quarta-feira, abril 16, 2025
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Ichiko Aoba – Luminescent Creatures | Review

Por mais de uma década, Ichiko Aoba criou um mundo próprio. Um lugar bucólico onde suas delicadas incursões no folk reinavam à sua maneira; um ambiente cuja natureza sempre vibrou com consciência humana, paixão ardente e apreciação do que, à primeira vista, parece simples.

Esses valores sempre foram bem transmitidos por seu doce dedilhar, sua voz cristalina e suas melodias que, mais do que nunca, traziam charme a cada nova música. Luminescent Creatures é uma reafirmação de tudo isso, mas também um novo e caloroso abraço de seus signos mais formais até hoje.

Ambientes em mudança

Aqui, Ichiko e Taro Umebayashi, com quem ela vem trabalhando e descobrindo novos mundos, expandem o que haviam criado em Windswept Adan, de 2020. O som mágico, agora, está ainda mais enraizado no solo – ou nas águas, onde criaturas bioluminescentes adornam a capa do álbum.

E mesmo que haja uma conexão com seus trabalhos anteriores, as diferenças entre os dois se devem principalmente a esse mergulho. Enquanto Windswept Adan adornava a praia, em que se podia ouvir as ondas quebrando na areia, em Luminescent Creatures nós mergulhamos em um reino de corais, que embranquece com o calor do sol, daí a melancolia ardente de “SONAR”.

Conclusão

A cada momento, Ichiko parece desafiar a si mesma na maneira como cria suas paisagens. Ela faz isso sem esforço, e com a dedicação de alguém que sente que precisa fazer seu tempo valer a pena. Este é o tipo mais bonito de música que você pode ouvir hoje – música de amor, afeição e tempo.

Se não fossem as cordas de “aurora”, ou as gravações de campo de “Cochlea”, Luminescent Creatures ainda teria muito a dizer. Mas são esses momentos, cujo cuidado é refletido com uma força natural, que fazem deste registro uma das coisas mais corteses de se ouvir e sentir.

 

SINOPSE

Durante suas viagens pelo Arquipélago de Ryukyu, no Japão, Ichiko realizou uma extensa pesquisa de campo e se deixou encantar pela beleza infinita – e pelo ocasional terror – do oceano. O mar é imenso e ancestral, refletindo as condições adversas das quais a vida emergiu, mas também carrega memórias, abrigando fósseis que um dia nadaram por suas águas. Em suas expedições, Ichiko mergulhava segurando a respiração, entregando-se aos caprichos das marés. "Sinto-me incapaz de resistir ao chamado do oceano", diz ela, "mas sei o quão fácil seria para meu pequeno corpo ser engolido pelo mar." Essa dualidade entre delicadeza e poder despertou um sentimento de reverência, expresso nas paisagens sonoras de Luminescent Creatures.
Matheus José
Matheus José
Graduando em Letras, 24 anos. Crítico e redator, já passou por publicações nos sites Jornal 140/ VIUU, Suco de Mangá, BoysLove Hub, VHS CUT, POPTivo e Aquele Tuim.

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Durante suas viagens pelo Arquipélago de Ryukyu, no Japão, Ichiko realizou uma extensa pesquisa de campo e se deixou encantar pela beleza infinita – e pelo ocasional terror – do oceano. O mar é imenso e ancestral, refletindo as condições adversas das quais a vida emergiu, mas também carrega memórias, abrigando fósseis que um dia nadaram por suas águas. Em suas expedições, Ichiko mergulhava segurando a respiração, entregando-se aos caprichos das marés. "Sinto-me incapaz de resistir ao chamado do oceano", diz ela, "mas sei o quão fácil seria para meu pequeno corpo ser engolido pelo mar." Essa dualidade entre delicadeza e poder despertou um sentimento de reverência, expresso nas paisagens sonoras de Luminescent Creatures. Ichiko Aoba - Luminescent Creatures | Review