Desde seu anúncio na Paris Games Week em 2017 e suas apresentações posteriores na E3, Ghost of Tsushima gerou grande expectativa, seja pelo seu tema de samurai, gráficos impressionantes ou pela proposta de exploração.
Desenvolvido pela Sucker Punch, mesma empresa responsável pela franquia Infamous, o jogo de ação e aventura com elementos de furtividade foi lançado em 17 de julho de 2020 exclusivamente para PlayStation 4 e agora em 16 de maio de 2024 chega ao PC com a promessa de elevar ainda mais a experiência.
Mais um excelente port da Nixxes
É verdade que a Sony teve problemas com seus ports para PC, incluindo The Last of Us Part 1 em sua época de lançamento. Mas Horizon Forbidden West e God of War (2018) fizeram muito bem e minha expectativa para Ghost of Tsushima estava alta. E, felizmente, a resposta é um retumbante sim. O jogo para PC não apenas cumpre as expectativas, mas as supera em muitos aspectos.
Assim como os demais ports de PC da Sony, Ghost of Tsushima vem em sua versão “Director’s Cut”, trazendo todos os complementos possíveis, como o DLC Ghost of Ikishima, o modo multiplayer Lendas e alguns bônus estéticos. Em suma, você tem o pacote completo. Mas antes de começar a dissecar a versão de computador, a pergunta principal é: o jogo vale a pena?
Vale muito. Está incrível!
Ghost of Tsushima é um dos jogos mais incríveis da Sony desde a geração do PS4. Com uma campanha de mundo aberto que mistura um clima cinematográfico com doses generosas de gameplay e porradaria (ou seria espadachinaria), ele consegue agradar a diversos públicos.
Ghost of Tsushima nos coloca na pele de Jin Sakai, um samurai conhecido e renomado na ilha de Tsushima, invadida pelos mongóis sob o comando do imponente Kothun Kan. O jogo se inicia com a invasão, onde os mongóis chegam à praia e os samurais estão prontos para o embate.
Enviando seu melhor guerreiro para enfrentar os invasores, a antipatia pelos vilões começa a se formar. O combate inicial, que serve como tutorial, é uma cavalgada épica contra os inimigos, onde a atmosfera de violência é palpável e a sensação de poder dos inimigos é real.
Na sequência, os samurais são dizimados e Jin é salvo por uma ladra, começando sua jornada de vingança e redenção. Aqui, aprendemos a utilizar o lado Ghost que tanto fez parte dos anúncios do jogo.
Combate e Exploração
O combate é fluido e extremamente divertido, combinando estilos de luta com a katana e furtividade. A progressão é excelente, com habilidades impactantes e diversas ferramentas à disposição. A campanha tem um ritmo ótimo, com missões principais na duração certa e atividades secundárias interessantes. Muitos comparam a Assassin’s Creed, mas acho bem próximo de um Sombras de Mordor, inclusive no estilo de combate Batman Arkham.
O arco e flecha requerem adaptação devido à física das flechas, que são afetadas pela gravidade. A movimentação de Jin é responsiva, seja pulando, escalando ou correndo, e o game responde bem aos comandos, proporcionando uma experiência de gameplay ágil e recompensadora.
A ilha de Tsushima é um espetáculo à parte, com cenários belíssimos e uma atmosfera viva. O vento guia, que indica o caminho ao jogador, é uma das melhores sacadas do jogo, incentivando a exploração sem limitar o jogador. O que também gosto desta mecânica do vento é que não é totalmente expositivo, o que aumenta a nossa imersão no cenário.
Quanto a dinâmica, ela pode ser repetitiva mas nunca deixará de ser divertida. Em meio aos combates durante a sua jornada, há momentos de fazer carinho em gatos, seguir raposas, cortar bambu e até meditar observando a paisagem. Sério, isso é um respeito e tanto com toda a cultura e história dos japoneses!
A Ilha de Tsushima
A introdução rápida nos coloca no clima do jogo em menos de 20 minutos. Após isso, somos soltos na ilha de Tsushima, e é aqui que as coisas ficam realmente interessantes. O HUD do game é minimalista, com apenas uma barra de vida e indicadores de determinação ao lado esquerdo inferior e a indicação da missão no topo. Não há indicadores de onde ir, linhas ou pontos; o vento guia nos direciona. Essa abordagem incentiva a exploração, permitindo que os jogadores descubram a ilha rica em detalhes por conta própria.
Em pouco tempo me vi explorando os cenários belíssimos de Tsushima, que remetem aos cenários de mangás, animes e filmes do Japão feudal. A ilha é repleta de florestas densas, campos abertos floridos, montanhas, rios, lagos e templos, todos renderizados de forma impressionante e tirando o máximo do PS4 na época. A ilha parece viva, com eventos acontecendo independentemente do jogador, como ataques mongóis a vilas e habitantes realizando suas tarefas diárias, criando uma imersão profunda.
