Originalmente chamado “Ritual Killer“,  Muti – Crime e Poder, é um filme investigativo que mistura suspense com mistério. Dirigido por George Gallo, o longa tem um início sólido, mas se dilui em uma experiência que entretem, mas não marca.

Enredo de Muti

A história de Muti baseia-se em uma medicina tradicional praticada em alguns países africanos. Em grande parte dos casos, essa prática utiliza produtos naturais como forma de tratamento. Entretanto, existem práticas de assassinatos para extrair parte dos corpos e usar no preparo de medicamentos — e essa vertente extremista é o que guia a narrativa do filme.

O longa inicia com o Inspetor Mario Lavazzi (Giuseppe Zeno) perseguindo Randoku (Vernon Davis) pelas ruas de Roma e isso levanta uma névoa de mistério que suscita questionamentos. Quem é o persguido e por que ele está fugindo são as principais.

Após o sólido início, o filme adiciona uma camada emocional através do protagonista, o detetive Lucas (Cole Hauser). Assim, ele começa a investigar um assassinato nos Estados Unidos, parecido com os que aconteciam na Itália — a vítima tem idade próxima à filha que ele perdeu anos atrás.

O roteiro encaixa o drama e o mistério com naturalidade, e enche a cabeça dos espectadores de perguntas.

Início forte, meio conturbado

Muti inicia de forma sólida, entretanto, chega um momento em que as coisas começam a embolar. Diversas camadas dividem a atenção do espectador e parecem ter a mesma importância narrativa.

É seguro dizer que tudo se encaixa, mas a perseguição à Randoku, a investigação e a ajuda do Dr. Mackles (Morgan Freeman) na investigação parecem lutar por espaço.

Além disso, o filme indica diversas vezes que Randoku vende esse serviço para pessoas ricas ao redor do mundo, o que leva a crer que seria uma investigação internacional com algumas reviravoltas.

O que é visto em tela acaba por ser o contrário. O filme perde a mão e parece navegar sem muita direção.

Grandes nomes, pouco poder

Dizer que Muti não tem bons atores seria loucura — só pelo Morgan Freeman já desperta curiosidade. Entretanto, mesmo com grande nomes o filme se estende em um monte de atuações que não evocam emoção.

Em um suspense é necessário levar o público à ponta da cadeira, mas o longa não consegue criar uma atmosfera cativante.

Por fim, Muti busca a redenção

Mesmo que o meio do filme tenha se perdido um pouco, é preciso dizer: o fim de Muti é ótimo. Não é um final surpreendente, entretanto, a construção para o fim da aventura de Lucas é bem construída.

O filme, por fim, relembra o espectador de um diálogo aparentemente despretensioso do meio do filme para entregar um final forte e interessante.

REVIEW
Em Muti - Crime e Poder
Artigo anteriorConfira o Trailer de Daymare: 1994 Sandcastle com Cristina Scabbia do Lacuna Coil
Próximo artigoPara estreitar laços comerciais, Frente Parlamentar São Paulo – China é lançada na Alesp
Rodrigo Folter
Jornalista gamer ou gamer jornalista, as duas características costumam se entrelaçar. Nasci em São Paulo e morei alguns anos no litoral antes de voltar à capital e me formar em Comunicação Social pela FIAM-FAAM. Crio conteúdo sobre games, cinema e tecnologia desde 2017 e fui co-autor do livro "Cinema Virado ao Avesso: Erotismo, Poesia e Devaneios", além de palestrar em algumas universidades de vez em quando. Nas horas vagas estou jogando viajando, jogando Overwatch, LoL ou brincando com meu gato.
muti-crime-e-poder-reviewEm Muti - Crime e Poder, incapaz de lidar com a morte de sua filha, o detetive aposentado do Mississippi, Boyd (Cole Hauser), é encarregado de investigar uma série de assassinatos horríveis e resolve embarcar em uma caça ao serial killer que mata de acordo com um ritual tribal brutal chamado Muti. A única pessoa que pode ajudar Boyd é o Professor de estudos africanos, Mackles (Morgan Freeman), todavia o antropólogo esconde um segredo terrível. A linha entre a sanidade e a loucura diminui à medida que Boyd e Mackles unem forças e se aprofundam no mundo do assassino, entendendo a cultura por trás do ritual.