Se tem uma coisa que a fanbase de Jojo sabe fazer é barulho na internet, seja com memes, piadas ou pedidos desesperados para que a obra fosse trazida para o país. Finalmente as preces foram atendidas e as duas primeiras partes de Jojo’s Bizarre Adventure entraram no catálogo da plataforma de streaming Netflix. Com essa chegada, vamos conhecer um pouco mais sobre o riquíssimo universo criado por Hirohiko Araki!
Publicada desde 1987, a obra é uma das principais da Shounen Jump desde o início de sua publicação e é, também, uma das publicações mais longas da revista, contando com cerca de 127 volumes até o momento. Em seu universo, o mestre Araki traz uma gama gigantesca de elementos que vão desde vampiros vitorianos à materializações espirituais da força interna de um usuário. Os protagonistas são os Joestar, uma família amaldiçoada pelo destino a sempre se encontrarem novamente com Dio Brando e seus soldados através dos anos.
A série se inicia em Londres, no século 19, e nos apresenta nosso primeiro JoJo: Jonathan Joestar. Salvos por Dario Brando de um acidente de carruagem, o casal Joestar oferece tutela e abrigo a Dio Brando, como forma de gratidão, quando seu pai, Dario, morre em condições misteriosas. Enquanto aparenta ser um jovem prodígio, Dio na verdade dedica seus dias a atormentar Jonathan, o filho da família (Não, Dio, não esqueceremos que você matou o cachorro do Jonathan). Temendo pela segurança da família, Jonathan tenta alertar seus pais, que não acreditam que Dio seja capaz de algo ruim. No entanto, ambicioso e cruel, Dio descobre uma forma de se tornar um vampiro e colocará em risco não apenas a família Joestar como, também, toda a população londrina.
A partir disso, veremos o desenrolar da luta da família Joestar contra todas as maldades de Dio, direta ou indiretamente ligadas a ele.
Por que “partes” e não “arcos”? O mangá de Jojo é dividido em fases que podem ler lidas de forma independente, por isso são consideradas partes em vez de arcos. Todas elas se conectam de alguma forma, com o protagonista atual sendo parente do protagonista anterior, mas é possível lê-las de forma solta, sem se prender às outras. Para exemplificar melhor como funciona: o protagonista da segunda parte, Joseph Joestar, é neto de Jonathan, e Jotaro, o protagonista da terceira parte, é neto de Joseph. Simples, certo? Todos os personagens se interligam pelo sangue amaldiçoado dos Joestar, que é sinalizado com uma marca de nascença em forma de estrela próxima ao pescoço.
A animação trazida à Netflix não é a primeira adaptação em anime da obra, mas, com certeza, é a que fez e continua fazendo mais sucesso. Até o momento foram adaptadas cinco partes e confirmada uma sexta: Phantom Blood e Battle Tendency(2012); Stardust Crusaders (2014, 2015); Diamond is Unbreakable (2016); Golden Wind (2018) e Stone Ocean (que provavelmente irá ao ar ainda esse ano).
Grande parte do sucesso atual de Jojo’s Bizarre Adventure veio de forma absurda, mas que combina com os absurdos que são apresentados na série: memes, piadas e poses. Com vários acontecimentos que desafiam completamente a lógica e a realidade, é de se esperar que os fazedores de memes de plantão se divirtam a cada nova temporada lançada.
E um último comentário que vale a pena fazer e ser notado ao longo da obra: Araki é um grande fã de moda e rock clássico, incorporando isso em todos os figurinos baseados em grandes grifes e poses que tem inspiração nos editoriais de moda. O mestre inclusive já fechou parcerias com grifes como Gucci e Balenciaga para uma divulgação mútua, na qual tivemos a chance de ver personagens clássicos, como Kishibe Rohan e Bruno Buccellati, usando as criações das marcas. E quanto às músicas, Araki costuma nomear os poderes dos personagens (Stands) com nomes de canções e bandas dos anos 80 e 90, o que sempre rende ótimas playlists para os fãs que gostam de ir atrás de suas referências musicais.