Na análise de hoje, Gantz: O, recentemente indexado ao catálogo Netflix!
Bugigangue no Espaço | Review
Domingo é um dia que você acaba passando pelo Netflix como quem não quer nada, acontece com todos nós – é quase inevitável.
Chega a parecer até que construímos um relacionamento muito sério com o “passear pelos títulos ali disponíveis”, eu sei que você sabe do que eu estou falando e a alguns dias atrás era eu que estava fazendo exatamente isso, passeando pelo Netflix sem nenhuma ideia do que assistir, quando me deparei com um filme que no mínimo merece sua atenção, GantZ: O.
Antes de prosseguir com a postagem eu gostaria de esclarecer que eu não terminei o mangá de Gantz – por “n” razões – e que todo o texto se baseia no próprio filme apenas.
Uma breve reflexão sobre adaptações
É uma coisa muito óbvia para mim que uma adaptação tem suas licenças poéticas, quiçá limites, pensem comigo. Como um filme de duração média de uma hora, talvez duas, pode chegar perto de adaptar todas a nuances de um livro ou de um mangá, isso é realmente possível dentro dos padrões de aceitabilidade dos consumidores mais exigentes? Creio que não.
São formas completamente diferenciadas de apresentar uma narrativa, uma tem uma riqueza de detalhes tão grande e diversificada que é injusta a comparação, não que a posterior (no caso da adaptação) não o tenha também, só são diversas demais para uma comparação lógica, afinal algumas passagens de livros clássicos de suspense como Dragão Vermelho de Thomas Harris, são adaptadas em filmes de forma primorosa. Mas você tem que concordar que para aquela pessoa que leu a mesma passagem no livro, numa obra cinematográfica a coisa muda, se torna única, algo mais intimista e sólido.
O mesmo pode ser aplicado a cenas memoráveis de mangás, agora o único exemplo que consigo pensar seria uma das cenas finais de Fullmetal Alchemist: mas sou suspeito ao falar sobre devido a altos níveis de amor ao mangá da Arakawa.
Por fim eu peço que você veja esse filme como uma obra isolada, derivada de algo muito mais interessante e relevante, sim. E por isso mesmo ela tem suas diferenças. Pense nisso jovem otaku.
Assista com os olhos atentos
A computação gráfica é uma coisa que me impressiona desde sempre, mais ainda quando encontro obras como essa, a primeira vez que me lembro de ficar impressionado com um filme feito com esse tipo de técnica de animação, foi com aquele filme Final Fantasy VII: Advent Children.
É algo que faz brilhar os olhos como tal técnica e um capricho nos detalhes, podem resultar em algo impressionante, resultado esse que no visual de Gantz contribui e muito para que o filme seja bem interessante aos olhos do espectador. Conhecedor ou não da obra, é fácil se impressionar com vários aspectos do universo criado pela “bola preta”, sejam nas armas, roupas, inimigos, ou até mesmo nas expressões faciais dos personagens. Alguma coisa vai chamar sua atenção.
Agora, meu querido otaku de gostos duvidosos, caso você não tenha entendido muito bem a ideia do filme, são seres humanos, mortos, combatendo criaturas que não são da terra, buscando pontos que são distribuídos pela “bola preta” ao final da missão. Sim, parece um jogo do PS1.
Das mais variadas formas vemos combates interessantes – nisso o filme brilha sem dúvida – mesmo com uma gama grande de criaturas que aparecem, as que ganham mais destaque – logo mais tempo de tela – acabam sendo bem mais interessantes visualmente e protagonizando as melhores cenas do filme, deixando aquele gostinho de quero mais ao terminar de assistir.
É divertido, pode confiar
O filme de fato falhou no sentido de adaptar por completo a saga (de Osaka) ao qual se propõe a narrar. Falta personagens (algumas passagens nem fazem muito sentido), coisas são mudadas, mas ainda sim o filme tem um ritmo muito interessante. É o tipo de coisa que você dificilmente vai dormir no meio, já que as cenas vão acontecendo e você sempre acaba ficando com aquele olhar complexado no rosto pensando:
– Mas como esse cara conseguiu fazer isso?
– É realmente possível ganhar tantas vezes assim?
Outro aspecto interessante do filme é que assim que ele apresenta alguma coisa nova, narrativamente falando, ele logo a demonstra em uso sem muitas enrolações, tornando o filme até que bem fechado e consistente, dentro do que ele oferece para você espectador.
Por fim deixo aqui minha recomendação: assistam sim, GantZ: O. Tirem suas próprias conclusões de tudo que foi escrito aqui e evitem morrer para não serem convocados para esse tipo de jogo maluco – e lembrando qualquer coisa que você queria compartilhar com a gente aqui do SUCO, você é mais que bem vindo nos comentários.
Até uma próxima!
O filme estrou em 14 de outubro de 2016 no Japão e conta com o diretor-chefe Keiichi Satou (Tiger & Bunny), Yasushi Kawamura (Appleseed: Ex Machina) e roteiro de Tsutomu Kuroiwa (One Piece Film Gold). A produção vem pela Digital Frontier e é uma adaptação do arco Osaka do mangá. No elenco estão Hachiro Oka como Kendo Kobayashi, George Shimaki como Razor Ramon HG e Nobuo Muroya como Razor Ramon RG.