A indústria do drama coreano está vivenciando um crescimento em popularidade como nunca vivenciado anteriormente e os serviços de streaming certamente devem agradecer por isso. Outra série original que se junta à lista de programas coreanos é a comédia policial: Mask Girl, produzida pela gigante Netflix.
Este é o tipo de série sobre a qual é melhor saber muito pouco antes de sintonizar, mas basta dizer que começa com uma jovem que tem um sonho – um que se transformará em um pesadelo, explorando o patriarcado e o lado feio da beleza.
Essa garota é Kim Mo-mi, que sempre quis se tornar uma estrela. O problema é que ela nasceu sem a aparência que combina com seu talento para dança e canto.
A protagonista central da história tem um físico glamoroso, mas se considera feia e de aparência simples. Ela é uma mulher que trabalha em um escritório comum que se envolve em vários incidentes enquanto trabalhava como uma dançarina em Jockeys (fenômenos de lives na Coreia do Sul). O que a torna especial, no entanto, é o fato de ela nunca tirar a máscara durante a transmissão, fiel à sua persona online ‘Mask Girl’.
Joo Oh-nam é um colega de trabalho de Mo-mi que nutre uma paixão unilateral por ela. Assim como Mo-mi, Oh-nam também sofre de um complexo de inferioridade sobre sua aparência. A única fonte de alegria de Oh-nam é assistir a transmissões na Internet. As coisas ficam caóticas quando ele se envolve em um incidente inesperado envolvendo Mo-mi. Para complementar as relações platônicas, Mo-mi tem uma queda por seu chefe, Park (Choi Daniel).
A história começa como uma fatia de comédia quando somos apresentados aos personagens, suas motivações, personalidades e assim por diante. No entanto, ele rapidamente se transforma em um thriller de mistério quando impulsos descontrolados levam nossos personagens principais ao desastre. Mo-Mi sempre sofreu de insegurança e complexo de inferioridade por causa de seu rosto, mas ela se sente confiante e fabulosa em suas lives. A ilusão de sua desejabilidade como ‘Mask Girl’, no entanto, distorce seu senso de realidade e ela é arrastada para uma série de eventos infelizes com Oh-Nam a reboque. Mo-Mi, portanto, perde seu sonho em um piscar de olhos quando o mundo desaba sobre ela. Este é um começo bastante inofensivo, mas, com seus tons sexuais e caracterizações sombrias, sugere a loucura engenhosa que está por vir.
Em vez de ser uma representação ideal da sociedade e seu tratamento da beleza como deveria ser, “Mask Girl” revela a amarga verdade sobre o visual e expõe o mundo como ele é. O mundo ainda julgará as mulheres por sua aparência, por mais que ela seja uma companhia perfeita. E é por esses comentários machistas que Mo-Mi é levada à loucura por sua obsessão psicótica com sua aparência, que por sua vez arrasta aqueles ao seu redor para a toca do coelho também.
A série é um grande retrato da hipocrisia da contradição do ser humano. O chefe que fingiu ser moral na verdade foi quem teve um caso, uma amiga que disse que nunca se preocupou com a aparência é obcecada como as pessoas a veem. Um homem tímido que não confia na aparência é fã de Kim Mo-mi, mas também a denúncia como prostituta ao descobrir sua identidade secreta.
A história se desenvolveu naturalmente, mesmo que para isso seja necessário dois episódios de quase uma hora, desde o assassinato até o descarte criminoso de um cadáver. No final, a série critica justamente a contradição das pessoas. Visto que cada episódio é focado em um personagem diferente com suas próprias perspectivas sobre o mesmo evento. Tudo de uma forma ácida e natural (dentro das premissas coreanas).
Baseada em um webtoon homônimo, “Mask Girl” chega no serviço da Netflix nesta sexta-feira (18) com 7 episódios.