O Ragnarok chegou! Um dos jogos mais aguardados do ano finalmente está entre nós. Ou seja, lançado dia 09 de novembro de 2022 pelo estúdio Santa Monica, God of War: Ragnärok chega aproximadamente quatro anos após o seu antecessor. Assim, o novo jogo trouxe uma repaginada na franquia, desde um novo universo passando por uma mecânica de jogo totalmente reformulada. Além disso, temos um novo Kratos, agora pai, mais humano e buscando encerrar o ciclo de guerra em sua vida que parece nunca ter fim.
Nesse contexto, God of War: Ragnärok veio com a promessa, ou pelo menos a expectativa entre os fãs, de “amarrar algumas pontas soltas” da história. Também, claro, talvez trazer muita ação, lutas frenéticas, além de cenários e personagens colossais que fizeram e fazem muito sucesso ao longo desses anos de franquia. Então, será que essa sequência de GOW conseguiu entregar o que os fãs esperam? Vamos descobrir juntos em mais um super review sucolino. Jogamos a versão de PS5 e o game também foi lançado para PS4, futuramente deve ganhar uma versão para PC ainda sem data definida.
O Fimbulwinter
Primeiramente, na mitologia nórdica esse é o nome dado ao longo e rigoroso inverno que antecede o Ragnarok (uma espécie de apocalipse) e é aqui que nossa aventura começa. Freya, uma grande aliada de Kratos e Atreus na jornada anterior, agora está furiosa (quem jogou o último God of War já deve saber o motivo) e busca tomar a vida de Kratos a qualquer custo. Além disso, Atreus, ao descobrir sua verdadeira identidade, resolve investigar qual o seu real papel dentro das profecias da terrível guerra que está por vir. No entanto, faz isso por conta própria e escondido de seu pai.
Sendo assim, ao investigar alguns templos deixados para trás pelos gigantes e algumas partes da profecia que estavam ocultas, o filho de Kratos descobre pistas que poderiam levar a Tyr. Inclusive, este último foi muito mencionado no jogo anterior e considerado o Deus da Guerra nórdico, que até então pensava-se estar morto. Entretanto, segundo algumas pistas, talvez Odin vinha mantendo Tyr como prisioneiro.
Por falar no pai de todos, é preciso lembrar que logo no começo do jogo ele e seu filho Thor, assim como havia ocorrido em um dos sonhos/visões de Atreus, fazem uma visita indesejável à casa de nossos protagonistas. Em seguida, uma luta digna de arrancar suspiros dos fãs contra Thor e um pedido de paz de Odin, obviamente negado por Kratos, fez com que toda a aventura se iniciasse.
A evolução de Atreus
Kratos dispensa comentários, principalmente para quem já jogou as aventuras anteriores da franquia. Porém, como já havia sido proposto no game anterior, aqui estamos falando de um personagem que não quer mais lutar sem uma causa justa. Ou seja, Kratos parece ter aprendido que uma guerra cobra seu preço, que cada morte traz consequências, que agora ele não está mais sozinho. Além disso, essas consequências podem resvalar não somente sobre si, mas também sobre Atreus, seu filho, seu último vínculo familiar no mundo. Também, por que não dizer que é a única coisa que mantém sua sanidade?
Ao contrário, após tudo o que Atreus passou, viu e aprendeu nas aventuras anteriores, agora definitivamente divide o protagonismo com seu pai em vários momentos do jogo. Sendo assim, entre investigações e saídas às escondidas, jogamos com o jovem, e diversas vezes Atreus é quem toma as decisões. Nem sempre corretas, é claro, mas que com certeza fazem história mudar de rumo.
Além disso, em dados momentos da história podemos dizer que, após alguns conflitos, discussões e desconfiança por parte de Kratos, Atreus e Mimir (a cabeça mais inteligente dos nove reinos) passam a dividir juntos o papel de cabeça pensante. Inclusive, o jovem Atreus consegue por muitas vezes convencer Mimir de que a sua ideia é a que dará certo, enquanto Kratos parece assumir o papel, que nós adoramos, de fazer o trabalho sujo ou que exija aquela forcinha que nem Mimir nem Atreus possuem.
Não se vence uma guerra sozinho!
Ao contrário da primeira, e épica, trilogia na qual nosso Deus da Guerra luta contra tudo e contra todos, aqui e no game anterior vemos muitos personagens que, apesar de serem considerados coadjuvantes, ganharam uma importância maior em God of War: Ragnärok.