Otimização e Desempenho
Ghost of Tsushima para PC traz uma otimização justa, oferecendo boa performance em diferentes tipos de hardware, dos mais poderosos aos mais modestos. Meu setup inclui uma GeForce RTX 4060 e um i5-10400f, o que me garantiu qualidade Alta em 1440p na casa dos 60 a 80 fps com DLSS Qualidade. Não senti muita diferença com o Gerador de Quadros, muito por acreditar que meu processador é o gargalo e não entrega taxas tão elevadas neste jogo.
Não espere gráficos de nova geração por aqui ou nem mesmo algo próximo do que um PlayStation 5 pode oferecer. Ghost of Tsushima no PC roda praticamente da mesma forma que um PS4, mas com uma taxa de quadros melhor, visão de distância maior e folhagem mais detalhada. Mudanças do Alto para o Muito Alto ou para o Ultra, são praticamente imperceptíveis se você não for PC Master Racer.
Pequenos problemas
Mais uma vez o uso de VRAM está altíssimo e não recomendo placas com menos de 6 GB, principalmente se você rodará o jogo em resolução maior que o FullHD. Giro de câmeras rápidos e algumas ações com o seu cavalo podem gerar uma sensação de micro travamentos, mas nada que tira a fluidez da jogatina. Caso tenha atualizações no jogo, é possível uma melhoria considerável neste tópico.
Durante a exploração, é possível notar que alguns elementos do cenário não são tão interativos quanto em outros jogos, como Red Dead Redemption 2 ou The Last of Us Part II. A neve e a lama não deixam marcas permanentes, e a vegetação não se amassa de forma realista. Embora seja uma crítica menor, pode ser uma diferença perceptível para jogadores acostumados com esses detalhes.
Tecnologias da Época Atual
Ghost of Tsushima para PC traz um launcher com opções de configurações gráficas antes de iniciar o game, suporte para DLSS 3, NVIDIA Reflex, FSR 3 e XeSS. O jogo também suporta HDR, ultrawide e super ultrawide, além de oferecer uma integração opcional com a PSN, permitindo coletar troféus, ver amigos online e combinar partidas no modo Lendas.
Além disso, é possível ver as mudanças de configurações gráficas em tempo real, ideal para notar as mudanças visuais de cada opção. O carregamento de shaders é rápido, nada comparado ao que vimos em TLOU Part 1, além de que loadings pós-morte em SSDs M.2 são de apenas 2 ou 3 segundos.
Dublagem e Som Fenomenais
Composta por Ilan Eshkeri e Shigeru Umebayashi, a ILHA sonora de Ghost of Tsushima é fenomenal e já impressiona nos primeiros momentos de jogo com músicas de ação e músicas mais calmas fazendo um ótimo contraste com as cenas.
A dublagem em PTBR estão bem trabalhadas e com direção competente, principalmente na escolha dos timbres. Minha dica é colocar em Japonês no modo Kurosawa (preto e branco), para uma imersão cinematográfica incrível.
Meu amigo, o pai chora com a música abaixo:
Missões e Atividades Secundárias
As missões secundárias em Ghost of Tsushima são variadas e bem elaboradas, oferecendo uma gama de atividades para os jogadores. Desde liberar vilas de mongóis até ajudar habitantes em suas tarefas diárias, as missões são imersivas e recompensadoras.
A narrativa é enriquecida com lendas e histórias locais, aumentando a imersão no mundo do jogo. Além disso, os desafios como confrontos com outros samurais e caçadas a relíquias antigas adicionam variedade à experiência. Minha dica é seguir fazendo as missões principais e pegar as secundárias que estão perto no mapa. Deixe para explorar 100% no endgame com o modo Kurosawa.
Considerações Finais
Ghost of Tsushima é um jogo incrível e a conversão para PC não apenas mantém, mas eleva a experiência. PCs potentes rodam extremamente bem e computadores modestos dão conta do recado, mostrando que este é o tipo de port que queremos sempre ver: bem otimizado, aproveitando todas as tecnologias disponíveis e com adições que melhoram ainda mais a experiência.
O jogo consegue capturar a essência dos samurais e do Japão feudal, entregando uma experiência rica e envolvente. A história é simples, mas não simplória, direção de arte impressionante e gameplay satisfatório, o jogo se destaca como um dos melhores da Sony. Se você é fã de jogos de ação e aventura, Ghost of Tsushima é uma aquisição obrigatória.
Ghost of Tsushima: Director’s Cut de PC foi cedido pela Sony para a realização deste REVIEW.