Happyland – Parque de Diversões do Inferno é uma mistura de Alice in Borderland e Jogos Mortais em um mangá bizarro e grotesco. Ele foi escrito por Shingo Honda e publicado no Brasil pela Conrad Editora.
Com 352 páginas, essa edição compila os volumes 1 e 2 em uma trama rápida, mas certeira em impressionar o leitor.
O seu “eu verdadeiro”
Na história, acompanhamos a família Komiya. Com a intenção de “melhorar” sua situação, Kenji, o pai de Ritsu e Rin, leva os filhos e a esposa, Misa, a algum lugar surpresa. No entanto, eles se perdem no meio do caminho e vão parar em um parque de diversões chamado Happyland.
Lá, são recepcionados pelo misterioso diretor que possui corpo de humano e cabeça de coelho. De acordo com essa estranha figura, todas as atrações são gratuitas, pois o objetivo do parque é dar a verdadeira alegria às famílias.
Como diria minha querida avó: “quando a esmola é demais, o santo desconfia”. Pois é, desconfiou, mas não adiantou muito.
O que parecia ser o paraíso da diversão se tornou um verdadeiro inferno. Presos neste lugar na companhia de seres monstruosos, todos são obrigados a participarem de alguma atração macabra, cujo destino principal é uma morte violenta e sangrenta.

No entanto, para que consigam se salvar, cada pessoa deve trazer à tona seus segredos mais profundos e condenáveis.
Então, o que uma família tradicional e perfeita teria a esconder?
Gore, drama e casos de família
Depois de pensar por algum tempo, conclui que a melhor forma de descrever Happyland é a seguinte. Imagine o programa Casos de Família organizado pelo Jigsaw e ambientado em Alice in Borderland. Adicione uma boa dose de plot twist e está pronto.
Sinceramente, eu fiquei fissurada na leitura pelo absurdo, violência e pela quantidade de reviravoltas. Não exatamente no enredo, mas cada segredo que vem à tona me deixou de queixo caído e impressionada com a criatividade do autor.

Além disso, a narrativa é no melhor drama japonês, revelações bombásticas, auto sacrifícios, frames de expressões faciais intensas e marcantes. Resumindo, o puro suco do caos — que é o que a gente gosta.
Particularmente, eu gostei muito da história, mas se prepare para ver tripas voando, cabeças cortadas, corpos derretendo e por aí vai.
Não vou dizer que é uma obra-prima, ou um enredo de altíssima qualidade. Não é. Porém, para o gênero e para a proposta, Happyland entrega o que prometeu com uma história bem amarrada, um traço bonito e um final surpreendente.
No fim, é o que eu estava esperando de um parque de diversões do inferno.



