para as tirinhas?
Esse foi a minha primeira série de sucesso na internet. Eu criei as Tirinhas do Zodíaco de brincadeira junto com o meu amigo Rafael Koff, postamos na internet só para ver a reação do público e a série imediatamente viralizou nas redes sociais. Assim pensamos em continuar a criar os quadrinhos até conseguir produzir o livro (que já está na sua 3ª reimpressão).
Foi muito legal e foi o meu pontapé inicial para os quadrinhos. Apesar de só os fãs do desenho Os Cavaleiros do Zodíaco entenderem a nossa paródia, ela conseguiu uma boa repercussão na época.
Falando em “Tirinhas do Zodíaco”, qual seu Cavaleiro do Zodíaco “favorito”? – não vale o do signo heim??? (brincadeira :P)
Gosto muito do Hyoga de Cisne e também do Aldebaran de Touro. Ambos são fortes, mas apanharam muito no desenho.
Se você tivesse um super-poder, qual seria?
Voar, é claro!
Algum projeto para os próximos meses e/ou algo que pode nos contar e adiantar para seus leitores e que estão acompanhando esta entrevista?
Por enquanto estou tentando criar uma nova série mais focada para o público infantil. Mas ainda é cedo para dizer qualquer coisa. Agradeço a divulgação!