Em pleno 2023 e não precisamos mais de possessão para ter bonecos assassinos na telonas de cinema!?  Após uma grande repercussão nas redes que gerou até mesmo trendings de alcance mundial, a nossa querida M3GAN finalmente fará sua estreia nos cinemas brasileiros. Trazendo muita expectativa desde 2022, o filme chega sendo uma das maiores apostas do ano e com certeza uma das maiores promessas do terror, mas será que consegue mesmo se manter? Vem com o sucolino que eu te conto.

Em M3GAN, acompanhamos a carreira da brilhante Gemma (Allison Williams) que busca criar uma nova IA (inteligência artificial) para que seja uma boneca extremamente realista que consiga ser a melhor amiga das crianças e ajuda-las a se desenvolver, mas tudo muda quando sua irmã sofre um acidente e sua sobrinha passa a morar com ela, assim, traçando o caminho da nova revolução tecnológica com a de uma criança que pode acabar custando caro demais.

Bem, M3GAN foi responsável por um misto de sentimentos nas ultimas semanas. Eu já não sabia mais se estava empolgado com o lançamento, se estava desanimado ou se deveria acreditar que era um bom filme ou não. Sei que o dia finalmente chegou e infelizmente não conseguiu suprir nem 2/3 das minhas expectativas.

O longa começa com uma narrativa bem interessante. Logo de cara é mostrado como o mundo moderno está evoluindo e junto a isso está vindo a nova modernidade na vida das crianças, e assim se abre o longa nos fazendo refletir um pouco sobre todo esse avanço tecnológico, trazendo reflexões e até mesmo rixas entre os personagens para que nós, os espectadores, reflita um pouco sobre o assunto, só que isso só funciona até certo ponto e logo mais se torna cansativo.

O ritmo do longa é um outro ponto a se questionar bastante. Parece que estamos vivendo um eterno clímax que nunca chega pra valer. A todo momento é jogado em nossa cara uma nova possibilidade para que a nossa nova boneca assassina faça uma travessura, mas fica só por isso mesmo e no fim acaba nos dando momentos extremamente previsíveis e que acabam não chocando muito, o que claro, levando em conta todo esse gênero mais ”Serial Killer” que nos foi passado, com certeza a maior tensão seria o efeito de suspense, que infelizmente é quase nulo.

Já em roteiro é o famoso ”Mamão com açúcar”. O roteiro se propõe a ir bem naquilo que promete, nos dando momentos de crises familiares e uma breve explicação para a drama, mas infelizmente não consegue passar impune de erros de roteiro que chegam até parecer amadores. Logo após o fim do filme eu refleti um pouco sobre aquilo e foi difícil digerir que o James Wan tem um dedo nessa obra e deixou questões tão bobas passar acreditando seriam despercebidas, que sendo sincero, causará duvidas até mesmo no menor publico que for assistir.

Em questão de elenco temos até que uma atuação bem razoável por parte dos protagonistas. Williams consegue proporcionar bons momentos ao lado da Violet McGraw (Cady) que nos dá uma melhor clareza do drama familiar apresentado, e com certeza esse é o ponto forte que salva um pouco desse drama mal explorado. Mas com certeza o maior destaque de elenco vai para a interprete da M3GAN, a Amie Donald que desempenha demais seu papel, e principalmente nos momentos de ação, que embora não tão bem aproveitados, dá um belo show (com créditos para a dancinha que eu sei que você conhece!).

Por fim, M3GAN cumpre bem seu papel sendo um filme de terror para um publico mais jovem. Não existe um forte compromisso com outros longas que buscam nos causar arrepio ou a sensação de medo, aqui o maior ponto do terror é o descontrole da nova boneca do horror que em geral não dá tão certo certo mas cumpre bem o que é proposto. A sensação é de que M3GAN tinha sim o potencial para ser muito mais e acabou ficando por isso mesmo, e talvez tudo isso tenha sido pelo sucesso repentino do filme nas redes sociais, o que acabou atraindo atenção de um publico mais jovem não tão ligado no horror, e por conta disso acabou gerando modificações e cortes no roteiro para que todos os públicos pudessem consumir o longa.

E deixando de bônus, Akela Cooper, uma das roteiristas do longa, afirma que existe um roteiro original mais maduro e sangrento, e que em breve talvez essa versão sem cortes possa chegar ao publico. E com isso, só resta torcer para que realmente chegue e faça uma grande diferença para tirar o amargo que M3GAN deixará em muitos.

Pane no sistema, alguém me desconfigurou.