Kubo e as Cordas Mágicas / Kubo and the Two Strings
Art Parkinson, Charlize Theron, Ralph Fiennes, Rooney Mara, Matthew McConaughey
Direção por Travis Knight
Animação
Agosto, 2016
102 minutos
Do original Kubo and the Two Strings, Kubo e as Cordas Mágicas estreia no dia 13 de outubro no Brasil, um filme em stop-motion do estúdio Laika, produtora de Boxtrolls, Coraline e Paranorman, com direção de Travis Knight.
O Lar das Crianças Peculiares | Review
“If you must blink, do it now. Pay careful attention to everything you see…”
Kubo (Art Parkinson) é um garoto no Japão feudal que vive entre uma caverna, cuidando de sua mãe, e uma pequena aldeia, onde ganha dinheiro contando histórias encenadas por origamis e ao som de um shamisen mágico.
Suas histórias, no entanto, são contadas somente até o entardecer, quando deve retornar imediatamente à caverna para se manter a salvo de perigos ainda desconhecidos… Até que um dia é encontrado por criaturas malignas e obrigado a fugir em busca da única coisa que poderá protegê-lo – a armadura do maior samurai que já existiu, seu pai. Para isso, conta com a ajuda de Monkey (Charlize Theron) e Bettle (Matthew McConaughey), além das suas próprias habilidades.
O filme une animação, Japão e por vezes, um clima sombrio, além de uma trilha sonora maravilhosa. A história é um tanto corrida e merecia ter sido mais desenvolvida na jornada de Kubo atrás da armadura, mas ainda assim, o conjunto é simplesmente muito amor. Trata de perdas, de determinação, de cuidado com os entes queridos, tudo de uma forma que qualquer pessoa, em qualquer idade, poderá ver e compreender.
Claramente, este filme agradará bastante quem curte a cultura japonesa, por mostrar alguns elementos da tradicionais que vão além dos cenários e daquilo que é sempre representado quando a temática é Japão, como samurais, por exemplo. Confira:
Origami
Do japonês oru, “dobrar”, e kami, “papel”. A arte japonesa de dobrar papel e criar todos os tipos de formas, animais, objetos e o que mais a imaginação permitir. No filme, fazem parte da vida de Kubo, como personagens criados para suas histórias e até como ‘armas’ em sua jornada.
Shamisen
Instrumento musical que lembra um banjo, com 3 cordas e tocado com auxílio de um bachi, uma espécie de palheta (mas um tanto maior que as utilizadas para tocar guitarra, como poderão perceber). Muito utilizado no teatro kabuki, em performances de músicas folclóricas e em apresentações de gueixas, sua popularidade tem aumentado atualmente graças a músicos como Yoshida Brothers, Hiromitsu Agatsuma e Beni Ninagawa (Wagakki Band). Em Kubo, é um dos principais elementos, presente durante todo o filme e com propriedades mágicas. As passagens foram de responsabilidade dos grandes Kevin Kmetz (da banda God of Shamisen) e Hibiki Ichikawa.
Obon
Um festival budista em que se acredita que os espíritos dos antepassados retornam para este mundo durante o evento para visitarem suas famílias. Ao final, as lanternas de papel utilizadas para guiá-los são colocadas em um rio para ajudá-los a retornar ao mundo espiritual. É um dos momentos ‘bad feelings’ na vida de Kubo. Ainda no festival, temos uma palhinha de Tanko Bushi, uma música folclórica japonesa indispensável em qualquer festa tradicional que se preze e que remeteu à minha infância, em que eu ouvi e dancei tantas vezes essa música que comecei a reproduzir os passos automaticamente durante o filme.
Gashadokuro
Criatura mitológica em forma de um esqueleto gigante. Diz-se que é formado a partir dos ossos das pessoas que morreram de fome, e ataca os vivos com mordidas. Sim, é um dos obstáculos a serem enfrentados.
Um detalhe: a música de encerramento é uma versão (por Regina Spektor) de “While my guitar gently weeps”, que originalmente é do The Beatles. Se tem ligação com o personagem Bettle ou não… vai saber.