Menos de um ano após o lançamento inicial de X – A Marca da Morte , Ti West voltou às telas de cinema com o que seria o prólogo, ou prequel, do primeiro filme: Pearl.

Então, votado como um dos melhores filmes de terror de 2022, e lançado nas terras brasileiras em 2023, Pearl é um longa que tem como protagonista a jovem que o filme leva o nome.

Enredo

Durante um período de pandemia de gripe, a mulher passa seus dias vivendo numa fazenda com seus pais. No entanto, o patriarca da família necessita de cuidados constantes devido as suas condições de saúde. Enquanto isso, Pearl espera ansiosamente pela volta de seu marido que luta a primeira guerra mundial.

Entretanto, o que ela mais espera é uma oportunidade de mostrar ao mundo a estrela que ela é, dançando e aparecendo nas telas de cinema que nem as atrizes e dançarinas que ela assiste escondida.

Chega a ser cômico como um filme com uma sinopse tão simplista e “soft” esteja na categoria de terror, e não de drama ou romance. Afinal, nós sabemos (caso já tenha assistido o primeiro filme da trilogia do Ti West) que Pearl está longe de ser uma jovem normal. Tomada por instintos e desejos cruéis, ela divide seu anseio de ser famosa com sua sede de sangue, que cresce conforme o filme se desenvolve.

Mesmo assim, a trama simples não é o que faz do filme brilhante, e sim a atuação da protagonista Mia Goth, no papel da sádica Pearl. Com seu jeito peculiar, ela consegue encarnar em uma personagem caricata, cômica, assustadora e marcante, que facilmente fica nas nossas mentes mesmo semanas após assistir ao filme.

Fuga do Padrão

Não  espere um longa de terror clássico, aqui Ti West está numa abordagem mais tragicômica. Assim, Pearl conduz cenas absurdas e sanguinolentas com altas pitadas de humor ácido e sensualidade.

O estúdio produtor do longa, A24, é famoso por seus filmes “fora da caixinha”. Ele já nos presenteou com pérolas como Hereditário, e os ganhadores do Oscar “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” e “O Baleia”. Então, não espere uma produção comum, Ti West faz questão de criar uma mistura de musical com terrir ambientado no Texas durante o período de guerra.

Ainda que Mia Goth roube os holofotes no quesito atuação, os outros atores estão todos muito bem, conseguindo atingir o objetivo e sendo bastante críveis, em comparação a psicopatia da protagonista. Em especial os pais de Pearl, Tandi Wright e Matthew Sunderland, que dão um show como a rigorosa Ruth, e o incapacitado pai.

Veredito

Pearl
Imagem Divulgação

Fotografia, áudio visual, e efeitos práticos são um espetáculo a parte e contribuem para a elevação da qualidade da produção. Ainda assim, é sempre importante destacar que, por ser um filme não tão convencional, pode ser que muitos não gostem do longa. Afinal, ele foge dos moldes pré-estabelecidos do horror enlatado norte-americano.

Em suma, Pearl é uma experiência interessante, divertida, que não assusta. Mesmo assim, horroriza seus telespectadores e deixa uma crescente ansiedade para o terceiro – e último – filme da franquia X, Maxxxine, ainda sem previsão de lançamento.

REVIEW
Pearl
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Doka
Bibliotecária, especialista em conservação de histórias em quadrinhos, pesquisadora na área de educação, princesa da Disney e apaixonada por Sailor Moon a mais de 20 anos.
pearl-reviewPearl é mais um capítulo do mundo distorcido de X do cineasta Ti West. O ano é 1918, e a jovem Pearl (Mia Goth) está obcecada em se tornar famosa. Presa na fazenda isolada de sua família, Pearl se vê obrigada a cuidar de seu pai doente, e viver sob a vigilância constante de sua amarga e autoritária mãe devota. Desejando uma vida glamourosa como ela viu nos filmes, Pearl encontra suas ambições, tentações e repressões entrando em conflito. Nesta história da origem da icônica vilã de X, quando o sonho de ser finalmente uma estrela é negado a ela, ela começa a assassinar, até alcançar o que deseja. Filmado secretamente e simultaneamente com X: A Marca da Morte (2022). Pearl serve como prequela do filme, mostrando o início da vida da personagem-título décadas antes dos eventos de X.