sexta-feira, julho 25, 2025
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Juliana Sakae lança “Eu, Brasil” na Flip 2025: Livro explora identidade nipo-brasileira e questiona democracia racial

Cineasta catarinense estreia na literatura com obra autobiográfica que revela silêncios da história brasileira através de quatro gerações familiares

A jornalista e produtora de cinema Juliana Sakae apresenta seu primeiro livro durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2025. “Eu, Brasil”, publicado pela Ofício das Palavras, chega às livrarias como uma obra que mistura autobiografia, pesquisa histórica e reflexões sobre ancestralidade.

O livro será oficialmente lançado no dia 1º de agosto, às 17h, na Casa Ofício das Palavras (Rua Gravatá, 65). No dia seguinte, 2 de agosto às 15h, a autora participa do painel “O caminho da arte na retomada da identidade nipo-brasileira”, organizado pelo Coletivo Escritoras Asiáticas & Brasileiras.

Os interessados em adquirir a obra poderão encontrá-la no estande do Coletivo Escritoras Asiáticas & Brasileiras, localizado na Praça Aberta da Flip.

Uma década de pesquisa sobre raízes familiares

Juliana Sakae dedicou quase dez anos à construção desta narrativa, que acompanha quatro gerações de sua família. A obra revela histórias não contadas de seus antepassados e expõe camadas invisíveis da formação social brasileira.

“Escrever este livro foi um processo de cura e descoberta. Percebi que, ao resgatar minhas raízes, estava também contando uma versão do país que raramente aparece nos livros didáticos”, explica a autora.

O processo criativo incluiu viagens, entrevistas e estudos de bibliografias frequentemente marginalizadas. A cineasta buscou autores racializados, indígenas e mulheres para preencher lacunas de sua formação acadêmica.

Influências literárias e metodologia cinematográfica

Entre as principais influências de Juliana estão obras como “Um Defeito de Cor”, de Ana Maria Gonçalves, “O Súdito”, de Jorge J. Okubaro, e “A Queda do Céu”, de Davi Kopenawa. A autora também se inspirou em “Preconceito Linguístico”, de Marcos Bagno, e “Lugar de Fala”, de Djamila Ribeiro.

O estilo do livro aplica técnicas do cinema documental à escrita. “Trabalhei como se estivesse editando um filme: cortando, reescrevendo e reorganizando até encontrar a estrutura certa”, revela Sakae.

Crítica ao mito da democracia racial brasileira

“Eu, Brasil” questiona diretamente o mito da democracia racial e a falsa ideia de mobilidade social no país. A autora propõe que o Brasil opera, até hoje, em um sistema de castas não declarado.

O título da obra, inspirado no pensador jamaicano-britânico Stuart Hall, reflete o desconforto de ser brasileira e, simultaneamente, ser vista como estrangeira. A provocação convida à reflexão sobre quem é incluído ou excluído da identidade nacional.

Estrutura fragmentada como colcha de retalhos

Com narrativa fragmentada e íntima, o livro une memórias, arquivos, reflexões críticas, amores e perdas. A obra se destina a leitores interessados em compreender suas raízes, identidade cultural e silêncios familiares.

“Aprendi a abraçar meu sotaque florianopolitano e a reconhecer as muitas identidades que me atravessam”, afirma a autora, que também reflete sobre questões linguísticas e de pertencimento.

Projeto educacional com apoio governamental

Um projeto de distribuição gratuita de 1.000 exemplares para escolas, bibliotecas e universidades públicas foi aprovado pelo ProAC-Editais. A iniciativa conta com apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Programa de Ação Cultural (ProAC) e Fomento CULTSP.

Convite à investigação pessoal

Além de narrativa autobiográfica, “Eu, Brasil” funciona como convite para que leitores investiguem suas próprias origens familiares. “Quero inspirar as pessoas a buscarem suas narrativas familiares esquecidas”, destaca Juliana Sakae.

A obra chega ao mercado editorial como contribuição importante para discussões sobre identidade, ancestralidade e formação social brasileira, oferecendo perspectiva pouco explorada nos debates sobre nacionalidade e pertencimento.

juliana sakae eu brasil
Eu Brasil (Capa DIvulgação)

Serviço:

  • Lançamento: 1º de agosto, 17h, Casa Ofício das Palavras (Rua Gravatá, 65)
  • Painel: 2 de agosto, 15h, “O caminho da arte na retomada da identidade nipo-brasileira”
  • Venda: Estande Coletivo Escritoras Asiáticas & Brasileiras, Praça Aberta
  • Editora: Ofício das Palavras
Redação
Redaçãohttps://sucodemanga.com.br/
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