quinta-feira, junho 26, 2025
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Kado e Bruno Dorigatti exaltam força dos mangás na Bienal do Livro Rio 2025

Durante a Bienal do Livro Rio 2025, no estande da DarkSide Books, o bate-papo Tokyo Terror reuniu dois apaixonados por cultura oriental: o cartunista Ricardo Oliveira, conhecido como Kado, que é o criador do irreverente quadrinho “O Espetaculoso Gordo Aranha” e do evento carioca Vila Anime, e o jornalista e editor Bruno Dorigatti, gerente editorial da própria DarkSide. Entre memórias nostálgicas e reflexões afiadas, a dupla mostrou como os mangás e animes seguem conquistando o Brasil.

Quando questionados sobre o primeiro contato com os mangás, os dois não hesitaram em citar um clássico. “O Akira foi o meu primeiro contato e imersão com os mangás e os animes. Meu pai alugava os VHS, e eu fui pegando gosto. Era outro jeito de contar, de ver o mundo, com temas importantes. Hoje vivemos uma explosão de mangás no Brasil, e essa bibliodiversidade é uma das coisas mais importantes do momento”, contou Bruno.

Ricardo reforçou a lembrança: “Primeiro eu assisti ao filme do Akira, em um evento no Castelinho do Flamengo. Aí assisti Dragon Ball no mesmo lugar, e mesmo sem entender japonês, fiquei maravilhado. Depois veio Cavaleiros do Zodíaco, e tinha aquele fanzine chamado Japan Animation, com a galera que trazia mangá direto do Japão. Lá tive meu primeiro mangá, mas só olhei as figurinhas! Depois, fui crescendo com isso.”

A conversa também abordou a influência da tecnologia nas histórias orientais. Para Kado, “a tecnologia tem tudo a ver com o Japão e a cultura oriental, e isso é mostrado nos mangás como Evangelion. Sempre esteve presente.” Bruno completou: “Nos anos 80, Japão e Coreia eram os países mais tecnológicos. Cresci lendo Akira, que é uma distopia pós-apocalíptica muito impactante para quem vinha dos quadrinhos mais tradicionais.”

O editor destacou ainda como o ecossistema criativo oriental já nasce pensando na transmídia. “Fui ao Festival de Angoulême, na França, e vi que o pessoal da Coreia já apresenta um projeto como obra completa: pode virar série, anime, livro ou filme. Eles pensam na história como um projeto fluido. Esse pensamento é chave para o sucesso global da cultura coreana.”

Questionados sobre o fascínio brasileiro por narrativas orientais, Bruno explicou: “Acho que quem consome cultura está sempre buscando novos olhares sobre o mundo. É essa curiosidade que nos leva ao Japão, à Coreia.” Kado brincou: “Você começa com Turma da Mônica, Disney… mas depois quer algo que te represente mais. Eu fui para as produções nacionais e acabei chegando nos mangás. Até hoje acho massa!”

Bruno ainda mencionou o bairro da Liberdade, em São Paulo, como uma ponte entre mundos. “É o Japão no Brasil. É uma experiência muito imersiva estar lá. Um lugar que simboliza essa conexão cultural histórica entre os dois países.”

O papo entre Ricardo e Bruno não foi só uma ode aos mangás e animes como formas mais sérias de contas histórias em quadrinhos, como também foi um mergulho no quanto a cultura oriental se entrelaça com a formação de muitos leitores brasileiros. Para quem cresceu vendo heróis japoneses na TV aberta ou garimpando mangás em fanzines e bancas, o recado está dado: o Japão e a Coreia continuam moldando o nosso imaginário com suas histórias ousadas, emocionantes e — por que não? — perturbadoras. E que venham mais encontros como esse, porque o público nerd, otaku e apaixonado por cultura pop agradece.

Ricardo e Bruno na Darkside | Bienal do Livro Rio 2025

Fotos por @fotobelga

Carol Freitas
Carol Freitas
Jornalista, copywriter, produtora cultural, criadora de conteúdo e fã girl. Uma carioca apaixonada pelos anos 2000, cinema, arte e cultura, que coleciona experiências em shows e eventos (e contando).

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