Antes de falar sobre Garden In!, vou começar falando que eu não sou o tipo de pessoa que se acha capaz de cuidar de outro ser vivo no momento. É muita responsabilidade se parar para pensar, e com o dia a dia cheio você só quer chegar em casa e relaxar, não cuidar de outras criaturas.
Para isso Garden In! é perfeito, sua proposta é ser um jogo relaxante e amigável, para você cuidar das suas plantinhas e desestressar. Não que você não possa fazer isso com plantas de verdade, mas aqui temos um diferencial muito importante:
As plantas não morrem!
Exatamente o contrário daqueles joguinhos de Facebook que eram febre em dois mil e bolinha (2010), estilo Mini Fazenda e Colheita Feliz, em que você plantava as coisas e tinha que cuidar para colher ou perdia.
Que tinha objetivos e aprimoramentos, sem falar em gemas, aqui seu objetivo é simplesmente descobrir novas espécies e decorar.
Por isso, você pode ficar tranquilo que mesmo dias sem abrir o game, basta pegar seu regador, dar um pouco de água, pegar o borrifador que contém alguma coisa ali que faz os insetos morrerem, dar uma borrifada só e GG. Sua planta está nova de novo, 100% viril.
Com isso em mente, vamos falar mais de cada aspecto de Garden In! e como ele funciona, e junto vou colocar um pouco da minha trajetória e experiência com o game.
Enredo de Garden In!
Bem, nenhum. Você não tem um background em Garden In!, você começa em um quarto no meio do vazio e com alguns objetos nele.
Entre eles um troféu para você ver as suas conquistas e os objetivos do cômodo, um computador para saber como jogar o game, um livro que serve para saber as plantas existentes e um treco de pintura para trocar os temas do vazio e quarto, além de customizar esses dois como quiser.
Com essa apresentação eu comecei o game fuçando em tudo e vendo o que fazia como qualquer gamer que se preze faria, inclusive ignorando sistematicamente o computador assim que percebi ser um tutorial.
Claro que com o tempo fui dar uma olhada para ver como algo funcionava, mas a magia para mim sempre foi descobrir as coisas testando. E nesse clica aqui clica ali para ver o que faz você descobre em poucos minutos como as coisas funcionam, o game é bem amigável com isso.
Mecânicas
Em Garden In! para você plantar uma planta é super simples: basta você escolher um tipo de planta; de terra, pedra ou água (não é Pokémon, fique tranquilo, mas parece), então pegue um vaso, coloque a terra, a pedra ou a água e por fim coloque uma semente, simples não?
Não precisa comprar nada, só pegar e arrastar pro cômodo que pronto, a magia da jardinagem já começa a acontecer.
Inclusive você pode entupir seu quarto com plantas que não tem problema nenhum. Jogue fora todos os móveis que você começa e encha as paredes com prateleiras e então forre tudo de mato, quem decide é você.
E isso pode até ser bem útil para o avanço do game, apesar de eu achar que perde um pouco o intuito da parte de decoração que Garden In! se propõe. Deixar seu quarto bonitinho com a sua cara, ajeitando milimetricamente um objeto que você gostou faz parte da experiência relaxante, e lembra um pouco The Sims.
Evolução de Garden In!
Aqui para você progredir e desbloquear as coisas existem duas maneiras:
A primeira delas é cumprindo os objetivos do cômodo, que variam de fazer uma tarefa determinada vezes, como regar um número X plantas, plantar uma determinada espécie ou tipo e também um determinado número de vezes.
Realizando isso você desbloqueia item de decoração, outros temas e vazios (os quais são chamados de céus pelo jogo), e o mais importante, outros cômodos para cultivar ainda mais seus matinhos.
A segunda forma é evoluir seu “arsenal” de matinhos, para isso é preciso fazer combinações de sementes, que em Garden In! é chamado de hibridação.
Para isso é fácil: basta pegar um dos vasos maiores, com dois lugares, tacar duas sementes diferentes lá, cuidar e ver o que dá.
Variedade
Começamos o game com 4 espécies de cada tipo liberada (terra, pedra e água) e cabe a nós ir combinando elas entre si para descobrir o restante.
Aqui confesso que voltei lá no livro de combinações para conseguir liberar as últimas, chegou uma hora que era tanto vaso com tanta planta que me perdi nas combinações que já tinha feito.
Ao todo são 12 plantas de terra, 12 de pedra e mais 12 de água. E confesso que além da conquista de desbloquear todas e cultivá-las, isso me deu um quentinho a mais no coração, foi bonito ver o livro preenchido, uma sensação de dever cumprido.
Agora falando dos itens de decoração, esses são bem mais numerosos. De temas temos 7 para cada cômodo, sendo que o quarto inicial tem 8.
Os céus são ao todo 34, o que garante uma personalização bem variada mesmo sem editar manualmente os itens. Opção essa que só fica disponível após cumprir todas as tarefas do respectivo cômodo.
Por fim, temos os vasos, que variam dos mais tradicionais até caneca de chopp, lata de café e caixa de pizza, são 11 vasos simples para cada tipo de planta e mais 3 duplos de cada.
Jogabilidade de Garden In!
Para mexer com tanta coisa e tantas possibilidades, Garden In! oferece uma jogabilidade precisa e simples. Um cursor no mouse, você pode girar a câmera com o direito e o esquerdo naturalmente seleciona, enquanto o scroll aproxima e afasta. Além disso, as teclas “WASD” servem para você ir para frente, esquerda, direita e para trás se precisar.
