Final Fantasy XVI representa um grande avanço na franquia ao tentar se posicionar de forma mais madura e acessível, focando em temas mais adultos e uma jogabilidade rica em ação.
Na versão para PC, que joguei, essas qualidades ganham ainda mais destaque graças a opções gráficas aprimoradas, que incluem suporte ao FSR mais recente e DLSS 3, trazendo um excelente desempenho para quem tem uma máquina equipada para rodar com alta resolução.
A experiência do jogo, apesar de ter sido lançada inicialmente para o PlayStation 5, aproveita bem as capacidades de personalização que o PC oferece, permitindo ajustar configurações para otimizar o visual e a taxa de quadros.
A História e a Trilha Sonora de Valisthea
A história épica de Final Fantasy XVI é, sem dúvidas, um dos principais pontos de atração, ambientada no continente de Valisthea e envolvendo o protagonista Clive Rosfield. Clive, o filho primogênito de uma das nações dominadas pelos Eikons, passa por perdas devastadoras e um arco de vingança intenso ao longo de sua jornada.
A trama se desdobra em uma linha do tempo dividida em passado e presente, explorando o desenvolvimento emocional de Clive após a perda de seu irmão, Joshua, morto na batalha entre os Eikons de Fênix e Ifrit (essa cena da dó). A narrativa é bem construída e oferece profundidade suficiente para manter o jogador interessado, com reviravoltas que deixam a história bem interessante já nas primeiras horas – quase um filme.
A trilha sonora é outro ponto de destaque, com uma composição orquestral que aumenta a imersão e captura a essência dramática da narrativa. A dinâmica musical lembra jogos como The Legend of Zelda, onde a música aparece nos momentos ideais, adicionando intensidade às cenas sem saturar a experiência. Sabe quando você caminha pelos cenários e não tá tocando nada? Aí depois vem a trilha e te abraça novamente!
Os temas de batalha, em particular, são potentes e enérgicos, refletindo bem o tom épico das lutas e batalhas contra chefes. No PC, a qualidade sonora ganha ainda mais brilho, proporcionando uma experiência de áudio imersiva, especialmente para aqueles que jogam com um bom sistema de som ou fones de ouvido.
A Profundidade dos Personagens e a Localização
Outro ponto forte do jogo é o carisma dos personagens principais. O personagem Cid, por exemplo, foi brilhantemente construído, trazendo uma personalidade meio canastrona e espirituosa, semelhante a figuras como o Han Solo de Star Wars. Ele adiciona uma camada de leveza e humor ao enredo, que é balanceado com uma narrativa mais séria e pesada.
A localização para o português brasileiro é bem bacana, com traduções que mantêm o tom e a essência dos diálogos originais, enquanto a dublagem em inglês adiciona nuances de sotaques que ajudam a diferenciar os personagens e a dar mais vida ao mundo de Valisthea. Me parece que há variações do Inglês Americano, com o Britânico e até algo mais “Escandinavo”, sabe? Koji Fox manda muito bem! #sdds.
Para quem prefere o áudio original, jogar com vozes em inglês e legendas em português foi uma escolha acertada para mim. O estilo medieval mais realista do jogo encaixou bem com o idioma, enquanto a dublagem japonesa me pareceu um pouco deslocada com o clima “Game of Thrones” do jogo, mas é o que EU senti.
Jogabilidade e Combate
Final Fantasy XVI se destaca pelo sistema de combate ágil e altamente personalizável, mais semelhante ao de um action RPG de um Diablo 3 ou 4, ou mesmo Devil May Cry. A árvore de habilidades permite a customização de skills conforme as lutas, possibilitando que o jogador troque suas habilidades à vontade, oferecendo uma experiência dinâmica e flexível.
A utilização de magia no jogo é satisfatória, sendo representada de maneira prática e intuitiva. Diferente de uma tocha, uma bola de luz mágica pode acompanhar o personagem, reforçando a ideia de um mundo imerso em magia. As batalhas com os Eikons, especificamente, são o ponto alto visual do jogo, proporcionando momentos de grande tensão e espetáculo, com gráficos que demonstram a força das criaturas e as habilidades de Clive de maneira cinematográfica. LINDO LINDO LINDO.
