Numa jornada cinematográfica marcada pela promessa de reviver uma franquia icônica, Ghostbusters: Apocalipse de Gelo emerge como uma obra ambiciosa, buscando fundir a nostalgia dos fãs mais antigos com a curiosidade da nova geração de espectadores, ao introduzir novos e antigos elementos à mistura paranormal.
Apesar de contar com um elenco abundante e uma trama que oscila entre a promessa e a decepção, parece mais uma tentativa desesperada de prolongar a relevância de uma franquia lendária do que um verdadeiro ressurgimento glorioso.
Entretanto, o enredo envolve a família Spengler enfrentando a resistência do prefeitoWalter Peck (William Atherton) enquanto lidam com a descoberta de um antigo artefato que libera uma entidade disposta a causar uma nova Era do Gelo em Nova York. A união do grupo antigo com o novo se fortalece à medida que enfrentam a ameaça sobrenatural, com destaque para a jornada de Phoebe, neta de um dos membros originais, que se torna uma peça-chave na batalha contra o mal.
NARRATIVA
A sinopse de “Ghostbusters: Apocalipse de Gelo” se perde em meio à sua própria ambição, deixando os espectadores desorientados em um labirinto de personagens subdesenvolvidos e subtramas desarticuladas, com a tela repleta de rostos familiares e novatos.
Apesar dos pontos altos da produção, como o talento do elenco e a tentativa de trazer uma nova vida à franquia, o retorno dos Caça-Fantasmas originais, representados por Peter Venkman (Bill Murray), Ray Stantz (Dan Aykroyd) e Winston Zeddemore (Ernie Hudson), serve serve mais como uma nostalgia vazia do que como uma contribuição significativa para o enredo, ao lado de novos personagens como Phoebe Spengler (McKenna Grace), Trevor (Finn Wolfhard), Callie (Carrie Coon) e Mr. Grooberson (Paul Rudd).
Contudo, a trama fragmentada e o subdesenvolvimento dos personagens comprometem a experiência do espectador, enquanto a resolução rápida e anticlimática do vilão semeia também a sua insatisfação.
O APELO A NOSTALGIA
A única ponte para o passado que realmente ressoa é a icônica música tema, que ecoa nos momentos finais do filme, evocando memórias de uma era em que os Ghostbusters reinavam. No entanto, mesmo essa nota familiar não é suficiente para redimir as falhas flagrantes da produção.
Saindo da cabine de projeção pude perceber a presença de espectadores sonolentos o que se tornou um testemunho doloroso da falta de engajamento que permeia o filme. Sua jornada, repleta de perigos sobrenaturais e aventuras mal executadas, é mais adequada para uma tarde preguiçosa em frente à televisão do que para uma experiência cinematográfica digna de um ingresso pago.
Portanto, embora “Ghostbusters: Apocalipse de Gelo” possa oferecer um vislumbre passageiro de entretenimento leve, é improvável que conquiste um lugar de destaque na memória dos espectadores. Com uma classificação modesta como a que estou dando, o filme se enquadra na categoria de produções que podem preencher o vazio de uma tarde em família, mas não justifica o investimento financeiro e emocional de uma ida ao cinema.