Primeiramente o Atreus que, como mencionado anteriormente, praticamente divide o protagonismo com Kratos. O jovem é jogável em diversos momentos e podemos dizer que dentro da aventura Atreus vive sua própria jornada, tomando várias vezes suas próprias decisões mesmo que pra isso precise contrariar Kratos. Em contrapartida, Mimir, figura já conhecida do jogo anterior, traz consigo todo o conhecimento da, agora, cabeça mais inteligente (talvez mais falante também) dos nove reinos.
Afinal, Mimir é uma fonte inesgotável de conhecimento e a cada lugar, passo ou decisão de Kratos ele, ao lado Atreus estão lá para trazer ainda mais conhecimento sobre as histórias dos nove reinos. Além disso, ainda serve de contra-ponto para alertar Kratos sobre as consequências de uma decisão não acertada. Portanto, é notável como Mimir e Kratos estão mais próximos e nos poucos momentos que se separam é notável o vazio deixado pela cabeça falante.
Já Freya, aliando sua inteligência a um conhecimento grandioso em magia, agora também participa de batalhas em alguns momentos do jogo como suporte. Ainda, também ganhou uma importância maior para evitar o Ragnarok.
E não podemos deixar de mencionar os gêmeos Sindri e Brook. Os anões mais engenhosos dos nove reinos passaram a ter uma afinidade muito maior com nosso Deus da Guerra e ganharam ainda mais relevância ao longo do jogo. Além de proporcionarem uma das cenas mais emocionantes da aventura, muitos jogadores com certeza irão se identificar mais com a dupla agora do que no jogo anterior. Junto com isso, eles também dão suporte em algumas batalhas.
Mais narrativa e menos ação?
Aqui talvez se encontre o único ponto passível de discussão, principalmente para quem acompanha as aventuras de Kratos desde lá atrás no PS2. Afinal, a história em alguns momentos parece ser cadenciada de mais para os padrões da franquia. Talvez o excessivo cuidado que Kratos tem com seu filho durante boa parte da campanha e a versão mais “paz e amor” de um Deus da Guerra que quer evitar a guerra a qualquer custo pode soar estranho para muitos fãs que querem jogar pra dar porrada em tudo e em todos.
No entanto, se você jogou o God of War de 2018 e gostou, vai se sentir em casa aqui também, pois o game segue uma linha semelhante ao antecessor com uma história ainda mais completa. Por exemplo, ao contrário do último jogo, nossos heróis cruzam os nove reinos durante a sua jornada principal.
Além disso, o visual do game está impecável, e também não fica nem um pouco atrás do que fez e faz essa franquia ter se tornado uma das principais, senão a principal, entre as distribuídas pela Sony.
Ainda, a gameplay é semelhante ao seu antecessor com alguns ajustes e aprimoramentos nas movimentações. Juntamente com uma ajudinha do PS5, a deixando mais fluida e intuitiva, assim como o sistema de evolução de atributos dos personagens e armamentos que não sofreram grandes alterações.
Goty of War?
Este é um trocadilho que muitos fãs já estão fazendo na internet. Por quê? Bom, na premiação do The Game Award (considerado o Oscar dos games) God of War: Ragnärok é o jogo com indicação em mais categorias. Inclusive, até na categoria principal, o Game of The Year (jogo do ano) ou GOTY para os íntimos.
Então, se levarmos em consideração somente este jogo de forma isolada ou mesmo essa nova fase (já que estamos falando de uma sequência direta), sua história como um todo, critérios técnicos como o áudio/visual que são impecáveis, fazem jus a cada indicação em cada categoria que o game recebeu. Portanto, anota na agenda que a premiação acontecerá dia 08 de dezembro de 2022.
Mas, por outro lado, quando falamos em God of War esperamos mais porrada, combos e pancadaria e menos conversa (talvez seja o único motivo para o jogo não receber uma nota 10). Então, nesse quesito, o jogo pode ter deixado um pouco a desejar pelo excesso de cadência, pelo menos para alguns fãs. De qualquer forma, isso obviamente não irá ofuscar o brilho nem tirar seu status de um dos principais jogos do ano e, ao lado de The last of Us, a principal franquia exclusiva nos consoles PlayStation.
Portanto, se você tem os consoles PlayStation, God of War: Ragnärok tem que estar em sua lista de desejo! Afinal, tudo que ele entrega apesar dessa e de inúmeros reviews espalhadas internet a fora, cada jogador deve dar uma chance pra esse jogo incrível, viver a experiência e tirar suas próprias conclusões.