Em alguns momentos, devido à quantidade absurda de planta que coloquei num cômodo pequeno, ficou um pouco complicado alcançar todas, mas confesso que foi mais a minha preguiça de girar ou mover a câmera isométrica que realmente problema com o jogo.
Única coisa que me incomodou um pouco foi o fato de quando selecionada uma planta, clicando mais uma vez, você faz um afago nela — sim, você pode acariciar as plantas, inclusive existe uma chance dela evoluir uma forma mais rápido com isso — e isso dá um zoom pequeno, mas que quando acumulado dificulta um pouco ver o resto das plantas. Parece que uma hora a câmera vai entrar na terra do vaso, mas basta clicar em qualquer lugar vazio e voltar a câmera.
Evolução
Falei sobre combinações e desbloqueio de novas plantas, mas como isso acontece em Garden In!? Não é só tacar a semente no vaso e pronto, desbloqueou tudo.
Cada planta tem um tempo específico de crescimento, que varia de menos de uma hora até no máximo 12 horas. E somente quando as duas de um vaso de hibridação alcançam a fase adulta é que é liberada a semente que pode vir dessa combinação. Assim como ela fica disponível no livro.
Falando em fases, são quatro estágios para cada planta; semente, broto, jovem e adulta. Como falei anteriormente, você pode ter a sorte de fazer uma planta pular de estágio acariciando ela, mas as chances são bem poucas.
E mais um detalhe, caso uma planta esteja completamente seca, ela não evolui até que você regue ela. Com isso em mente fica fácil florescer seu jardim.
Duração
O game tem cerca de 10 horas corridas para você liberar tudo nele, sendo que você pode separar esse tempo em alguns dias devido o período que as plantas tem para chegar na fase adulta. Uma vez tudo liberado, vai da sua vontade de continuar cultivando as plantas e decorando os cômodos conforme quiser.
O game tem a proposta de ser relaxante e isso realmente se cumpre enquanto você perde a noção do tempo ajeitando seu quarto ou jardim do jeitinho que você quer.
Você pode ficar eternamente remodelando seus cômodos, isso vai exclusivamente do seu gosto e do seu tempo.
Ambientação
Dito tudo isso, caso você decida se aventurar nos jardins de Garden In! qual será sua vista? Bem, os gráficos do game são bonitos e simples, nada que faça seus olhos brilharem com tanto realismo, na verdade, eles nem visam isso.
Para a proposta do game, eles são agradáveis e bem feitos, casando bem com a sonoplastia e trilha sonoras.
Falando desses, a música ambiente é relaxante na maior parte do tempo, mas confesso que tive um misto de emoções com ela, pois na maioria dos momentos eu gostava, porém tiveram ocasiões que me irritou.
Os efeitos sonoros são ótimos e também passam uma relação de calmaria. Acariciar uma planta faz um barulho como se você acertasse um brinquedo de borracha, e você pode estranhar, mas se acostuma.
A única coisa que eu realmente fiquei em choque, isso pro bem ou pro mal ainda estou decidindo, foi o som dos insetos. Jogando com o fone de ouvido, em mais de uma ocasião esse som foi tão real que pensei que vinha de fora do game, olhando assustado pro lado procurando uma mosca.
Desempenho de Garden In!
Apesar de ter um PC de entrada ele jogou liso, mesmo na maior resolução e qualidade ultra, coisa que minha máquina nem sonha em manter 60 quadros, o jogo se manteve fluido, mesmo que tenha baixado a taxa de quadros para menos de 15 em alguns momentos.
Como Garden In! não dispõe de nenhuma animação que precise de uma alta taxa de quadros ou um comando de precisão em milissegundos, isso não prejudica a jogabilidade.
Durante o game eu não encontrei nenhum bug significativo, o que ajudou na imersão da experiência. A única coisa que estava dando erro foi as últimas duas conquistas, mas erro esse que já foi solucionado num patch que saiu dia 20/02.
Inclusive os desenvolvedores estavam bem ativos nas comunidades para ver o report de erros e atualizaram com uma certa rapidez.
Ficha técnica
Falando em desenvolvedores, Garden In! foi desenvolvido pela Dramatic Iceberg e distribuído pela Bonus Stage Publishing. O game foi lançado dia 26 de janeiro desse ano (2023) para PC via Steam, GOG e Epic Games Store e está totalmente traduzido para PT-BR.
Caso você queira pegá-lo, essas são as configurações mínimas recomendadas pela Dramatic:
- Processador e sistema operacional de 64 bits
- SO: Windows 10
- Processador: Intel Core i3 / AMD Ryzen 3
- Memória: 2 GB de RAM
- Placa de vídeo: NVIDIA GT 1030
- DirectX: Versão 11
- Armazenamento: 2 GB de espaço disponível
- Placa de som: DirectX compatible
- Outras observações: Require a 64-bit OS and CPU
Veredito de Garden In!
Garden In! é um game casual que serve muito bem a que se propõe. Sua experiência é relaxante e todos seus aspectos contribuem para isso. No meu caso em específico ele até mesmo transcendeu sua proposta, pois após jogá-lo até me peguei reparando mais em mudinhas na vitrine do aviário, quem sabe eu não pegue uma “comigo ninguém pode” para chamar de minha?
E você, o que achou do game com base dessa análise? Deixa para a gente nos comentários.
