Sextou no Rio de Janeiro com show de visual kei! Assim caminhou a sexta-feira do dia 11 de outubro na Lapa com o show da banda NAZARE na Music Experience, também chamada por uns de Rock Experience. Curiosamente, é a mesma casa de show que recebeu o último show de visual kei no Rio de Janeiro em 2014, com o DEATHGAZE.
Dez anos depois, o visual kei recuperou um momentum perdido na última década, culminando na realização de festivais de bandas tributo do Rio e São Paulo e na vinda do Deviloof em junho deste ano.
O Nazare é uma banda formada em 2018 pelo baterista Issei, anteriormente do DIMLIM. Com ele entrou o baixista Uta (ex Koakuma Panda), o guitarrista Yoh (ex NEXTRADE e NAMELESS) e o vocalista Mio. Eles tomam emprestado tendências musicais bem atuais (e já batidas, alguns dizem), com riffs pesados de metalcore compostas para guitarra não de seis, nem de sete, mas de oito cordas. Isso é Mick Gordon e Meshuggah fazendo escola. Mas, diferente de nossos últimos visitantes, o Nazare equilibra bastante essa pegada com refrãos bem melódicos e típicos da sonoridade do visual kei.
Com uma separação repentina em 2019, o Nazare voltou em 2022 com o lançamento do álbum “Common Era” e, em 2024, iniciou uma turnê pela América Latina que começou pelo Rio de Janeiro, em 11 de outubro e São Paulo, dia 12 de outubro. A abertura do show ficou por conta da banda carioca Matina Cafe, banda esta que tem feito nos últimos dois anos o Visual Kei Revival, congregando a cena carioca de tempo em tempo.
Destaca-se o momento em que a banda tocou “Meisai”, da banda Sadie, senpais e amigos do Nazaré. O cover chamou a atenção da banda, que já vinha acompanhando parte do show em outros momentos, como na música “Kodou”, do DIR EN GREY, maior referência confessa, assumida e orgulhosa do Nazaré. E com muita justiça, pois o que é bom é pra ser passado adiante.
Depois do show de abertura, muito bem aproveitado pelo público, não muito numeroso mas lotado de energia, logo chegou a vez do Nazaré fazer as vezes da noite! Destaca-se aqui a presença de palco da banda como um todo, mas principalmente do Mio e do Yoh. O guitarrista tocava com a naturalidade de quem faz parecer que se trata de coisa fácil. A naturalidade com que ele executava as músicas permitia-o interagir de forma despreocupada com o público, não faltando poses para garantir a plenitude de um show de visual kei.
Quanto ao Mio, sua admiração pelo vocalista do DIR EN GREY, Kyo, era nítida pela sua energia no palco. E que não haja enganos: suas inspiração não parava na mera cópia. Seu timbre vocal ao mesmo tempo confortável e potente o deixa bem à vontade para rasgar o gogó em músicas mais violentas ou suavizar os ânimos em baladas. Sim, elas existiam!
O show do Nazaré foi marcado por muita espontaneidade e também por muita energia. Energia até demais, que acabou por arrebentar uma das cordas do baixista Uta. Coisa da vida de músico, ou, como diz o ditado bastante corrido entre as bandas daqui: “tá na cena é pra se f****”. Nem por isso o show parou. Enquanto corria-se de lá para cá para repor a corda solta, Mio interagia com o público e Issei improvisou um solo (e algumas brincadeiras) na bateria para manter o ritmo do show de pé!
Em miúdos, foi um show mega memorável! A banda se dispunha numa intimidade com o público, entre selfies e apertos de mão, que acabou dando um gosto à mais para a discografia dos caras. Depois do show no Music Experience, ouvir Nazare passou a ser sinônimo de uma boa lembrança para os fãs nichados (e justamente carentes) do visual kei!
Confira abaixo a galeria de fotos dos shows por @erickrekishi.
Galeria Matina Café
Galeria NAZARE