Dos dias 8 a 11 de novembro de 2022, o Píer Mauá abrigou a Rio Innovation Week 2022, uma interessantíssima feira de tecnologia e empreendedorismo. Assim, extensos armazéns chegavam mesmo a atravessar a rua, em meio à passagem dos VLT’s, paisagem típica do Centro do Rio de Janeiro.
Apesar de “empreendedorismo” não ser a mais pop das palavras que temos por aí, é inegável que o assunto foi discutido e conversado à exaustão em várias frentes. Por exemplo, desde modelos mais tradicionais de negócios, como o ramo de restaurantes, às criptomoedas. Assim, mesmo para quem talvez torça o nariz para o assunto, a Rio Innovation Week foi uma feira de exposição tecnológica das mais interessantes como poucas vezes tivemos na cidade.
Entrando na tecnologia
Primeiramente, a entrada do evento possuía a típica estética de apresentação de feira tecnológica. Ou seja, de aparência futurista, clima etéreo e, para diferenciar, um elaborado jogo de espelhos. Inclusive, eles estavam empilhados em blocos, com luzes azuis bem chamativas e com robôs atendentes cumprimentando e interagindo com quem passasse. A entrada focava também em apresentações turísticas do Rio de Janeiro.
Então, após uma passagem por um fundo colorido tridimensional — ótimo ponto para tirar fotos e bugar um tanto a cabeça com a ilusão de ótica — a saída da entrada principal do Píer Mauá desembocava para um imenso corredor ao largo da costa da Baía de Guanabara. Talvez não o mais limpo dos pontos turísticos do Rio, mas, ainda assim, um belíssimo ponto para amantes de embarcações verem de perto vários navios, paisagem tipicamente natural do local. Enquanto o mar estendia-se ao horizonte, o espaço interligava o evento de uma ponta a outra.
As atrações da Rio Innovation Week
Logo no início havia um espaço dedicado a jogos e audiovisual no geral, a diferentes níveis: desde espaços free-to-play, torneios promovidos pelos estandes locais e ofertas de curso de design e modelagem 3D, até mostras educacionais que usavam, por exemplo, cenários feitos em Minecraft para ilustrar espécies ameaçadas de extinção.
Após passar pelo espaço mais lúdico do evento, os armazéns mais adiantes destinavam-se a áreas de intensa atividade. Por exemplo, a área da saúde e do agronegócio, este último comemorando o último dia a todo vapor com direito a grupo de pagode tocando para o público. Sim, o evento teve de tudo pelo visto. Além disso, neste armazém os produtores faziam exposição e venda de suas respectivas especialidades: mel, café, doces e até salsichas à moda alemã.
De qualquer forma, um pouco mais à frente o front tecnológico propriamente dito ocupava-se de exposições de carros, motos e iniciativas em colaboração com instituições já bem conhecidas como a Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC) e o Ibmec.
Por último, abandonado do olhar mais popular, mas concentrado pelos profissionais que vieram ao evento para aprender tudo aquilo que ele tinha a oferecer (e isso não faltou), o último armazém era o espaço dedicado à SEBRAE, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Nele tivemos uma série de painéis e palestras sobre os mais variados temas, como a participação e o envolvimento da universidade em colaboração com o empresariado (tema espinhento, mas relevante) e mesmo sobre o futuro da energia nuclear, tópico de altíssima relevância para quem quiser pensar num futuro sustentável de geração de energia limpa. Ele evoca medos, e por isso mesmo deve ser tratado com rigor.
Ao fim do retão, uma saída controlada guiava os pedestres para o espaço da Plenária R.I.W, onde vários empreendimentos se aglomeraram para trocar ideias e interesses em comum. Era um espaço dedicado a painéis, no geral, mas ali foi O local das maiores atrações que marcaram o evento, como as visitas do vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson e do diretor de cinema, Spike Lee, cujas coberturas vocês já podem encontrar com mais detalhes aqui no site.
A sensação da feira
No entanto, entre os acessos que também davam rumo à sala de imprensa para que os demais veículos pudessem trabalhar os seus materiais, um dos espaços mais sensacionais possíveis paravam as pessoas no meio do caminho. Tratava-se do espaço de robótica, onde equipes de diferentes universidades não só faziam exposições como travavam batalhas de robôs em diferentes categorias. Equipes da UERJ, UFRJ, FGV e CEFET dividiram o espaço e entre uma apresentação e outra explicavam os meandros das categorias e funcionamentos da batalha de robôs para os visitantes.
Matheus, da equipe da UFRJ, descreveu em detalhes sobre o tamanho de força envolvida em robôs de leveza meramente aparente. Tudo isso por causa do uso de imãs nas arenas de metal, o que multiplicava o nível de força aplicada de modo que o peso alcançado ultrapassava facilmente a casa dos trezentos quilos. E para respeitar o orçamento dos projetos, muita matemática e cálculo em resistência de materiais era aplicado numa série de simulações, até um resultado cabível permitir a construção e os testes dos robôs prestes a entrar em combate.
Chegada a última apresentação de lutas de robôs e a premiação das equipes campeãs, às 19h30, o professor Rafael Almada, reitor do IFRJ, trouxe as palavras de parabenização para os alunos participantes do evento e entregou as medalhas de ouro, prata e bronze, respectivamente, para as equipes da UFRJ, UERJ e CEFET.
Vocês podem ver bem mais sobre essa beleza de evento na nossa galeria clicada pelo nosso querido Belga! Ficamos aí na torcida para que as previsões do futuro sejam gentis com as expectativas da Rio Innovation Week e que em 2023 de fato tenhamos mais feiras tecnológicas pela frente!