No entanto, as missões secundárias podem ser um tanto repetitivas e sem muita substância. O foco em uma progressão linear faz com que o jogo perca um pouco do seu apelo de exploração, mas ainda assim oferece um bom equilíbrio para quem quer completar tudo. A estrutura semiaberta dos mapas também traz limitações, mas a possibilidade de revisitar locais já explorados através do mapa-múndi é um ponto positivo, permitindo que o jogador descubra todos os segredos escondidos de Valisthea. Por sinal, acho que é uma tendência este tipo de mapa, não? Antes semi-aberto cheio de coisa pra fazer, do que um cenário vaziozão.
Comparação: Final Fantasy XVI PC vs. PS5
Na versão de PC, as melhorias gráficas são perceptíveis em detalhes como a vegetação, a nitidez das texturas e as cores mais vibrantes. Embora a versão de PlayStation 5 já seja impressionante, no PC é possível ajustar as configurações para otimizar ainda mais a qualidade visual, alcançando uma apresentação mais detalhada.
O suporte ao DLSS 3 também ajuda a manter o jogo rodando de forma suave, sem sacrificar a qualidade gráfica, enquanto o FSR atualizado faz uma diferença significativa na renderização, mesmo em configurações mais altas.
Contudo, vale notar que a ausência de ray tracing pode ser decepcionante para alguns jogadores hardcore de PC. Embora o jogo ainda seja visualmente deslumbrante, a adição dessa tecnologia poderia melhorar ainda mais a iluminação e o realismo das cenas. A performance, por outro lado, é muito sólida, melhor que a do VII, com menos stutterings, com a possibilidade de alcançar taxas de quadros mais altas e uma jogabilidade estável mesmo em resoluções mais elevadas. AH, por sinal, saiu BEMMM MELHOR que o XV, na época.
Elementos de Exploração e Desafios
O sistema de caça aos monstros é uma adição interessante e agrega um nível extra de desafio ao jogo. Similar ao Monster Hunter, cada monstro oferece uma recompensa que realmente impacta o gameplay, incentivando o jogador a participar das caçadas. Esses desafios são bem desenhados e oferecem um nível de dificuldade satisfatório para aqueles que procuram se engajar completamente com os sistemas de combate e evolução.
No entanto, a variedade de inimigos poderia ser maior, e as opções de personalização de inventário, embora ilimitadas, poderiam ser mais bem balanceadas em relação ao uso dos itens. Por exemplo, as poções de cura e os elixires são abundantes, e jogadores veteranos podem sentir que o jogo é relativamente fácil, já que o uso desses itens acaba sendo menos frequente do que o esperado.
Conclusão: Vale a Pena Jogar Final Fantasy XVI no PC?
Final Fantasy XVI traz uma experiência madura que combina uma narrativa rica com um sistema de combate dinâmico e bem detalhado. A versão para PC aprimora a experiência gráfica e proporciona um desempenho superior, desde que o jogador possua o hardware necessário para aproveitar todos os recursos disponíveis. A história é cativante e as lutas contra os Eikons são espetáculos visuais que não deixam a desejar.
Para aqueles que valorizam uma narrativa sólida e uma boa ambientação, Final Fantasy XVI entrega uma jornada memorável, cheia de ação e emoção. A trilha sonora e a construção dos personagens contribuem para criar um mundo envolvente e repleto de nuances, embora as missões secundárias e a estrutura de mapas semiabertos possam não agradar aos fãs de RPGs de exploração. No geral, o jogo é uma adição valiosa à franquia Final Fantasy e estabelece um novo patamar de qualidade para futuros lançamentos.
Se você está em busca de um RPG com combate fluido, uma história épica e gráficos de última geração, Final Fantasy XVI na versão para PC é uma escolha que certamente irá satisfazer.