Durante a gamescom latam, o Suco de Mangá conversou com Pedro Gabriel, fundador da Epopeia Games. Durante o papo, Pedro contou sobre a importância de representar a cultura na mídia, o futuro da Epopeia e mais. Confira.
Pedro, antes de começar a falar da sua carreira, conta para quem lê o Suco de Mangá, quais são os seus jogos favoritos.
Eu gosto muito, hoje, de soulslike. Sou apaixonado por soulslike, mas sempre fui fã de RPG, como The Witcher. Jogos com a narrativa pesada eu gosto bastante. Super Mario também, os jogos da Nintendo. Eu tenho a pegada mais do console, né?
Depois de mais velho eu comecei a ser mais jogador de PC mesmo.
Como começou a sua relação com os jogos eletrônicos e quando você decidiu fazer carreira nos jogos digitais?
No meu ensino médio que alguém plantou a sementinha do tipo “jogar é massa, imagina desenvolver.” Aí eu comecei a pesquisar para ver como era desenvolver jogos.
Eu sou do sul, lá de Porto Alegre, e naquela época não tinha muitas faculdades, mas isso sempre ficou na minha cabeça. Foi só depois de terminar o ensino médio, no meu primeiro emprego, que eu comecei a fazer alguns cursos e logo em seguida começaram a fazer as primeiras faculdades de jogos.
Como o Gaucho and the Grassland começou a nascer?
Certo, o embrião do Gaucho foi por volta de 2016. Nós tínhamos a ideia de fazer um projeto autoral um pouco mais robusto e nos eventos que a gente participava percebemos que tinha um interesse da galera em algo de uma cultura diferente, alguma coisa que não fosse voltada para o grego ou o medieval que era mais manjada.
E aí, por que não? A gente tem uma cultura rica lá no sul e tinha como trabalhar de uma forma mais lúdica, então a gente apostou nisso. Só que esse projeto precisava de mais amadurecimento, até que em 2022 fomos contemplados em um edital e ele começou a ser desenvolvido.
Quais as principais influências do jogo?
Para o lado do farming sim, ele tem um foco na pecuária ao invés da agricultura, nós temos o Stardew Valley como uma das referências e a gente puxou elementos dele, e de outros farming sim para trabalhar as mecânicas nesse sentido.
A gente também trouxe um pouco de Zelda para a exploração e os puzzles e inserimos a cultura gaúcha nas quests, nos NPCs e nos seres místicos que aparecem lá.
Falando em cultura, ele é muito rico nesse aspecto. Como foi o processo de pesquisa?
Algumas coisas são do nosso dia a dia mesmo, como o chimarrão que a gente toma. Algumas pessoas moram na cidade, mas todo mundo tem um tio, um vó ou alguém mais próximo da vida no campo e a gente foi passar alguns dias lá para entender como é a vivência, né?
Também fomos atrás da literatura e das tradições gaúchas e fizemos um apanhado de tudo isso. Essa era o grande desafio. Nós quisemos fazer algo divertido para a pessoa curtir o jogo primeiro e depois querer aprender sobre a cultura porque gostou do jogo.
O que os games podem oferecer ao falar sobre uma cultura que outras formas de arte não podem?
Cada mídia tem uma força e a grande força dos jogos é a imersão. Áudio, vídeo e a epxeriência tátil faz com que a experiência de jogar seja bastante intensa. Poder agregar várias mídias e fazer com que o jogador coloque um pouco de si através da imersão faz com que você veja um pouco de si naquele mundo.
Como tem sido a recepção do público com o jogo?
Tem sido muito bonito de ver. A galera fez fila para jogar na gamescom latam e isso é muito legal. Tá sendo ótima a recepção.
E o que você pode falar sobre o futuro da Epopeia?
O Gaucho vai ser lançado em 2024. Vamos começar pela Steam e também já temos movimento para lançar nos consoles. A demo está disponível para testarem e sigam a gente nas redes sociais para ficar de olho no Gaúcho como nas outros lançamentos da Epopeia.